reformulação da Igreja https://memoria.ebc.com.br/agenciabrasil//taxonomy/term/168707/all pt-br Discursos do papa vão refletir reformulação da Igreja, avalia o teólogo Leonardo Boff https://memoria.ebc.com.br/agenciabrasil//noticia/2013-07-21/discursos-do-papa-vao-refletir-reformulacao-da-igreja-avalia-teologo-leonardo-boff <p><img alt="" src="http://agenciabrasil.ebc.com.br/ckfinder/userfiles/images/Banners e selos/JMJ2013-banner-730-150.png" style="width: 730px; height: 150px;" /></p> <p> Cristina Indio do Brasil<br /> <em>Rep&oacute;rter da Ag&ecirc;ncia Brasil</em></p> <p> Rio de Janeiro &ndash; Os discursos que o papa Francisco vai fazer durante a Jornada Mundial da Juventude (JMJ) devem tratar de temas como dignidade, justi&ccedil;a social, solidariedade, direitos humanos, combate &agrave; pobreza e &agrave; corrup&ccedil;&atilde;o, ecologia e consumismo. A avalia&ccedil;&atilde;o &eacute; do te&oacute;logo e professor Leonardo Boff, para quem os t&oacute;picos representam a linha que o papa pretende seguir para transformar a Igreja Cat&oacute;lica.</p> <p> &quot;Creio que ele vai prolongar o discurso que j&aacute; era caracter&iacute;stico dele como cardeal em Buenos Aires, dizendo que a pobreza n&atilde;o se combate com a filantropia, se combate com justi&ccedil;a social. E ele disse mais, disse que nenhuma solu&ccedil;&atilde;o &eacute; eficaz para os pobres se ela n&atilde;o incluir os pr&oacute;prios pobres&quot;, disse em entrevista &agrave; <strong>Ag&ecirc;ncia Brasil</strong>.</p> <p> Para o te&oacute;logo, nessa que ser&aacute; a primeira viagem internacional do papa Francisco, o pont&iacute;fice deve abordar nos pronunciamentos atitudes concretas para a reformula&ccedil;&atilde;o da Igreja, como apura&ccedil;&atilde;o das den&uacute;ncias de irregularidades no Banco do Vaticano e toler&acirc;ncia zero aos ped&oacute;filos. &quot;&Eacute; um crime que deve ter como puni&ccedil;&atilde;o pelo menos de oito a doze anos de pris&atilde;o. O papa j&aacute; dep&ocirc;s a diretoria do Banco do Vaticano e j&aacute; est&aacute; preso o tesoureiro que transportou, da Su&iacute;&ccedil;a para a It&aacute;lia, em um avi&atilde;ozinho, 20 milh&otilde;es de euros. Ent&atilde;o &eacute; um homem que n&atilde;o &eacute; s&oacute; o franciscano, da ternura e fraterno com todo mundo, mas &eacute; tamb&eacute;m o jesu&iacute;ta, que pode ter a m&atilde;o forte&rdquo;.</p> <p> Leonardo Boff assinala que Francisco n&atilde;o deve propor mudan&ccedil;as de forma autorit&aacute;ria. &ldquo;Ele sabe que pode ter muita resist&ecirc;ncia na C&uacute;ria, por isso convocou oito cardeais vindos do mundo inteiro para juntos, de forma colegiada &ndash; e n&atilde;o mon&aacute;rquica e solitariamente &ndash; dirigir a Igreja e encabe&ccedil;ar a reforma. Ele se armou de uma estrat&eacute;gia poderosa para que se sinta apoiado. Seguramente ele vai limpar a C&uacute;ria Romana dos malfeitos que havia l&aacute; dentro de crimes de desvio de dinheiro&quot;, explicou.</p> <p> Na avalia&ccedil;&atilde;o do professor, o papa vai usar o exemplo pessoal ao pregar apoio aos pobres, tema que, na opini&atilde;o de Boff, ser&aacute; mais um ponto forte nos discursos da Jornada. &quot;Creio que vamos ter uma Igreja mais simples, mais na linha da espiritualidade franciscana, longe dos pal&aacute;cios. Ele n&atilde;o mora no Pal&aacute;cio do Vaticano, mora na casa dos h&oacute;spedes, come com todo mundo, renunciou a todos os t&iacute;tulos de poder&rdquo;.