campo de Dadaab https://memoria.ebc.com.br/agenciabrasil//taxonomy/term/176150/all pt-br Exposição do Médicos sem Fronteiras monta campo de refugiados em parque da zona sul do Rio https://memoria.ebc.com.br/agenciabrasil//noticia/2013-10-09/exposicao-do-medicos-sem-fronteiras-monta-campo-de-refugiados-em-parque-da-zona-sul-do-rio <p>Cristina Indio do Brasil<br /> <em>Rep&oacute;rter da Ag&ecirc;ncia Brasil</em><br /> &nbsp;<br /> <a href="http://agenciabrasil.ebc.com.br/galeria/2013-10-08/exposicao-no-rio-mostra-vida-em-campo-de-refugiados-do-quenia"><img alt="" src="https://memoria.ebc.com.br/agenciabrasil//sites/_agenciabrasil/files/imagecache/300x225/gallery_assist/26/gallery_assist732415/prev/ABr081013_DSC9869.jpg" style="width: 300px; height: 225px; margin: 4px; float: right;" /></a>Rio de janeiro - Uma &aacute;rea do Parque Lage, no Jardim Bot&acirc;nico, zona sul do Rio de Janeiro, foi transformada em um campo de refugiados pela organiza&ccedil;&atilde;o M&eacute;dicos sem Fronteiras (MSF). At&eacute; domingo (13) o p&uacute;blico que visitar a exposi&ccedil;&atilde;o a c&eacute;u aberto poder&aacute; receber informa&ccedil;&otilde;es sobre cuidados de sa&uacute;de prestados a pessoas que s&atilde;o obrigadas a sair dos seus pa&iacute;ses devido a conflitos armados e persegui&ccedil;&otilde;es por motivos pol&iacute;ticos, ra&ccedil;a, religi&atilde;o ou nacionalidade e passam a viver em acampamentos de refugiados. A exposi&ccedil;&atilde;o foi levada pela organiza&ccedil;&atilde;o a outros pa&iacute;ses, mas &eacute; a primeira vez que &eacute; montada na Am&eacute;rica Latina.</p> <p> Atualmente, de acordo com M&eacute;dicos sem Fronteiras, baseado em dados do Alto Comissariado da Organiza&ccedil;&atilde;o das Na&ccedil;&otilde;es Unidas&nbsp; para Refugiados, cerca de 16,4 milh&otilde;es de pessoas est&atilde;o refugiadas em outros pa&iacute;ses e obtiveram status de refugiados ou aguardam decis&atilde;o sobre solicita&ccedil;&atilde;o de asilo.</p> <p> Logo na entrada da exposi&ccedil;&atilde;o, o visitante recebe um cart&atilde;o com o nome e a hist&oacute;ria de um refugiado. A ideia, segundo a diretora-geral do MSF do Brasil, Susana de Deus, &eacute; que o visitante assuma a identidade do refugiado e conhe&ccedil;a os trabalhos feitos nos projetos. O p&uacute;blico passa por r&eacute;plicas das estruturas usadas nos campos do MSF para atendimento b&aacute;sico de sa&uacute;de, vacina&ccedil;&atilde;o, banheiros sem vasos sanit&aacute;rios, o sistema para distribui&ccedil;&atilde;o de &aacute;gua, tratamento para crian&ccedil;as com desnutri&ccedil;&atilde;o severa e o acolhimento feito pelos psic&oacute;logos.</p> <p> <a href="http://agenciabrasil.ebc.com.br/galeria/2013-10-08/exposicao-no-rio-mostra-vida-em-campo-de-refugiados-do-quenia"><img alt="" src="https://memoria.ebc.com.br/agenciabrasil//sites/_agenciabrasil/files/imagecache/300x225/gallery_assist/26/gallery_assist732415/prev/ABr081013_DSC9887.jpg" style="width: 300px; height: 225px; margin: 4px; float: left;" /></a>&ldquo;&Eacute; para que o p&uacute;blico se sinta na pele daquele refugiado e pelo que ele passou, podendo visualizar o tamanho da casa que uma fam&iacute;lia tem que ficar, o tipo de atendimento que recebe dentro de tendas, o tipo de banheiros que s&atilde;o fornecidos para cerca de 20 pessoas. Enfim saber o que acontece dentro de um campo e, ao mesmo tempo, poder escutar dos profissionais do M&eacute;dicos sem Fronteiras o atendimento que a pessoa vai receber&rdquo;, disse Suzana &agrave; <strong>Ag&ecirc;ncia Brasil.