aulas a pacientes https://memoria.ebc.com.br/agenciabrasil//taxonomy/term/168673/all pt-br Hospitais de SP oferecem educação a crianças que fazem tratamento contra o câncer https://memoria.ebc.com.br/agenciabrasil//noticia/2013-07-21/hospitais-de-sp-oferecem-educacao-criancas-que-fazem-tratamento-contra-cancer <p> Elaine Patricia Cruz<br /> <em>Rep&oacute;rter da Ag&ecirc;ncia Brasil</em></p> <p> S&atilde;o Paulo &ndash; Em uma sala de paredes coloridas e repleta de brinquedos, livros e materiais escolares, Mateus, que tem apenas 5 anos, se concentra na pintura de um desenho do Mickey. &Eacute; o personagem que ele mais gosta de colorir, conta &agrave; <strong>Ag&ecirc;ncia Brasil</strong>. Com um l&aacute;pis de cor verde, o menino vai colorindo perfeitamente o desenho do personagem, sem borr&otilde;es.</p> <p> Mateus, que &eacute; perfeccionista e costuma rasgar o papel se observa alguma falha na pintura, est&aacute; em tratamento contra uma leucemia identificada h&aacute; tr&ecirc;s meses. A sala de paredes coloridas onde ele brinca integra a Ala de Pediatria do Hospital A.C. Camargo Cancer Center, localizado no bairro Liberdade, em S&atilde;o Paulo.</p> <p> O hospital, que &eacute; especialista no tratamento contra o c&acirc;ncer, &eacute; pioneiro no pa&iacute;s a oferecer educa&ccedil;&atilde;o para as crian&ccedil;as que est&atilde;o l&aacute; internadas ou fazem tratamento ou acompanhamento contra o c&acirc;ncer, como &eacute; o caso de Mateus.</p> <p> &ldquo;A escolinha distrai. Gra&ccedil;as &agrave; escolinha, o tempo aqui dentro [passa]: n&atilde;o parece que voc&ecirc; est&aacute; dentro de um hospital. Durante seis meses ele n&atilde;o vai poder frequentar a escola dele. Ele se afastou da escola, dos amigos. Na escolinha, ele acaba se socializando com outras crian&ccedil;as e faz amigos. Com isso, o tempo acaba passando e [o tratamento] n&atilde;o fica t&atilde;o penoso. Ele gosta muito&rdquo;, contou Glaucia Xisto, m&atilde;e de Mateus.</p> <p> A escola no hospital foi criada em 1987 com o objetivo de ajudar no tratamento da crian&ccedil;a contra o c&acirc;ncer e oferecer um suporte a elas, enquanto precisam ficar distantes das escolas regulares. No A.C. Camargo, as aulas hospitalares s&atilde;o dadas por 16 professores da rede p&uacute;blica, tanto municipais quanto estaduais. A aula hospitalar costuma atender uma m&eacute;dia de 15 crian&ccedil;as por dia, em um trabalho que &eacute; desenvolvido em conjunto com os pais.</p> <p> &ldquo;As professoras fazem contato com as escolas e seguem os par&acirc;metros curriculares. Mas &eacute; claro que n&atilde;o ser&atilde;o desenvolvidas atividades como em uma escola regular at&eacute; porque eles n&atilde;o ficam aqui o per&iacute;odo em que ficam em uma escola regular. A escola hospitalar vai suprir, na verdade, o contato, a intera&ccedil;&atilde;o do ser humano com outro ser humano&rdquo;, disse Ana Maria Kuninari, gerente educacional do Hospital A.C. Camargo.</p> <p> Desde que foi criada, as aulas na escola s&oacute; foram suspensas por um &uacute;nico m&ecirc;s, em janeiro de 1995, por determina&ccedil;&atilde;o das autoridades p&uacute;blicas. A experi&ecirc;ncia de recesso escolar, no entanto, mostrou que, no m&ecirc;s em que as aulas n&atilde;o ocorreram, o uso de medicamentos para dor aumentou at&eacute; 60%. Assim, percebeu-se que as aulas s&atilde;o fundamentais para o tratamento das crian&ccedil;as e a equipe m&eacute;dica de pediatria do hospital decidiu ent&atilde;o encaminhar um relat&oacute;rio &agrave;s autoridades p&uacute;blicas, pedindo para que as f&eacute;rias coletivas deixassem de ser obrigat&oacute;rias, o que foi aprovado.