má qualidade https://memoria.ebc.com.br/agenciabrasil//taxonomy/term/167191/all pt-br Transporte público ruim afeta saúde, educação e cultura da população, dizem especialistas https://memoria.ebc.com.br/agenciabrasil//noticia/2013-07-06/transporte-publico-ruim-afeta-saude-educacao-e-cultura-da-populacao-dizem-especialistas <p><img alt="" src="https://memoria.ebc.com.br/agenciabrasil//sites/_agenciabrasil/files/imagecache/300x225/gallery_assist/27/gallery_assist724677/prev/ABr280613_TNG9647.jpg" style="width: 300px; height: 225px; margin: 3px; float: right;" />Pedro Peduzzi<br /> <em>Rep&oacute;rter da Ag&ecirc;ncia Brasil</em></p> <p> Bras&iacute;lia &ndash; Os efeitos negativos de um transporte p&uacute;blico caro e de m&aacute; qualidade n&atilde;o est&atilde;o restritos &agrave; quest&atilde;o da mobilidade urbana. Prejudicam tamb&eacute;m outras &aacute;reas vitais para a vida do cidad&atilde;o, como sa&uacute;de, educa&ccedil;&atilde;o, finan&ccedil;as e cultura. Especialistas e integrantes do Movimento Passe Livre (MPL) consultados pela <strong>Ag&ecirc;ncia Brasil</strong> avaliam que a mobilidade urbana est&aacute; diretamente relacionada &agrave; qualidade de vida, al&eacute;m de ser um dos maiores causadores de estresse da vida das pessoas.</p> <p> &ldquo;&Eacute; um trauma para todo mundo. Principalmente para quem fica em p&eacute;, duas horas, crucificado, com algu&eacute;m tentando pegar bolsa, apalpar. N&atilde;o &eacute; &agrave; toa que as pessoas est&atilde;o preferindo usar motocicletas, mesmo que isso represente risco a pr&oacute;pria integridade f&iacute;sica por causa dos acidentes, e n&atilde;o &eacute; &agrave; toa que essas manifesta&ccedil;&otilde;es conseguiram tantas ades&otilde;es&rdquo;, disse &agrave; <strong>Ag&ecirc;ncia Brasil</strong> o doutor em pol&iacute;ticas de transporte pela Universidade Dortmund, na Alemanha e professor do Departamento de Engenharia Civil e Ambiental da Universidade de Bras&iacute;lia (UnB), Joaquim Arag&atilde;o.</p> <p> As manifesta&ccedil;&otilde;es citadas pelo especialista foram iniciadas pelo MPL em S&atilde;o Paulo. O movimento tem, como um de seus interlocutores, o professor de hist&oacute;ria Lucas Monteiro. &ldquo;Defendemos Tarifa Zero porque, al&eacute;m de ser a &uacute;nica forma de as pessoas terem acesso &agrave; cidade, o transporte p&uacute;blico beneficia &aacute;reas vitais como sa&uacute;de e educa&ccedil;&atilde;o. Por isso j&aacute; imagin&aacute;vamos que nossa luta se espalharia pelo pa&iacute;s, mas n&atilde;o que iria alcan&ccedil;ar a dimens&atilde;o que alcan&ccedil;ou&rdquo;, disse &agrave; <strong>Ag&ecirc;ncia Brasil</strong>.</p> <p> De acordo com o representante do MPL, o incentivo ao uso de transportes individuais causa tamb&eacute;m problemas como aumento da polui&ccedil;&atilde;o e do n&uacute;mero de atropelamentos, o que resulta em mais gastos e problemas para a sa&uacute;de p&uacute;blica. Dados do Minist&eacute;rio da Sa&uacute;de mostram que, em 2010, 42.844 pessoas morreram nas estradas e ruas do pa&iacute;s. Desse total, 10.820 acidentes envolveram motos. No mesmo ano, o gasto total do Sistema &Uacute;nico de Sa&uacute;de (SUS) com acidentes de tr&acirc;nsito foi R$ 187 milh&otilde;es. S&oacute; com interna&ccedil;&atilde;o de motociclistas foram gastos R$ 85,5 milh&otilde;es.</p> <p> Al&eacute;m disso, acrescenta Monteiro, diversos tratamentos de sa&uacute;de deixam de ser feitos porque os pacientes n&atilde;o t&ecirc;m condi&ccedil;&otilde;es de pagar pelo deslocamento. E o problema relacionado &agrave; falta de condi&ccedil;&otilde;es para custear os transportes tamb&eacute;m afeta o direto e a qualidade da educa&ccedil;&atilde;o.