mario lago https://memoria.ebc.com.br/agenciabrasil//taxonomy/term/175837/all pt-br Festival do Rio apresenta documentários sobre Mario Lago e Cauby https://memoria.ebc.com.br/agenciabrasil//noticia/2013-10-06/festival-do-rio-apresenta-documentarios-sobre-mario-lago-e-cauby <p>Paulo Virgilio<br /> <em>Rep&oacute;rter da Ag&ecirc;ncia Brasil</em></p> <p> <img alt="" src="https://memoria.ebc.com.br/agenciabrasil//sites/_agenciabrasil/files/imagecache/300x225/gallery_assist/26/gallery_assist715269/prev/Doc.%20M%C3%A1rio%20Lago%20-%201%20%282000x1524%29.jpg" style="width: 300px; height: 225px; margin: 4px; float: right;" />Rio de Janeiro - Vitrine anual da produ&ccedil;&atilde;o recente do cinema brasileiro, a Premi&egrave;re Brasil traz em sua programa&ccedil;&atilde;o nesta edi&ccedil;&atilde;o do Festival do Rio dois document&aacute;rios que abordam importantes artistas da m&uacute;sica popular brasileira que tiveram profunda liga&ccedil;&atilde;o com a hist&oacute;ria da <strong>R&aacute;dio Nacional </strong>do Rio de Janeiro<strong>. </strong><em>Mario Lago, </em>de Marco Abujamra e Mark&atilde;o de Oliveira, teve sua pr&eacute;-estreia nacional ontem no Cine Odeon Petrobras. Hoje (6), &agrave;s 19h15, no mesmo cinema, ser&aacute; a vez da sess&atilde;o de gala de <em>Cauby &ndash; Come&ccedil;aria Tudo Outra Vez,</em> filme do cineasta Nelson Hoineff.</p> <p> Selecionado para a mostra <em>Retratos</em>, da Premi&egrave;re Brasil, o filme de Abujamra e Oliveira &eacute; uma cinebiografia de Mario Lago (1911-2002), compositor, ator, radialista, autor teatral e tamb&eacute;m militante pol&iacute;tico. Com vasto material de arquivo, incluindo algumas raridades, o document&aacute;rio leva o espectador a um passeio de 96 minutos pela vida de Lago, conduzido pelo pr&oacute;prio artista.</p> <p> &ldquo;O mais dif&iacute;cil foi escolher o que ia ficar de fora, entre as cenas incr&iacute;veis que reunimos&rdquo;, conta o diretor Mark&atilde;o de Oliveira. Entre as imagens raras, o document&aacute;rio resgata o conjunto vocal norte-americano Andrews Sisters cantando a marcha carnavalesca <em>Aurora</em>, composta por Mario Lago e Roberto Roberti, no filme <em>Hold That Ghost</em>, de 1941.</p> <p> Entre os depoimentos, destaca-se o do ator Lima Duarte, que conta o in&iacute;cio da amizade entre os dois na R&aacute;dio Tupi e a conviv&ecirc;ncia de ambos nos tempos de bo&ecirc;mia. O document&aacute;rio tem cenas rodadas no est&uacute;dio de radioteatro da <strong>R&aacute;dio Nacional, </strong>no antigo pr&eacute;dio da emissora, na Pra&ccedil;a Mau&aacute;, com depoimentos dos radialistas Daisy Lucidi e Gerdal dos Santos, contempor&acirc;neos de M&aacute;rio Lago na fase &aacute;urea da emissora.</p> <p> Os 25 anos de carreira de Lago na televis&atilde;o s&atilde;o retratados com cenas das novelas em que ele atuou. A participa&ccedil;&atilde;o do ator no cinema, em filmes como <em>Terra em Transe, </em>de Glauber Rocha, tamb&eacute;m n&atilde;o foi esquecida.</p> <p> &ldquo;Nos quisemos tra&ccedil;ar um painel de toda a trajet&oacute;ria dele, mas tivemos que sacrificar muita coisa para n&atilde;o prejudicar o ritmo do filme. Conseguir passar para a tela tudo o que Mario Lago representou foi um grande desafio&rdquo;, diz Mark&atilde;o, diretor e fot&oacute;grafo que tem v&aacute;rios document&aacute;rios em seu curr&iacute;culo, entre eles <em>A Vida &Eacute; um Sopro </em>(2007), sobre Oscar Niemeyer.&nbsp;</p> <p> Militante comunista, M&aacute;rio Lago foi preso sete vezes por motivos pol&iacute;ticos e teve seus direitos pol&iacute;ticos cassados pela ditadura militar. De acordo com o diretor, o document&aacute;rio procurou ressaltar a coexist&ecirc;ncia do militante com o bo&ecirc;mio na personalidade do artista. &ldquo;Ele era militante com muita firmeza e ao mesmo tempo um <em>bon vivant</em>, que vivia intensamente a vida do Rio de Janeiro.Esta foi uma faceta muito interessante do Mario Lago&rdquo;, destaca Mark&atilde;o de Oliveira.