falta de serviços https://memoria.ebc.com.br/agenciabrasil//taxonomy/term/177098/all pt-br Ministra diz que índios devem ter acesso a serviços públicos, mesmo vivendo em áreas sob disputa https://memoria.ebc.com.br/agenciabrasil//noticia/2013-10-22/ministra-diz-que-indios-devem-ter-acesso-servicos-publicos-mesmo-vivendo-em-areas-sob-disputa <p style="margin-bottom: 0cm">Alex Rodrigues<br /> <i>Rep&oacute;rter Ag&ecirc;ncia Brasil </i></p> <p> Bras&iacute;lia - A indefini&ccedil;&atilde;o jur&iacute;dica quanto &agrave; posse das terras reivindicadas como territ&oacute;rios tradicionais ind&iacute;genas n&atilde;o pode servir como desculpa para que o Poder P&uacute;blico, especialmente governos locais, deixe de garantir aos &iacute;ndios brasileiros outros direitos b&aacute;sicos como educa&ccedil;&atilde;o e sa&uacute;de. O alerta &eacute; da ministra da Secretaria dos Direitos Humanos da Presid&ecirc;ncia da Rep&uacute;blica, Maria do Ros&aacute;rio, ao participar hoje (22) do 1&ordm; F&oacute;rum Direitos e Cidadania na Vis&atilde;o de Crian&ccedil;as e Adolescentes Guarani-Kaiow&aacute;.</p> <p style="margin-bottom: 0cm">&quot;Temos tido dificuldades para que as autoridades locais garantam outros direitos [al&eacute;m do usufruto da terra ind&iacute;gena]. Muitas vezes, o argumento &eacute; que, como a &aacute;rea n&atilde;o est&aacute; demarcada, determinados benef&iacute;cios n&atilde;o devem ser entregues para que os &iacute;ndios n&atilde;o permane&ccedil;am no local [em disputa]. S&oacute; que esses &iacute;ndios s&atilde;o cidad&atilde;os brasileiros, detentores de direitos b&aacute;sicos que t&ecirc;m de ser assegurados&quot;, declarou a ministra.</p> <p> &quot;Ainda que um povo ind&iacute;gena n&atilde;o tenha sua &aacute;rea demarcada, ele n&atilde;o deixa de ter direito ao alimento, &agrave; sa&uacute;de, ao acompanhamento [social]. Suas crian&ccedil;as t&ecirc;m direito &agrave; escola, por exemplo&quot;, acrescentou a ministra. Ela qualifica de &ldquo;ileg&iacute;timo&rdquo; o argumento de que seria uma irresponsabilidade com os recursos p&uacute;blicos construir uma escola ou posto de sa&uacute;de em uma &aacute;rea reivindicada como territ&oacute;rio tradicional ind&iacute;gena que a Justi&ccedil;a, ao fim de um longo processo judicial, pode julgar que n&atilde;o pertence &agrave; comunidade ind&iacute;gena.</p> <p> &quot;Essa disputa judicial leva muito tempo e n&atilde;o pode gerar efeitos definitivamente danosos a essas crian&ccedil;as, condenando-as a uma inf&acirc;ncia sem escolas. Essas pessoas, essas crian&ccedil;as t&ecirc;m outros direitos [al&eacute;m do usufruto da terra] e, embora o governo federal repasse recursos e possa apoiar, garantir esses direitos &eacute; uma responsabilidade dos governos locais&quot;, concluiu a ministra.</p> <p> Diante das queixas dos adolescentes de cinco aldeias guaranis-kaiow&aacute;s de Mato Grosso do Sul levados a participar do evento, em Bras&iacute;lia, a representante do Minist&eacute;rio da Educa&ccedil;&atilde;o no f&oacute;rum, Suzana Grillo, garantiu que os impedimentos legais que impossibilitavam que escolas ind&iacute;genas fossem constru&iacute;das em &aacute;reas em disputa judicial j&aacute; foram eliminados, pois violavam a Constitui&ccedil;&atilde;o Federal, que determina que a educa&ccedil;&atilde;o &eacute; um direito fundamental que deve ser garantido a todos.</p> <p> &quot;N&atilde;o h&aacute; mais a exig&ecirc;ncia de que a terra tenha que ter sido regularizada para que uma escola seja constru&iacute;da. Isso foi mudado&quot;, disse a representante do MEC, para a surpresa do membro da Aty Guasu (esp&eacute;cie de colegiado que re&uacute;ne as lideran&ccedil;as guaranis-kaiow&aacute;s), Valdomiro Osvaldo Aquino, e da pr&oacute;pria ministra Maria do Ros&aacute;rio.</p> <p> &quot;A gente ouve do governo estadual [de Mato Grosso do Sul] que a terra n&atilde;o est&aacute; demarcada e que, por isso, ele n&atilde;o d&aacute; comida, n&atilde;o d&aacute; escola para as crian&ccedil;as, que t&ecirc;m que estudar fora da aldeia&quot;, disse Aquino.</p> <p style="margin-bottom: 0cm">&quot;Eu mesma j&aacute; ouvi esse argumento. Parece que at&eacute; o alimento que enviamos, muitas vezes, n&atilde;o chega [&agrave;s ocupa&ccedil;&otilde;es e acampamentos]. E ouvi que n&atilde;o chega porque a terra n&atilde;o pertence aos &iacute;ndios&quot;, acrescentou a ministra, antes de o assessor do Minist&eacute;rio do Esporte, Rivelino Pereira de Souza, confirmar que muitos prefeitos e governadores usam tais argumentos para &quot;travar a chegada de pol&iacute;ticas p&uacute;blicas&quot; a comunidades ind&iacute;genas, principalmente para as que est&atilde;o disputando a posse de terras.</p> <p style="margin-bottom: 0cm">&quot;Por isso &eacute; importante uma escola nas aldeias. Uma escola cujo curr&iacute;culo contemple, al&eacute;m de informa&ccedil;&otilde;es sobre os direitos garantidos a todos os cidad&atilde;os brasileiros, tamb&eacute;m sobre os direitos espec&iacute;ficos dos povos ind&iacute;genas&quot;, comentou Suzana. &quot;O territ&oacute;rio &eacute; a base para que os &iacute;ndios mantenham seu modo de vida, suas tradi&ccedil;&otilde;es, mas a regulariza&ccedil;&atilde;o e a efetiva&ccedil;&atilde;o do direito &agrave; terra n&atilde;o impede o acesso a direitos fundamentais como a educa&ccedil;&atilde;o e a sa&uacute;de&quot;.</p> <p style="margin-bottom: 0cm"><em>Edi&ccedil;&atilde;o: Davi Oliveira</em></p> <p style="margin-bottom: 0cm"><em>Todo o conte&uacute;do deste site est&aacute; publicado sob a Licen&ccedil;a Creative Commons Atribui&ccedil;&atilde;o 3.0 Brasil. &Eacute; necess&aacute;rio apenas dar cr&eacute;dito &agrave; </em><em><i><b>Ag&ecirc;ncia Brasil</b></i></em></p> 1º Fórum Direitos e Cidadania na Visão de Crianças e Adolescentes Guarani-Kaiowá áreas em disputa Cidadania conflito agrário conflito de terras direitos indígenas falta de educação falta de saúde falta de serviços ministra Maria do Rosário Tue, 22 Oct 2013 17:45:11 +0000 davi.oliveira 733422 at https://memoria.ebc.com.br/agenciabrasil/