Gleba Suiá Missú https://memoria.ebc.com.br/agenciabrasil//taxonomy/term/172169/all pt-br Fogo consome quase 20% da Terra Indígena Marãiwatsédé https://memoria.ebc.com.br/agenciabrasil//noticia/2013-08-22/fogo-consome-quase-20-da-terra-indigena-maraiwatsede <p>Alex Rodrigues<br /> <em>Rep&oacute;rter Ag&ecirc;ncia Brasil </em></p> <p>Bras&iacute;lia &ndash; Cerca de 20% dos 165 mil hectares da terra ind&iacute;gena xavante Mar&atilde;iwats&eacute;d&eacute; foram consumidos ao longo do &uacute;ltimo m&ecirc;s por focos de inc&ecirc;ndios que, segundo o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renov&aacute;veis (Ibama), t&ecirc;m origem criminosa. Um hectare corresponde a 10 mil metros quadrados, o equivalente a um campo de futebol oficial.</p> <p>De acordo com o Ibama, a estimativa &eacute; que ao menos 31 mil hectares&nbsp;haviam sido queimados at&eacute; a &uacute;ltima sexta-feira (16), o que representa 18% da &aacute;rea. Brigadistas do Centro Especializado de Preven&ccedil;&atilde;o e Combate a Inc&ecirc;ndios Florestais (Prevfogo), do instituto, foram enviados ao local para tentar controlar os focos de inc&ecirc;ndio, mas enfrentam dificuldades para trabalhar em fun&ccedil;&atilde;o da &ldquo;a&ccedil;&atilde;o criminosa de v&acirc;ndalos, que est&atilde;o ateando fogo em v&aacute;rias partes da terra ind&iacute;gena&rdquo;, conforme informou o Ibama. A presen&ccedil;a policial&nbsp;foi requisitada.</p> <p>Com base em dados de sat&eacute;lites usados para monitorar os focos de calor na regi&atilde;o, os t&eacute;cnicos do Prevfogo identificaram, nos &uacute;ltimos 30 dias, 120 focos de inc&ecirc;ndio no interior da &aacute;rea ind&iacute;gena. A maioria pr&oacute;ximo &agrave;s rodovias que cortam ou circundam a &aacute;rea ind&iacute;gena. Al&eacute;m dos danos ao meio ambiente, o Ibama alerta para os riscos que as queimadas oferecem para a comunidade ind&iacute;gena e para as propriedades existentes fora dos limites de Mar&atilde;iwats&eacute;d&eacute;.</p> <p>O cacique Dami&atilde;o disse que a suspeita recai sobre antigos posseiros da &aacute;rea, pessoas que, tempos depois de serem retiradas do local, voltaram a se instalar no interior da terra ind&iacute;gena com o pretexto de reivindicar serem alojadas em um local adequado.</p> <p>&ldquo;&Eacute; fogo criminoso. N&atilde;o temos d&uacute;vida nenhuma de que s&atilde;o as pessoas retiradas da &aacute;rea que agora est&atilde;o dando problemas. Est&aacute; queimando tudo. Duas pontes&nbsp;foram queimadas&rdquo;, disse Dami&atilde;o, comentando que embora os pr&oacute;prios &iacute;ndios tenham organizado patrulhas para ajudar a impedir o ingresso de n&atilde;o &iacute;ndios, n&atilde;o conseguem deter os criminosos. &ldquo;A &aacute;rea &eacute; grande e eles sabem quando n&atilde;o t&ecirc;m nenhum de n&oacute;s por perto&rdquo;.</p> <p>Segundo o secret&aacute;rio nacional de Articula&ccedil;&atilde;o Social, da Presid&ecirc;ncia da Rep&uacute;blica, Paulo Maldos, o governo federal n&atilde;o vai permitir que os antigos posseiros retornem ao local. &ldquo;Aquela &eacute; uma &aacute;rea ind&iacute;gena consolidada. O Incra ofereceu aos antigos posseiros [que se encaixam no perfil de benefici&aacute;rios de programas de reforma agr&aacute;ria], mas muitos nem chegaram a visitar o local e recusaram&quot;.</p> <p>A reserva fica na regi&atilde;o norte de Mato Grosso, a cerca de 1 mil quil&ocirc;metros de Cuiab&aacute; (MT). Antes, era conhecida como Gleba Sui&aacute; Miss&uacute;, alus&atilde;o a antiga fazenda de mesmo nome, criada com a ajuda dos &iacute;ndios que, at&eacute; ent&atilde;o, viviam na regi&atilde;o. Embora o Estado brasileiro tenha reconhecido e homologado a &aacute;rea como territ&oacute;rio tradicional ind&iacute;gena em 1998, s&oacute; <a href="http://agenciabrasil.ebc.com.br/noticia/2013-01-29/forca-tarefa-conclui-desocupacao-de-area-indigena-em-mato-grosso">em janeiro </a>deste ano o governo conseguiu concluir&nbsp;a retirada dos <a href="http://agenciabrasil.ebc.com.br/noticia/2013-08-22/indios-cobram-de-ministros-mais-agilidade-na-criacao-de-terras-indigenas">n&atilde;o &iacute;ndios </a>do local. A&ccedil;&atilde;o que, hoje (22), os ministros da Justi&ccedil;a, Jos&eacute; Eduardo Cardozo, e da Secretaria-Geral da Rep&uacute;blica, Gilberto Carvalho, classificaram&nbsp;&nbsp;como uma &quot;verdadeira opera&ccedil;&atilde;o de guerra&quot;.</p> <p>&nbsp;</p> <p><em>Edi&ccedil;&atilde;o: Beto Coura<br /> Todo o conte&uacute;do deste site est&aacute; publicado sob a Licen&ccedil;a Creative Commons Atribui&ccedil;&atilde;o 3.0 Brasil. Para reproduzir as mat&eacute;rias &eacute; necess&aacute;rio apenas dar cr&eacute;dito &agrave; <strong>Ag&ecirc;ncia Brasil</strong></em></p> Cacique Damião Centro Especializado de Prevenção e Combate a Incêndios Florestais gilberto carvalho Gleba Suiá Missú Ibama José Eduardo Cardozo Marãiwatsédé Nacional Paulo Maldos Prevfogo Thu, 22 Aug 2013 21:38:34 +0000 alberto.coura 728780 at https://memoria.ebc.com.br/agenciabrasil/