</p> <p> &ldquo;Frequentei muitas &agrave;s escolas p&uacute;blicas. &Eacute; comum alunos faltarem aulas por n&atilde;o terem dinheiro para ir &agrave; escola. Al&eacute;m do mais, direito &agrave; educa&ccedil;&atilde;o n&atilde;o est&aacute; restrito a apenas ir &agrave; escola ou ao banco escolar. Os estudantes precisam ter acesso &agrave; cultura, a visitar museus. E, sem circular, n&atilde;o h&aacute; como ter acesso a isso. A grande maioria n&atilde;o vai ao centro da cidade, museus, centros culturais para complementar sua forma&ccedil;&atilde;o&rdquo;, disse Monteiro.</p> <p> Segundo Arag&atilde;o, dificuldades para mobilidade urbana afetam diretamente o rendimento escolar de jovens e crian&ccedil;as, que ficam cansados e com o sono sacrificado. &ldquo;&Eacute; um fator a mais a prejudicar o rendimento, al&eacute;m da qualidade de instala&ccedil;&otilde;es do ensino p&uacute;blico. Da mesma forma, afeta tamb&eacute;m a evas&atilde;o escolar, a forma&ccedil;&atilde;o de profissionais e a produtividade do pa&iacute;s&rdquo;, disse o especialista.</p> <p> &ldquo;A mobilidade bloqueia inclusive a vida social do cidad&atilde;o de baixa renda, que fica sem acesso a entretenimento, cultura e lazer. Esses s&atilde;o privil&eacute;gios das pessoas motorizadas. Uma fam&iacute;lia de quatro pessoas que queira se deslocarem da periferia at&eacute; um parque no centro da cidade gastar&aacute; R$24, caso a passagem unit&aacute;ria custe R$3. Para quem recebe sal&aacute;rio m&iacute;nimo, isso &eacute; imposs&iacute;vel&rdquo;, disse.</p> <p> Arquiteto, urbanista e especialista em transporte p&uacute;blico, Jaime Lerner diz que por tr&aacute;s das manifesta&ccedil;&otilde;es iniciadas pelo MPL est&aacute; o descr&eacute;dito nas pol&iacute;ticas p&uacute;blicas e a falta de respostas &agrave; sociedade, sobre os diversos servi&ccedil;os p&uacute;blicos prestados a ela. &ldquo;E tudo fica mais f&aacute;cil em todas as &aacute;reas quando se tem um bom transporte p&uacute;blico&rdquo;, disse o ex-prefeito de Curitiba (PR).</p> <p> Muitas das mobilidades foram anunciadas sem sequer estudar a pr&oacute;pria cidade, avalia Lerner. Segundo ele, &eacute; importante entender a cidade como um sistema de estrutura de vida, trabalho, movimento e mobilidade juntos. No fundo, acrescenta, faltam decis&otilde;es pol&iacute;ticas, e, em geral, essas decis&otilde;es s&atilde;o voltadas para solu&ccedil;&otilde;es mais caras.</p> <p> &ldquo;O Brasil &eacute; r&aacute;pido em fazer coisa errada e demorado em fazer a coisa certa&rdquo;, disse. &ldquo;Sustentabilidade &eacute; equa&ccedil;&atilde;o entre o que voc&ecirc; poupa e o que voc&ecirc; desperdi&ccedil;a. Portanto, se tiver de se deslocar por dist&acirc;ncias cada vez maiores, &eacute; &oacute;bvio que a coisa n&atilde;o vai funcionar&rdquo;.</p> <p> <em>Edi&ccedil;&atilde;o: F&aacute;bio Massalli</em></p> <p> Todo o conte&uacute;do deste site est&aacute; publicado sob a Licen&ccedil;a Creative Commons Atribui&ccedil;&atilde;o 3.0 Brasil. Para reproduzir o material &eacute; necess&aacute;rio apenas dar cr&eacute;dito &agrave; <strong>Ag&ecirc;ncia Brasil </strong></p> Educação má qualidade mobilidade urbana Movimento Passe Livre Nacional Saúde tarifa zero transporte público transporte público caro visita a museus Sat, 06 Jul 2013 13:47:12 +0000 fabio.massalli 725020 at https://memoria.ebc.com.br/agenciabrasil/