Faculdade de Direito da Fundação Getulio Vargas https://memoria.ebc.com.br/agenciabrasil//taxonomy/term/165565/all pt-br Manifestações partem de três pontos de descontentamento e desconforto, diz professor da FGV https://memoria.ebc.com.br/agenciabrasil//noticia/2013-06-24/manifestacoes-partem-de-tres-pontos-de-descontentamento-e-desconforto-diz-professor-da-fgv <p>Fl&aacute;via Albuquerque<br /> <em>Rep&oacute;rter da Ag&ecirc;ncia Brasil</em></p> <p>S&atilde;o Paulo &ndash; O diretor da Faculdade de Direito da Funda&ccedil;&atilde;o Getulio Vargas, Oscar Vilhena Vieira, disse hoje (24) que os protestos protagonizados pela popula&ccedil;&atilde;o brasileira nas &uacute;ltimas&nbsp;duas semanas partem de tr&ecirc;s pontos de descontentamento e desconforto. O primeiro est&aacute; relacionado com a discrep&acirc;ncia entre os direitos estabelecidos juridicamente e o que as pessoas experimentam diariamente, e entre as expectativas estabelecidas pelas elites pol&iacute;ticas e a realiza&ccedil;&atilde;o de um bem-estar prometido, mas que n&atilde;o existe.</p> <p>Palestrante no debate Eclos&atilde;o das Manifesta&ccedil;&otilde;es Sociais, o diretor disse h&aacute; aus&ecirc;ncia de identifica&ccedil;&atilde;o e uma enorme frustra&ccedil;&atilde;o com rela&ccedil;&atilde;o ao sistema de representa&ccedil;&atilde;o pol&iacute;tica e descontentamento com a forma de gest&atilde;o da cidade e da mobilidade. &ldquo;Temos a percep&ccedil;&atilde;o de que as pessoas exigem uma nova forma de gest&atilde;o do espa&ccedil;o urbano&rdquo;. Vilhena ressaltou que &eacute; preciso identificar o que &eacute; preciso fazer para que os mun&iacute;cipes se apropriem de sua cidade em termos pol&iacute;ticos, a partir de uma reconfigura&ccedil;&atilde;o dos modelos de democracia no &acirc;mbito local.</p> <p>O vice-presidente do Centro Acad&ecirc;mico da Faculdade de Direito da FGV, Lucas Borges, que participou de alguns dos protestos, disse ter ficado chateado com as agress&otilde;es aos partidos e movimentos sociais. &ldquo;O que vi l&aacute; e li de relatos foram atos de profunda ignor&acirc;ncia pol&iacute;tica do cidad&atilde;o comum, que tinha raz&atilde;o porque tem recebido pancada dos partidos, mas n&atilde;o se pode tirar todo mundo do poder&rdquo;.</p> <p>L&uacute;cia Nader, diretora da organiza&ccedil;&atilde;o n&atilde;o governamental Conectas Direitos Humanos, disse que a rea&ccedil;&atilde;o ao comportamento da Pol&iacute;cia Militar durante a manifesta&ccedil;&atilde;o de quinta-feira, quando diversos manifestantes foram feridos, &eacute; uma forma de lutar pela liberdade de express&atilde;o e manifesta&ccedil;&atilde;o. &ldquo;Se questionou a pol&iacute;tica de seguran&ccedil;a p&uacute;blica que n&atilde;o &eacute; mais vi&aacute;vel, nem para aqueles que concordam conosco politicamente e nem para aqueles que eventualmente concordam&rdquo;. L&uacute;cia destacou ainda que de alguma maneira as pessoas est&atilde;o nas ruas pedindo por pontos que s&atilde;o direitos de qualquer pessoa, como mobilidade, sa&uacute;de, educa&ccedil;&atilde;o.</p> <p>Aluno de direito da FGV no Rio de Janeiro, Ronaldo Lemos, atua como analista de m&iacute;dia e destacou que as demandas que est&atilde;o nas ruas, nos protestos, estavam nas redes sociais antes, mas a internet vinha sendo pensada como algo &agrave; parte da sociedade brasileira e n&atilde;o era necess&aacute;rio prestar aten&ccedil;&atilde;o. &ldquo;Mas n&oacute;s sab&iacute;amos que a internet estava nas comunidades carentes, nas <em>lan houses</em>, que foram um fator fundamental para levar a internet a todos os lugares do Brasil&rdquo;.</p> <p>Lemos destacou que at&eacute; o momento as autoridades n&atilde;o discutiam o que aparecia nas redes sociais, ao contr&aacute;rio do que acontecia com os jornais, que pautavam a agenda de discuss&atilde;o do dia. &ldquo;Entretanto por tr&aacute;s de algumas das ideias colocadas na internet havia pessoas que n&atilde;o estavam contentes expressando sua opini&atilde;o. A&iacute; elas expressaram cada vez mais, foram ignoradas cada vez mais e resolveram partir para as ruas. &Eacute; fascinante que o transporte p&uacute;blico tenha sido o estopim porque isso &eacute; a s&iacute;ntese dos problemas que o pa&iacute;s vive hoje&rdquo;.</p> <p>O aluno falou que tudo o que acontece na rede e nas m&iacute;dias sociais tem um c&iacute;rculo de aten&ccedil;&atilde;o muito r&aacute;pido. &ldquo;Por isso a janela de oportunidades que temos para fazer alguma coisa no Brasil &eacute; brev&iacute;ssima, que pode durar duas semanas, com todas as manifesta&ccedil;&otilde;es sendo apenas uma grande mem&oacute;ria em v&iacute;deos nas redes sociais que ningu&eacute;m mais acessa porque tem coisas mais interessantes para ver&rdquo;, destacou. Segundo ele, &eacute; preciso entender que o movimento e as manifesta&ccedil;&otilde;es n&atilde;o s&atilde;o autossustent&aacute;veis, nem na sociedade, nem na m&iacute;dia.</p> <p>&nbsp;</p> <p><em>Edi&ccedil;&atilde;o: Beto Coura<br /> Todo o conte&uacute;do deste site est&aacute; publicado sob a Licen&ccedil;a Creative Commons Atribui&ccedil;&atilde;o 3.0 Brasil. Para reproduzir as mat&eacute;rias &eacute; necess&aacute;rio apenas dar cr&eacute;dito &agrave; <strong>Ag&ecirc;ncia Brasil</strong></em></p> Centro Acadêmico da Faculdade de Direito da FGV Conectas Direitos Humanos Eclosão das Manifestações Sociais Faculdade de Direito da Fundação Getulio Vargas Lucas Borges Lúcia Nader Manifesgtações no Brasil Oscar Vilhena Vieira Política Ronaldo Lemos Mon, 24 Jun 2013 19:42:34 +0000 alberto.coura 723914 at https://memoria.ebc.com.br/agenciabrasil/