Olivier Blanchard https://memoria.ebc.com.br/agenciabrasil//taxonomy/term/177321/all pt-br Mantega: relatório do FMI que critica política fiscal brasileira está equivocado e é incoerente https://memoria.ebc.com.br/agenciabrasil//noticia/2013-10-24/mantega-relatorio-do-fmi-que-critica-politica-fiscal-brasileira-esta-equivocado-e-e-incoerente <p>Wellton M&aacute;ximo<br /> <em>Rep&oacute;rter da Ag&ecirc;ncia Brasil</em></p> <p> Bras&iacute;lia &ndash; O relat&oacute;rio do Fundo Monet&aacute;rio Internacional (FMI) que critica o aumento de gastos do governo brasileiro nos &uacute;ltimos anos est&aacute; equivocado e &eacute; incoerente, disse hoje (24) o ministro da Fazenda, Guido Mantega. Segundo ele, a metodologia para avaliar a d&iacute;vida bruta do pa&iacute;s est&aacute; errada, o que leva o organismo internacional a superestimar o impacto dos gastos sobre as contas p&uacute;blicas.</p> <p> O ministro questionou as ressalvas do FMI em rela&ccedil;&atilde;o &agrave; pol&iacute;tica fiscal brasileira. Segundo o ministro, as redu&ccedil;&otilde;es de impostos e os aumentos de gastos contribu&iacute;ram para manter a atividade econ&ocirc;mica em meio &agrave; crise internacional e o relat&oacute;rio contradiz recomenda&ccedil;&otilde;es do pr&oacute;prio Fundo Monet&aacute;rio para combater a crise.</p> <p> &ldquo;Em 2009, o FMI uniu-se a n&oacute;s no G20 [grupo das 20 maiores economias do planeta] para enfrentar essa crise e recomendou que os pa&iacute;ses concedessem est&iacute;mulos fiscais. Depois houve uma reca&iacute;da. O Brasil continuou dando est&iacute;mulos fiscais, mas outros pa&iacute;ses n&atilde;o deram. O que aconteceu? Os pa&iacute;ses europeus ca&iacute;ram numa recess&atilde;o&rdquo;, disse o ministro. &ldquo;O FMI continuou reclamando, dizendo que os pa&iacute;ses exageraram no ajuste fiscal. Ent&atilde;o me parece absolutamente incoerente o relat&oacute;rio.&rdquo;</p> <p> De acordo com o ministro, o relat&oacute;rio tamb&eacute;m n&atilde;o est&aacute; alinhado com as recomenda&ccedil;&otilde;es do economista-chefe do pr&oacute;prio FMI, o franc&ecirc;s Olivier Blanchard. &ldquo;Acho que esse relat&oacute;rio foi feito por um escal&atilde;o t&eacute;cnico, que n&atilde;o est&aacute; afinado com os principais instrumentos do Fundo Monet&aacute;rio. O economista-chefe deles &eacute; muito mais afinado com as ideias e os programas que fazemos aqui&rdquo;, criticou Mantega. O ministro lembrou declara&ccedil;&otilde;es de Blanchard, que disse considerar o Brasil um dos pa&iacute;ses emergentes mais resistentes &agrave; crise e superou melhor as turbul&ecirc;ncias externas, sem fuga de capital externo.</p> <p> Divulgado ontem (23), o relat&oacute;rio do FMI critica a pol&iacute;tica fiscal praticada pelo Brasil. Segundo a publica&ccedil;&atilde;o, o aumento de gastos tem levado &agrave; &ldquo;eros&atilde;o&rdquo; das estruturas fiscais do pa&iacute;s e fez o governo recorrer cada vez mais a receitas extraordin&aacute;rias, como dividendos de estatais, e a manobras cont&aacute;beis para alcan&ccedil;ar a meta fiscal. O Fundo Monet&aacute;rio apoia ainda o aumento dos juros b&aacute;sicos pelo Banco Central e reduziu de 4,25% para 3,5% a previs&atilde;o de crescimento potencial do pa&iacute;s &ndash; quanto o pa&iacute;s consegue crescer anualmente sem provocar infla&ccedil;&atilde;o.</p> <p> Mantega citou ainda a emiss&atilde;o e a <a href="http://agenciabrasil.ebc.com.br/noticia/2013-10-23/tesouro-capta-us-32-bilhoes-no-exterior-com-juros-mais-altos-desde-2010" target="_blank">troca de US$ 3,2 bilh&otilde;es de t&iacute;tulos do Tesouro Nacional no exterior</a>, ocorrida ontem (23). Segundo ele, a demanda somou US$ 10 bilh&otilde;es, o que indica que a confian&ccedil;a dos investidores internacionais em rela&ccedil;&atilde;o &agrave; economia brasileira continua elevada.</p> <p> &ldquo;A opera&ccedil;&atilde;o [de emiss&atilde;o e de troca de t&iacute;tulos] bem-sucedida. Isso demonstra o grande interesse e a grande confian&ccedil;a que existem no Brasil porque tivemos um grande afluxo de investidores estrangeiros assim que oferecemos o papel&rdquo;, comentou. O ministro, no entanto, n&atilde;o fez uma avalia&ccedil;&atilde;o sobre o fato de os juros dos pap&eacute;is terem alcan&ccedil;ado os maiores n&iacute;veis em mais tr&ecirc;s anos. As taxas de juros tamb&eacute;m servem como medida do grau de confian&ccedil;a em rela&ccedil;&atilde;o a um pa&iacute;s.</p> <p> <em>Edi&ccedil;&atilde;o: F&aacute;bio Massalli</em></p> <p> Todo o conte&uacute;do deste site est&aacute; publicado sob a Licen&ccedil;a Creative Commons Atribui&ccedil;&atilde;o 3.0 Brasil. Para reproduzir as mat&eacute;rias &eacute; necess&aacute;rio apenas dar cr&eacute;dito &agrave; <strong>Ag&ecirc;ncia Brasil</strong></p> Economia FMI guido mantega Olivier Blanchard política fiscal brasileira relatório do FMI Thu, 24 Oct 2013 18:10:01 +0000 fabio.massalli 733638 at https://memoria.ebc.com.br/agenciabrasil/