</p> <p> O professor acredita que a origem latino-americana do papa Francisco tamb&eacute;m &eacute; um sinal de mudan&ccedil;as que devem ocorrer na Igreja. &ldquo;&Eacute; o primeiro papa do terceiro mundo e seguramente vai inaugurar uma dinastia de papas que vir&atilde;o da &Aacute;frica da &Aacute;sia e da Am&eacute;rica latina, onde vivem 60% dos cat&oacute;licos. Acho que come&ccedil;a uma nova hist&oacute;ria da Igreja, com um novo estilo de papado: n&atilde;o mais imperial, mon&aacute;rquico, mas sim pastoral. Ele est&aacute; mostrando isso. O tempo &eacute; curto para ver as consequ&ecirc;ncias, mas todo mundo est&aacute; se realinhando &agrave; forma mais comedida e simples que ele est&aacute; inaugurando&quot;, disse.</p> <p> Sobre as recentes manifesta&ccedil;&otilde;es populares no pa&iacute;s, Leonardo Boff destacou que o papa deve manifestar o desejo de que as autoridades brasileiras ou&ccedil;am as demandas dos jovens, que pedem melhor qualidade de vida para o povo. &quot;A causa deles &eacute; justa e est&aacute; conforme o Evangelho. (&hellip;) Creio que o papa vai fazer um apelo tamb&eacute;m &agrave;s autoridades para que escute os cidad&atilde;os e n&atilde;o governe de costas para o povo. Acho que ele &eacute; um homem corajoso, que fala a verdade. N&atilde;o usa met&aacute;foras e nem discursos vaporizados, que v&atilde;o escondendo as contradi&ccedil;&otilde;es. Ele fala sobre as contradi&ccedil;&otilde;es e sobre a nossa responsabilidade em resolv&ecirc;-las&quot;, analisou.</p> <p> O te&oacute;logo n&atilde;o acredita que a vinda do papa possa despertar protestos ou manifesta&ccedil;&otilde;es. &quot;Os jovens j&aacute; entenderam que ele [o papa] est&aacute; do lado deles e n&atilde;o contra eles. O povo brasileiro &eacute; acolhedor e hospitaleiro, n&atilde;o far&aacute; manifesta&ccedil;&otilde;es contra o papa. Haver&aacute; manifesta&ccedil;&otilde;es ao estilo do que houve at&eacute; agora, sem aux&iacute;lio de partido e sem movimentos identificados. &Eacute; o povo que est&aacute; na rua reclamando outro tipo de governo, outro tipo de democracia, outro tipo de rela&ccedil;&atilde;o para com a popula&ccedil;&atilde;o, que n&atilde;o seja esta autorit&aacute;ria, mediada por pol&iacute;ticos corruptos. Essas manifesta&ccedil;&otilde;es poder&atilde;o continuar e o papa seguramente vai entender e apoiar isso. Seguramente v&atilde;o abrir ala e aplaudir o papa. (&hellip;) N&atilde;o temo que haja dist&uacute;rbios, pelo contr&aacute;rio: ser&aacute; muito emblem&aacute;tica a presen&ccedil;a dele. Ele &eacute; Francisco. Francisco n&atilde;o &eacute; um nome. &Eacute; um projeto de Igreja: diferente, unida, popular, pobre e amante da natureza, chamando todos os seres, como chamava S&atilde;o Francisco, de irm&atilde;os e irm&atilde;s. Irm&atilde;os e irm&atilde;s a gente trata bem, cuida e n&atilde;o entra em conflito com eles&quot;, concluiu.</p> <p> <em>Edi&ccedil;&atilde;o: Denise Griesinger</em></p> <p> Todo o conte&uacute;do deste site est&aacute; publicado sob a Licen&ccedil;a Creative Commons Atribui&ccedil;&atilde;o 3.0 Brasil. 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