</p> <p> As aulas em hospitais como complemento das escolas regulares s&atilde;o, hoje, realizadas em v&aacute;rios outros lugares. No Hospital S&atilde;o Paulo da Universidade Federal de S&atilde;o Paulo (Unifesp), os conte&uacute;dos das aulas da Escola M&oacute;vel &ndash; projeto desenvolvido junto ao Grupo de Apoio ao Adolescente e &agrave; Crian&ccedil;a com C&acirc;ncer (Graac), s&atilde;o definidos pelos professores do hospital em contato com os professores das escolas regulares dos alunos. L&aacute;, os alunos t&ecirc;m aulas de diversas disciplinas, como Matem&aacute;tica e F&iacute;sica. Cerca de 270 crian&ccedil;as s&atilde;o atendidas por m&ecirc;s na Escola M&oacute;vel.</p> <p> &ldquo;A Escola M&oacute;vel &eacute; um setor do hospital que existe desde 2000. Temos a preocupa&ccedil;&atilde;o tanto de atender as crian&ccedil;as quanto de formar os professores. O atendimento &eacute; individual e feito a crian&ccedil;as de todo o Brasil&rdquo;, explicou Am&aacute;lia Covic, coordenadora da Escola M&oacute;vel e formadora de professores para atua&ccedil;&atilde;o em atendimento escolar.</p> <p> Segundo ela, a primeira etapa &eacute; pedir uma autoriza&ccedil;&atilde;o para os pais da crian&ccedil;a. Depois, os 12 professores da unidade entram em contato com as escolas dessas crian&ccedil;as para combinar as atividades que ser&atilde;o desenvolvidas nos diversos setores do hospital, seja na quimioterapia, nas brinquedotecas ou na interna&ccedil;&atilde;o.</p> <p> &ldquo;A Escola M&oacute;vel &eacute; uma escola de passagem. &Eacute; um momento da vida dela [da crian&ccedil;a]. Fazemos a rela&ccedil;&atilde;o entre o que era antes dela vir fazer o tratamento e quando ela vai voltar &agrave; escola de novo. A ideia &eacute; que ela volte depois &agrave; escola de origem&rdquo;, acrescentou.</p> <p> A rotina escolar da crian&ccedil;a segue a rotina do tratamento. &ldquo;Quem fica mais no hospital &eacute; o aluno que faz transplante de medula &oacute;ssea porque fica praticamente 40 dias internado. Excetuando-se esse caso, geralmente a crian&ccedil;a vem duas vezes por semana ou &agrave;s vezes pode vir uma semana toda e pular outras duas&rdquo;, explicou a coordenadora da Escola M&oacute;vel.</p> <p> Em ambos os hospitais a escola hospitalar &eacute; oferecida gratuitamente, como parte do tratamento. &ldquo;Os resultados s&atilde;o positivos. Se n&atilde;o estiv&eacute;ssemos aqui, essas crian&ccedil;as perderiam, no m&iacute;nimo, um ano escolar. Mas n&atilde;o &eacute; s&oacute; a perda de ano. Tem a pr&oacute;pria significa&ccedil;&atilde;o do que faz parte da vida da crian&ccedil;a e uma delas &eacute; estar estudando. Ent&atilde;o, manter esse v&iacute;nculo &eacute; bastante saud&aacute;vel&rdquo;, disse Am&aacute;lia.</p> <p> <em>Edi&ccedil;&atilde;o: Denise Griesinger</em></p> <p> Todo o conte&uacute;do deste site est&aacute; publicado sob a Licen&ccedil;a Creative Commons Atribui&ccedil;&atilde;o 3.0 Brasil. Para reproduzir o material, &eacute; necess&aacute;rio apenas dar cr&eacute;dito &agrave; <strong>Ag&ecirc;ncia Brasil</strong></p> Amália Covic aulas a pacientes Cidadania Escola Móvel Graac Grupo de Apoio ao Adolescente e à Criança com Câncer Hospial A.C. Camargo Cancer Center Hospital São Paulo Universidade Federal de São Paulo Sun, 21 Jul 2013 17:04:38 +0000 deniseg 726112 at https://memoria.ebc.com.br/agenciabrasil/