</strong><br /> &nbsp;<br /> A banc&aacute;ria aposentada Rossana Sales aproveitou que a filha Luiza e a amigua dela de escola, Paloma Ferrara, n&atilde;o tinham aula e foi com as meninas de 11 anos &agrave; exposi&ccedil;&atilde;o. Ao levar as meninas, a ex-banc&aacute;ria queria que elas tivessem contato com uma realidade diferente do que costumam viver. &ldquo;Crian&ccedil;as com um n&iacute;vel m&eacute;dio de vida &agrave;s vezes reclamam de muita coisa. E por isso precisam ver o quanto outras pessoas sofrem por n&atilde;o ter nada&rdquo;, disse.</p> <p> Para Rossana tamb&eacute;m acabou sendo surpreendente. A personagem dela foi Fatuma Badel, uma m&atilde;e de 8 filhos que fugiu de Buale, na Som&aacute;lia, e foi viver no campo de Dadaab, no Qu&ecirc;nia. O acampamento &eacute; o maior (abriga cerca de 407 mil refugiados) e mais antigo do mundo (completou 20 anos). Emocionada, ela disse que n&atilde;o conseguiu entrar na cabana improvisada com galhos de &aacute;rvore que costuma ser usada temporariamente quando os refugiados chegam aos acampamentos e n&atilde;o h&aacute; espa&ccedil;o nas tendas dos campos. &ldquo;Como m&atilde;e eu vi uma pessoa que n&atilde;o conseguia dar nada para o filho comer e nem um teto. N&atilde;o consegui entrar na cabana. &Eacute; muito dif&iacute;cil e tem que improvisar enquanto n&atilde;o consegue ir para o acampamento e l&aacute; tamb&eacute;m ningu&eacute;m sai porque n&atilde;o tem para onde ir&rdquo;, comentou.&nbsp;</p> <p> <a href="http://agenciabrasil.ebc.com.br/galeria/2013-10-08/exposicao-no-rio-mostra-vida-em-campo-de-refugiados-do-quenia"><img alt="" src="https://memoria.ebc.com.br/agenciabrasil//sites/_agenciabrasil/files/imagecache/300x225/gallery_assist/26/gallery_assist732415/prev/ABr081013_DSC0007.jpg" style="width: 300px; height: 225px; margin: 4px; float: right;" /></a>Na visita Paloma lembrou que enfrentou um terremoto no Chile. Ela contou que muitos meses depois da experi&ecirc;ncia, apesar de estar em seguran&ccedil;a em casa no Brasil, ainda tinha sensa&ccedil;&otilde;es de medo causadas pelas dificuldades que passou. &ldquo;Depois do terremoto e de tudo balan&ccedil;ando, come&ccedil;ou a faltar comida. As pessoas invadiram os supermercados, n&atilde;o tinha &aacute;gua e a sopa era ruim, &aacute;gua com or&eacute;gano. Era a &uacute;nica que tinha, a&iacute; tive que comer&rdquo;, lembra.</p> <p> Paloma disse que por ter passado por esta dificuldade entendeu as informa&ccedil;&otilde;es que recebeu na barraca de apoio psicol&oacute;gico. Nos campos, os refugiados passam por este trabalho com profissionais para superar traumas sofridos nos locais de onde fugiram.</p> <p> A personagem que Luiza representou era uma crian&ccedil;a da Maurit&acirc;nia. A menina achou a experi&ecirc;ncia interessante, mas sentiu tristeza. &ldquo;Eu gostei, mas achei muito triste. &Eacute; uma situa&ccedil;&atilde;o que nunca passei na vida. Deve ser muito dif&iacute;cil viver assim, sem sa&uacute;de, nada&rdquo;, disse.</p> <p> O administrador e empres&aacute;rio Marcos Leit&atilde;o &eacute; um dos profissionais do MSF que d&atilde;o informa&ccedil;&otilde;es ao p&uacute;blico no acampamento no Parque Lage. Ele se interessou pelo trabalho da organiza&ccedil;&atilde;o na &eacute;poca do terremoto do Haiti. Marcos divide o tempo durante o ano entre a empresa no interior de S&atilde;o Paulo e os projetos do MSF. O primeiro projeto que participou foi no Niger, na &Aacute;frica.