Promotoria de Justiça de Defesa do Consumidor https://memoria.ebc.com.br/agenciabrasil//taxonomy/term/169445/all pt-br Escola no DF poderá devolver parte das mensalidades por aumento abusivo https://memoria.ebc.com.br/agenciabrasil//noticia/2013-07-28/escola-no-df-podera-devolver-parte-das-mensalidades-por-aumento-abusivo <p>Mariana Tokarnia<br /> <em>Rep&oacute;rter da Ag&ecirc;ncia Brasil</em></p> <p>Bras&iacute;lia &ndash; Uma grande escola particular de Bras&iacute;lia pode ter que devolver parte da mensalidade paga este ano. Nos &uacute;ltimos dez anos, seria a segunda vez que algo parecido acontece, segundo o sindicato das escolas particulares. O motivo s&atilde;o supostos reajustes abusivos investigados pelo Minist&eacute;rio P&uacute;blico do Distrito Federal em parceria com a Ordem dos Advogados do Brasil (OAB-DF) e a Associa&ccedil;&atilde;o de Pais de Alunos das Institui&ccedil;&otilde;es de Ensino (Aspa-DF).</p> <p>A escola ainda ser&aacute; notificada, por isso, o Minist&eacute;rio P&uacute;blico n&atilde;o divulgou o nome da institui&ccedil;&atilde;o. Os dirigentes da escola teriam aplicado reajuste em 2012, para come&ccedil;ar a valer em 2013, 14% acima dos custos de manuten&ccedil;&atilde;o. A inten&ccedil;&atilde;o &eacute; firmar um acordo para que a escola devolva o equivalente ao poss&iacute;vel abuso aos pais dos alunos ou desconte o valor nas pr&oacute;ximas mensalidades. Uma reuni&atilde;o deve ser agendada em agosto.</p> <p>A escola &eacute; uma das 13 investigadas pelo Minist&eacute;rio P&uacute;blico por aumento abusivo nas mensalidades. O reajuste anual, explica o chefe da 1&ordf; Promotoria de Justi&ccedil;a de Defesa do Consumidor, Paulo Roberto Binicheski, deve ser baseado no aumento registrado na planilha de custos. O que se verifica, no entanto, s&atilde;o aumentos nas mensalidades que v&atilde;o de 12% a 18% de um ano para o outro, valores acima da infla&ccedil;&atilde;o sofrida pelos itens consumidos. Segundo ele, no mesmo per&iacute;odo, h&aacute; aumentos no rendimento das institui&ccedil;&otilde;es que v&atilde;o at&eacute; 40%.</p> <p>&ldquo;As escolas poderiam melhor aproveitar os rendimentos de forma a repassar isso tamb&eacute;m para os pais dos alunos e com isso diminuir a mensalidade&rdquo;, diz Binicheski. No Distrito Federal s&atilde;o mais de 450 escolas particulares. Como n&atilde;o &eacute; poss&iacute;vel acompanhar todas, Binicheski pede para que a comunidade denuncie os abusos.</p> <p>O advogado Rubens Santoro Neto &eacute; um dos pais indignados. &ldquo;O meu sal&aacute;rio e o da minha esposa n&atilde;o acompanham os aumentos da escola das crian&ccedil;as. Muito pelo contr&aacute;rio. Felizmente, temos um im&oacute;vel que podemos alugar, e com o dinheiro pagar a escola&rdquo;, diz Neto, que tem dois filhos em escola particular. Deixar de investir o dinheiro &eacute; algo impens&aacute;vel. &ldquo;Essas despesas s&atilde;o necess&aacute;rias para uma pessoa que quer educar o filho para viver em um mundo globalizado&rdquo;, acrescenta.</p> <p>A presidenta da Comiss&atilde;o do Direito do Consumidor da OAB-DF, Ildecer Amorim, atribui as altas mensalidades &agrave; m&eacute;dia salarial brasiliense. &ldquo;Tudo no DF &eacute; mais caro&rdquo;, diz. &ldquo;Os pais querem dar uma boa educa&ccedil;&atilde;o aos filhos e as escolas oferecem, mas abusam dos lucros. &Eacute; inaceit&aacute;vel que uma institui&ccedil;&atilde;o de ensino tenha um lucro de 40%. Ela presta um servi&ccedil;o que &eacute; um direito da popula&ccedil;&atilde;o&rdquo;.</p> <p>O posicionamento &eacute; compartilhado pela Aspa-DF. &ldquo;Estamos falando de um servi&ccedil;o p&uacute;blico prestado por particulares. Um empres&aacute;rio que investe nesse ramo tem que ter responsabilidade social&rdquo;, diz o presidente da associa&ccedil;&atilde;o, Luis Claudio Megiorin.</p> <p>O conselheiro jur&iacute;dico do Sindicato dos Estabelecimentos Particulares de Ensino, Henrique de Mello Franco, diz que caso esteja provado que a institui&ccedil;&atilde;o cometeu algum tipo de abuso, ela deve se retratar. Mas que o resultado da investiga&ccedil;&atilde;o n&atilde;o reflete uma pr&aacute;tica da categoria. &ldquo;Foram encontradas irregularidades em uma institui&ccedil;&atilde;o. Quando uma das institui&ccedil;&otilde;es se porta mal, ela prejudica a imagem da categoria. &Eacute; a pr&oacute;pria escola que tem que se desculpar&rdquo;.</p> <p>Quanto aos aumentos, ele os explica n&atilde;o apenas pelos aumentos no item escola, que comp&otilde;e o &Iacute;ndice de Pre&ccedil;os ao Consumidor Amplo (IPCA), mas tamb&eacute;m pelos aumentos nos gastos com pessoal. &ldquo;Os insumos aumentaram al&eacute;m da infla&ccedil;&atilde;o m&eacute;dia e as escolas n&atilde;o t&ecirc;m alternativa a n&atilde;o ser repassar aos consumidores&rdquo;.</p> <p>A investiga&ccedil;&atilde;o est&aacute; em curso e, segundo Minist&eacute;rio P&uacute;blico, podem ser encontradas irregularidades em 12 escolas. O grupo investiga tamb&eacute;m aumentos em mensalidades de sete institui&ccedil;&otilde;es de ensino superior privadas, algumas dos mesmos donos das escolas.</p> <p>&nbsp;</p> <p> <em>Edi&ccedil;&atilde;o: Beto Coura<br /> Todo o conte&uacute;do deste site est&aacute; publicado sob a Licen&ccedil;a Creative Commons Atribui&ccedil;&atilde;o 3.0 Brasil. Para reproduzir as mat&eacute;rias &eacute; necess&aacute;rio apenas dar cr&eacute;dito &agrave; <strong>Ag&ecirc;ncia Brasil</strong></em></p> Aspa Associação de Pais de Alunos das Instituições de Ensino Comissão do Direito do Consumidor da OAB-DF Educação Henrique de Mello Franco Ildecer Amorim Luis Claudio Megiorin Ministério Público do Distrito Federal OAB-DF Ordem dos Advogados do Brasil seccional Distrito Federal Paulo Roberto Binicheski Promotoria de Justiça de Defesa do Consumidor Sindicato dos Estabelecimentos Particulares de Ensino Sun, 28 Jul 2013 16:07:37 +0000 alberto.coura 726755 at https://memoria.ebc.com.br/agenciabrasil/