perfil da epidemia https://memoria.ebc.com.br/agenciabrasil//taxonomy/term/177480/all pt-br Pesquisa mostra maior variação genética do HIV em crianças e adolescentes de SP https://memoria.ebc.com.br/agenciabrasil//noticia/2013-10-27/pesquisa-mostra-maior-variacao-genetica-do-hiv-em-criancas-e-adolescentes-de-sp <p style="margin-bottom: 0cm">Camila Maciel<br /> <i>Rep&oacute;rter da Ag&ecirc;ncia Brasil</i></p> <p> S&atilde;o Paulo - Pesquisadores da Universidade de S&atilde;o Paulo (USP) e da Universidade Federal de S&atilde;o Paulo (Unifesp) observaram uma maior variabilidade gen&eacute;tica do v&iacute;rus HIV em crian&ccedil;as e adolescentes do que a apontada em estudos anteriores feitos com adultos. De acordo com os pesquisadores, isso sugere que o perfil da epidemia est&aacute; mudando no Brasil, o que pode ter implica&ccedil;&otilde;es tanto na produ&ccedil;&atilde;o de diagn&oacute;sticos como na defini&ccedil;&atilde;o de terapias e no desenvolvimento de vacinas. Foram colhidas amostras sangu&iacute;neas de 51 soropositivos nascidos entre 1992 e 2009 na capital paulista.</p> <p> Segundo o coordenador do projeto, professor Sabri Saeed Mohamed Al Sanabani, do Instituto de Medicina Tropical da USP, existem dois tipos (1 e 2) de v&iacute;rus causadores da aids. O tipo 2 &eacute; praticamente restrito ao Continente Africano. O tipo 1, que prevalece no restante do mundo, se divide em v&aacute;rios grupos, sendo os principais M, N, O e P. O grupo M, que causa a grande epidemia conhecida atualmente, por sua vez, possui subtipos. &quot;H&aacute; ainda as formas recombinantes, que s&atilde;o a mistura gen&eacute;tica de subtipos de v&iacute;rus&quot;, explicou &agrave; <b>Ag&ecirc;ncia Brasil</b>.</p> <p> Estudo publicado em 2011 pelo mesmo grupo de cientistas mostra que o subtipo B &eacute; o mais frequente no pa&iacute;s. Isso foi atestado com a an&aacute;lise de 113 amostras sangu&iacute;neas de homens soropositivos com m&eacute;dia de idade de 31 anos e tamb&eacute;m por meio da an&aacute;lise do DNA viral. Mais de 80% dos pacientes estavam infectados com esse subtipo do v&iacute;rus. A pesquisa mais recente feita com a faixa et&aacute;ria de 4 a 20 anos, por outro lado, apontou uma preval&ecirc;ncia de apenas 52,4%.</p> <p> As crian&ccedil;as e os adolescentes que participaram do estudo, coordenado pela professora Regina Succi, eram acompanhados pelo Centro de Atendimento da Disciplina de Infectologia Pedi&aacute;trica da Unifesp. Em todos os casos, a transmiss&atilde;o ocorreu durante a gesta&ccedil;&atilde;o, parto ou amamenta&ccedil;&atilde;o. Quase 40% deles estavam infectados com o subtipo BF1 Mosaico, uma mistura gen&eacute;tica dos subtipos B e F1. Outros 9,5% apresentaram o subtipo F1.</p> <p> Al Sanabani destaca que esse resultado n&atilde;o era esperado inicialmente. &quot;A gente pensava que fosse encontrar um tipo gen&eacute;tico igual ao dos adultos. Fomos surpreendidos com essa alta diversidade&quot;, declarou. O pesquisador explica que essa variabilidade gen&eacute;tica pode ser justificada pelo fato de a maior parte das m&atilde;es serem de um grupo de risco, com muitos parceiros sexuais e hist&oacute;rico de uso de drogas. &quot;Esses fen&ocirc;menos de recombina&ccedil;&atilde;o que, no caso das crian&ccedil;as, chega a 40%, &eacute; resultado dessa mistura de v&iacute;rus. As m&atilde;es foram infectadas, provavelmente, por mais de um v&iacute;rus&quot;, declarou.</p> <p> O professor explica que, quanto maior a diversidade do HIV, mais dif&iacute;cil ser&aacute; desenvolver uma &uacute;nica vacina para o combate &agrave; doen&ccedil;a. H&aacute; consequ&ecirc;ncias tamb&eacute;m na defini&ccedil;&atilde;o de uma terapia, j&aacute; que a muta&ccedil;&atilde;o gen&eacute;tica pode fazer com que o v&iacute;rus adquira resist&ecirc;ncia ao tratamento. Al&eacute;m disso, pode haver falhas no diagn&oacute;stico da doen&ccedil;a, pois a mudan&ccedil;a nos c&oacute;digos gen&eacute;ticos pode levar &agrave; n&atilde;o identifica&ccedil;&atilde;o do v&iacute;rus. &quot;A gente precisa saber o que est&aacute; circulando no nosso ambiente. Se o HIV tem capacidade de mudar ou recombinar, ele pode, inclusive, constituir outro tipo de aids&quot;, alertou.</p> <p> Embora a muta&ccedil;&atilde;o gen&eacute;tica fa&ccedil;a parte do ciclo de vida do v&iacute;rus, um tratamento eficiente diminui bastante a carga viral no paciente e reduz o risco de transmiss&atilde;o. &quot;Estamos baseando os nossos casos em crian&ccedil;as e adolescentes de S&atilde;o Paulo e sabemos que aqui h&aacute; tratamento de qualidade dispon&iacute;vel. &Eacute; preciso fazer isso chegar dessa forma a outras regi&otilde;es, para n&atilde;o agravar o problema&quot;, defendeu.</p> <p> O coordenador informou que um novo estudo est&aacute; em curso para caracterizar os tipos de HIV circulantes em quatro estados, Pernambuco, Rio de Janeiro, S&atilde;o Paulo e Minas Gerais. &quot;Por meio do sequenciamento de alta escala do genoma do HIV, vamos enxergar o v&iacute;rus de ponta a ponta. &Eacute; uma forma de saber quem est&aacute; recombinando e quem est&aacute; puro&quot;, declarou.</p> <p style="margin-bottom: 0cm"><i>Edi&ccedil;&atilde;o: Davi Oliveira</i></p> <p style="margin-bottom: 0cm"><em>Todo o conte&uacute;do deste site est&aacute; publicado sob a Licen&ccedil;a Creative Commons Atribui&ccedil;&atilde;o 3.0 Brasil. Para reproduzir as mat&eacute;rias, &eacute; necess&aacute;rio apenas dar cr&eacute;dito &agrave; </em><strong>Ag&ecirc;ncia Brasil</strong></p> aids HIV novos subtipos novos tipos perfil da epidemia pesquisa em São Paulo Saúde Unifesp USP variabilidade genética Sun, 27 Oct 2013 14:28:03 +0000 davi.oliveira 733807 at https://memoria.ebc.com.br/agenciabrasil/