</p> <p> <a href="http://agenciabrasil.ebc.com.br/galeria/2013-10-08/exposicao-no-rio-mostra-vida-em-campo-de-refugiados-do-quenia"><img alt="" src="https://memoria.ebc.com.br/agenciabrasil//sites/_agenciabrasil/files/imagecache/300x225/gallery_assist/26/gallery_assist732415/prev/ABr081013_DSC9914.jpg" style="width: 300px; height: 225px; margin: 4px; float: left;" /></a>&ldquo;J&aacute; fui para oito deles [projetos] e quando volto cuido um pouco da sa&uacute;de, porque &agrave;s vezes ela est&aacute; bem debilitada. A gente precisa de um tempo para&nbsp; se cuidar e depois eu volto para o trabalho em um outro projeto&rdquo;, explicou.&nbsp;</p> <p> A fisioterapeuta Let&iacute;cia Pokorny tamb&eacute;m est&aacute; na exposi&ccedil;&atilde;o. Ela chegou h&aacute; pouco tempo de um acampamento na S&iacute;ria. Durante seis semanas trabalhou com feridos por queimaduras provocadas por combust&iacute;veis usados para gerar energia. Let&iacute;cia, que est&aacute; no M&eacute;dicos sem Fronteiras desde 2008, disse que apesar de ter passado por tantos projetos n&atilde;o deixa de se comover com algumas situa&ccedil;&otilde;es.</p> <p> Com l&aacute;grimas nos olhos a fisioterapeuta lembrou da recupera&ccedil;&atilde;o de um rapaz s&iacute;rio, que tinha mais de 40% do corpo queimados e n&atilde;o fazia mais os movimentos da m&atilde;o. Depois de muito exerc&iacute;cio ele conseguiu come&ccedil;ar a comer sozinho. A m&atilde;e, que no come&ccedil;o pediu para ter cuidado porque o filho sofria muitas dores, agradeceu quando viu o avan&ccedil;o do rapaz.</p> <p> <a href="http://agenciabrasil.ebc.com.br/galeria/2013-10-08/exposicao-no-rio-mostra-vida-em-campo-de-refugiados-do-quenia"><img alt="" src="https://memoria.ebc.com.br/agenciabrasil//sites/_agenciabrasil/files/imagecache/300x225/gallery_assist/26/gallery_assist732415/prev/ABr081013_DSC9948.jpg" style="width: 300px; height: 225px; margin: 4px; float: right;" /></a>&ldquo;Quando ela se deu conta de que ele estava conseguindo comer sozinho, sentar na cama e at&eacute; caminhar, ela chorou de emo&ccedil;&atilde;o. Primeiro ela chorou de tens&atilde;o e medo e depois de emo&ccedil;&atilde;o. E eu fui junto. Eu sempre choro&rdquo;, disse emocionada.&nbsp;</p> <p> O M&eacute;dicos sem Fronteiras, criada por m&eacute;dicos e jornalistas em 1971, &eacute; uma organiza&ccedil;&atilde;o humanit&aacute;ria internacional que al&eacute;m de prestar cuidados de sa&uacute;de, denuncia o sofrimento dos pacientes e os obst&aacute;culos que impedem as possibilidades de ajuda. Atualmente existem projetos em mais de 70 pa&iacute;ses com o envolvimento de cerca de 34 mil profissionais de todo o mundo. Entre outras &aacute;reas eles prestam assist&ecirc;ncia m&eacute;dica e participam de a&ccedil;&otilde;es de log&iacute;stica, administrativa, finan&ccedil;as e comunica&ccedil;&atilde;o.</p> <p> <em>F&aacute;bio Massalli</em></p> <p> Todo o conte&uacute;do deste site est&aacute; publicado sob a Licen&ccedil;a Creative Commons Atribui&ccedil;&atilde;o 3.0 Brasil. Para reproduzir a mat&eacute;ria, &eacute; necess&aacute;rio apenas dar cr&eacute;dito &agrave; <strong>Ag&ecirc;ncia Brasil</strong></p> campo de Dadaab campo de refugiados chile Cultura exposição Mauritânia. Médicos Sem Fronteiras no Quênia. onu Rio de Janeio Wed, 09 Oct 2013 20:25:33 +0000 fabio.massalli 732532 at https://memoria.ebc.com.br/agenciabrasil/