&nbsp;</p> <p> Vers&otilde;es de poesias de Lago musicadas por Lenine e Arnaldo Antunes completam o filme. Mario Lago ter&aacute; mais duas exibi&ccedil;&otilde;es no festival, no domingo (6), &agrave;s 16h, no Ponto Cine, em Guadalupe, zona norte do Rio, e na segunda-feira (7), &agrave;s 14h, no Oi Futuro Ipanema, na zona sul. Segundo o diretor, dever&aacute; chegar &agrave;s salas de exibi&ccedil;&atilde;o no pr&oacute;ximo</p> <p><img alt="" src="https://memoria.ebc.com.br/agenciabrasil//sites/_agenciabrasil/files/imagecache/300x225/gallery_assist/26/gallery_assist715269/prev/CAUBY_03.JPG" style="width: 300px; height: 225px; margin: 4px; float: left;" />Um dos quatro document&aacute;rios de longa-metragem selecionados para a categoria <em>hors-concours</em> da Premi&egrave;re Brasil, <em>Cauby &ndash; Come&ccedil;aria Tudo Outra Vez, </em>retrata um personagem que, com mais de 80 anos, continua em plena atividade e mant&eacute;m inalterado sua voz e seu carisma. Cauby Peixoto &eacute; o &uacute;ltimo expoente de uma gera&ccedil;&atilde;o de grandes cantores revelados nos anos 40 e 50, a era de ouro do r&aacute;dio brasileiro.</p> <p> Quem teve ideia a levar para o cinema a trajet&oacute;ria desse que &eacute; considerado por muitos colegas de profiss&atilde;o o maior cantor brasileiro de todos os tempos foi o pr&oacute;prio diretor Nelson Hoineff, cineasta que tem se destacado por seus document&aacute;rios sobre personalidades controversas, como Santos Dumont, Chacrinha e Paulo Francis. &ldquo;Comecei a pensar no filme h&aacute; muitos anos, quando assisti a um <em>show </em>de Cauby aqui no Rio. Demorei a fazer o filme, foi uma negocia&ccedil;&atilde;o lenta&rdquo;, conta Hoineff.</p> <p> Ao longo de 90 minutos, o filme procura desvendar a lenda Cauby, um artista que desafia o tempo e faz de sua carreira um constante recome&ccedil;o. H&aacute; mais de dez anos vivendo em S&atilde;o Paulo, Cauby Peixoto se apresenta regularmente, &agrave;s segundas-feiras, no Bar Brahma, no centro da capital paulista. &ldquo;Os <em>shows </em>est&atilde;o sempre repletos, com um p&uacute;blico que vai desde octogen&aacute;rios a uma garotada de 20 e poucos anos&rdquo;, diz o cineasta.</p> <p> A idolatria que cercava o cantor nos anos dourados da <strong>R&aacute;dio Nacional </strong>&eacute; um dos destaques do filme. O cerco das f&atilde;s, que chegavam a rasgar as roupas de Cauby,&nbsp; era incentivado pelo empres&aacute;rio do cantor, Di Veras.</p> <p> &ldquo;Ele inventava coisas como vestir o Cauby com um terno s&oacute; parcialmente costurado para facilitar as f&atilde;s rasgarem a roupa. O Di Veras de certa forma inventou o mito Cauby. Botar aquelas mo&ccedil;as todas gritando o nome dele, agarrando. O Cauby &eacute; um talento sem paralelo, mas esse talento precisou de uma ajuda de <em>marketing </em>muito forte e o Di Veras foi o grande propulsor disso&rdquo;, conta Hoineff.</p> <p> Na vis&atilde;o do diretor, foi justamente esse <em>marketing </em>o que faltou para Cauby, em sua tentativa de uma carreira internacional nos Estados Unidos, no fim da d&eacute;cada de 50, com o nome art&iacute;stico de Ron Coby. &ldquo;O filme tem v&aacute;rios depoimentos de pessoas sobre os motivos que levaram o cantor a n&atilde;o ter o sucesso esperado no exterior&rdquo;, diz.</p> <p> Para Hoineff, Cauby Peixoto &eacute; um profissional singular e um personagem enigm&aacute;tico. &ldquo;Ele se dedica 24 horas por dia &agrave; sua arte. A qualquer momento em que voc&ecirc; vai na casa dele, ele est&aacute; estudando m&uacute;sica como se fosse um iniciante. &Eacute; tamb&eacute;m muito r&iacute;gido em seus hor&aacute;rios e h&aacute;bitos.N&atilde;o bebe nem uma gota de vinho, tem uma alimenta&ccedil;&atilde;o toda balanceada&rdquo;, observa.</p> <p> Depois da pr&eacute;-estreia <em>Cauby &ndash; Come&ccedil;aria Tudo Outra Vez</em> ter&aacute; mais duas exibi&ccedil;&otilde;es no festival, na ter&ccedil;a-feira (8), &agrave;s 16h, no Ponto Cine, em Guadalupe, zona norte, e na quarta-feira (9), &agrave; 1h, no Oi Futuro Ipanema, na zona sul. Depois, ser&aacute; levado a outros festivais de cinema, antes de come&ccedil;ar sua carreira comercial nas salas de exibi&ccedil;&atilde;o de todo o pa&iacute;s.</p> <p> <em>Edi&ccedil;&atilde;o: F&aacute;bio Massalli</em></p> <p> Todo o conte&uacute;do deste site est&aacute; publicado sob a Licen&ccedil;a Creative Commons Atribui&ccedil;&atilde;o 3.0 Brasil. Para reproduzir as mat&eacute;rias &eacute; necess&aacute;rio apenas dar cr&eacute;dito &agrave; <strong>Ag&ecirc;ncia Brasil</strong></p> aurora cauby peixoto Cultura documentário era de ouro do rádio mario lago Rádio Nacional Sun, 06 Oct 2013 15:25:00 +0000 fabio.massalli 732246 at https://memoria.ebc.com.br/agenciabrasil/