informações mentirosas https://memoria.ebc.com.br/agenciabrasil//taxonomy/term/171698/all pt-br Trabalhadores na saúde de São Paulo defendem reestruturação do SUS https://memoria.ebc.com.br/agenciabrasil//noticia/2013-08-19/trabalhadores-na-saude-de-sao-paulo-defendem-reestruturacao-do-sus <p><img alt="" src="https://memoria.ebc.com.br/agenciabrasil//ckfinder/userfiles/images/raioXbanner%281%29." style="width: 730px; height: 150px;" /></p> <p> Camila Maciel<br /> <em>Rep&oacute;rter da Ag&ecirc;ncia Brasil</em></p> <p> S&atilde;o Paulo - Apesar de reconhecerem as dificuldades resultantes da m&aacute; distribui&ccedil;&atilde;o dos m&eacute;dicos no estado, entidades representativas do setor de sa&uacute;de destacam que para avaliar integralmente o servi&ccedil;o prestado &eacute; fundamental observar as condi&ccedil;&otilde;es de infraestrutura dispon&iacute;veis. Relat&oacute;rios de visitas t&eacute;cnicas feitas pelo Sindicato dos Trabalhadores P&uacute;blicos da Sa&uacute;de em S&atilde;o Paulo (Sindsa&uacute;de), entre mar&ccedil;o de 2012 e julho deste ano, apontam, entre outras falhas, estruturas com rachaduras, vazamentos, armazenagem inadequada de medicamentos, descarte irregular de material e risco de contamina&ccedil;&atilde;o para trabalhadores.</p> <p> Uma das situa&ccedil;&otilde;es mais delicadas foi verificada no Hospital Leonor Mendes Barros, no bairro Belenzinho, zona leste da capital. O documento da inspe&ccedil;&atilde;o feito em julho aponta a presen&ccedil;a de fezes de rato em algumas instala&ccedil;&otilde;es. &quot;&Eacute; uma quest&atilde;o muito s&eacute;ria. Constatamos que h&aacute; ind&iacute;cio de um animal transmissor de doen&ccedil;as dentro de um hospital. O que a gente observou &eacute; que existem unidades mais prec&aacute;rias e outras menos, mas todas apresentam problemas&quot;, criticou Gerv&aacute;sio Foganholi, presidente do sindicato.</p> <p> Na unidade do Belenzinho foi identificado tamb&eacute;m risco de inc&ecirc;ndio em um setor de caldeira j&aacute; desativado, pois, segundo o Sindsa&uacute;de, o &oacute;leo foi jogado no piso e coberto com p&oacute; de serra, mas o local continuou encharcado. Os trabalhadores relataram ainda a aus&ecirc;ncia de extintores. &quot;Tem que existir uma pol&iacute;tica de recursos humanos propositiva, que d&ecirc; suporte, principalmente, &agrave; aten&ccedil;&atilde;o b&aacute;sica, mas tamb&eacute;m tem que ter melhoria das condi&ccedil;&otilde;es de estrutura. &Eacute; esse conjunto que precisa ser resolvido&quot;, destacou Foganholi.</p> <p> O Hospital Regional de Assis, munic&iacute;pio do oeste paulista a cerca de 440 quil&ocirc;metros da capital, apresentou, em outubro de 2012, descarte inadequado de lixo hospitalar, como seringas, na sala de enfermagem e ambulat&oacute;rios. No hospital, o sindicato observou armazenagem inadequada de materiais de inala&ccedil;&atilde;o, teto com infiltra&ccedil;&atilde;o e funcion&aacute;rios no exerc&iacute;cio das fun&ccedil;&otilde;es sem equipamentos de prote&ccedil;&atilde;o individual (EPI), como m&aacute;scara, luva e touca.</p> <p> Situa&ccedil;&atilde;o parecida foi encontrada no Hospital Heli&oacute;polis, no bairro Sacom&atilde;, zona sul de S&atilde;o Paulo. Entre as irregularidades identificadas, o Sindsa&uacute;de destacou a n&atilde;o utiliza&ccedil;&atilde;o de EPI, infiltra&ccedil;&otilde;es no dep&oacute;sito de armazenamento de rem&eacute;dios e falta de local adequado para descarte de material de cirurgia. O relat&oacute;rio aponta, inclusive, descarte de sangue em vaso sanit&aacute;rio. &quot;N&oacute;s defendemos a exist&ecirc;ncia do Sesmt [Servi&ccedil;o Especializado em Engenharia de Seguran&ccedil;a e em Medicina do Trabalho] em todas as unidades, mas n&atilde;o &eacute; o que observamos&quot;, disse o presidente do sindicato.</p> <p> Os relat&oacute;rios feitos pela entidade sindical foram produzidos com base em visitas a 14 unidades de sa&uacute;de sob responsabilidade do governo estadual, na Grande S&atilde;o Paulo e em algumas cidades do interior. Os resultados de sete hospitais foram apresentados em uma audi&ecirc;ncia, no &uacute;ltimo m&ecirc;s de junho, da Comiss&atilde;o de Sa&uacute;de da Assembleia Legislativa. &quot;Avaliamos que esse era o melhor espa&ccedil;o, porque aglutina representa&ccedil;&otilde;es do governo [do estado] e tamb&eacute;m da sociedade civil. Ao final desse trabalho, vamos protocolar o documento no Minist&eacute;rio P&uacute;blico tamb&eacute;m&quot;, informou o sindicalista.</p> <p> Uma fiscaliza&ccedil;&atilde;o do Conselho Regional de Medicina do Estado de S&atilde;o Paulo (Cremesp), divulgada em junho deste ano, tamb&eacute;m aponta um cen&aacute;rio preocupante. A vistoria feita em 71 prontos-socorros do estado constatou que 57,7% deles t&ecirc;m macas com pacientes nos corredores; 66,2% enfrentam dificuldade de encaminhar pacientes para outros servi&ccedil;os de refer&ecirc;ncia e 57,7% est&atilde;o com equipes m&eacute;dicas incompletas.</p> <p> O documento mostra, ainda, que em 59,2% das salas de emerg&ecirc;ncia falta algum tipo de material. &ldquo;As conclus&otilde;es [obtidas a partir] do levantamento revelam falhas graves dos servi&ccedil;os de urg&ecirc;ncia e emerg&ecirc;ncia, que colocam a popula&ccedil;&atilde;o em risco e n&atilde;o oferecem aos m&eacute;dicos condi&ccedil;&otilde;es m&iacute;nimas e adequadas de trabalho&rdquo;, diz o texto. Do total de unidades fiscalizadas, 30 s&atilde;o prontos-socorros p&uacute;blicos municipais, 22 filantr&oacute;picos, 16 p&uacute;blicos estaduais e tr&ecirc;s privados.</p> <p> Para Otelo Chino, diretor do Sindicato dos M&eacute;dicos de S&atilde;o Paulo (Simesp), a dificuldade em deslocar m&eacute;dicos &agrave;s &aacute;reas perif&eacute;ricas, sejam elas no interior do pa&iacute;s ou em bairros mais distantes dos centros urbanos, &eacute; justificada, em parte, pelos problemas de infraestrutura encontrados nas unidades. &quot;&Eacute; evidente que faltam m&eacute;dicos, mas temos que saber o porqu&ecirc;. J&aacute; &eacute; sabido que os locais onde n&atilde;o t&ecirc;m uma qualifica&ccedil;&atilde;o para o atendimento, os m&eacute;dicos n&atilde;o ficam. D&ecirc; uma condi&ccedil;&atilde;o estrutural melhor e eles atendem ao chamado&quot;, avaliou.</p> <p> Procurada pela<strong> Ag&ecirc;ncia Brasil</strong> para comentar os relat&oacute;rios, a Secretaria Estadual de Sa&uacute;de disse que o Sindsa&uacute;de faz oposi&ccedil;&atilde;o sistem&aacute;tica ao governo de S&atilde;o Paulo e, por isso, questiona a veracidade dos dados apresentados. O &oacute;rg&atilde;o diz estranhar a escolha dos hospitais para a vistoria, tendo em vista que foram selecionadas unidades localizadas &quot;em pr&eacute;dios mais antigos&quot;.</p> <p> Em nota, a Secretaria de Sa&uacute;de informa que o estado possui unidades mais modernas, como o Instituto do C&acirc;ncer do Estado de S&atilde;o Paulo e o Instituto Dante Pazzanese de Cardiologia. A secretaria destaca investimentos da ordem de R$ 80 milh&otilde;es, desde 2011, na recupera&ccedil;&atilde;o de hospitais e centros de sa&uacute;de.</p> <p> Sobre o Hospital Heli&oacute;polis, o &oacute;rg&atilde;o informa se tratar de um pr&eacute;dio com cerca de 45 anos, que, eventualmente, apresenta problemas com infiltra&ccedil;&otilde;es. &quot;No entanto, &eacute; importante deixar claro que o pr&eacute;dio passa por manuten&ccedil;&otilde;es peri&oacute;dicas, como troca de telhas, reparos em encanamentos e consertos de m&oacute;veis e equipamentos&quot;. A secretaria nega que haja falta de local adequado para o descarte de material de cirurgia, ou que ocorra descarte de sangue no vaso sanit&aacute;rio. &quot;Essas informa&ccedil;&otilde;es s&atilde;o absurdas e mentirosas&quot;, assinala a nota.</p> <p> O governo estadual tamb&eacute;m nega que seringas s&atilde;o descartadas de maneira impr&oacute;pria no Hospital Regional de Assis. Considera inver&iacute;dica ainda que profissionais n&atilde;o utilizem uniformes adequados. Em rela&ccedil;&atilde;o ao Hospital Leonor Mendes de Barros, a secretaria informou que &eacute; feito o procedimento de desratiza&ccedil;&atilde;o quinzenalmente e que o &uacute;ltimo procedimento foi feito em 29 de julho. Sobre a caldeira, o problema de vazamento de &oacute;leo foi reparado de acordo com normas de seguran&ccedil;a, com a aplica&ccedil;&atilde;o de serragem no local para a absor&ccedil;&atilde;o do &oacute;leo. O local encontra-se atualmente sem qualquer vest&iacute;gio de &oacute;leo ou serragem. O &oacute;rg&atilde;o destaca, tamb&eacute;m, que no local existem hidrantes e extintores para qualquer emerg&ecirc;ncia.</p> <p> Sobre as equipes do Sesmt, a secretaria esclarece que segue as normas que regulamentam a presen&ccedil;a de profissionais do setor de medicina do trabalho de acordo com a quantidade de funcion&aacute;rios que atuam em cada unidade e o risco existente em cada ambiente. Al&eacute;m disso, h&aacute; treinamento espec&iacute;fico de todos os funcion&aacute;rios para que as normas sejam cumpridas.</p> <p> <em>Edi&ccedil;&atilde;o: Marcos Chagas</em></p> <p> <em>Todo o conte&uacute;do deste site est&aacute; publicado sob a Licen&ccedil;a Creative Commons Atribui&ccedil;&atilde;o 3.0 Brasil. 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