plantação de laranjas https://memoria.ebc.com.br/agenciabrasil//taxonomy/term/163461/all pt-br Justiça dá 24 horas para MST desocupar fazenda usada pela Cutrale https://memoria.ebc.com.br/agenciabrasil//noticia/2013-06-03/justica-da-24-horas-para-mst-desocupar-fazenda-usada-pela-cutrale <p>Bruno Bocchini<br /> <em>Rep&oacute;rter da Ag&ecirc;ncia Brasil</em></p> <p>S&atilde;o Paulo &ndash; A Justi&ccedil;a de S&atilde;o Paulo determinou a reitegra&ccedil;&atilde;o de posse da Fazenda Santo Henrique, no interior do estado de S&atilde;o Paulo, ocupada desde ontem (2) pelo Movimento dos Trabalhadores Sem Terra (MST), em manifesta&ccedil;&atilde;o com cerca de 300 pessoas. Representantes do MST acabaram de receber de um oficial de Justi&ccedil;a a decis&atilde;o, determinada pela 2&ordf; Vara de Justi&ccedil;a de Len&ccedil;&oacute;is Paulista, com prazo de 24 horas para a desocupa&ccedil;&atilde;o.</p> <p>Segundo a coordenadora do MST Carolina Mazin, o movimento ainda discute o que ir&aacute; fazer, mas os manifestantes n&atilde;o v&atilde;o sair antes do prazo de 24 horas determinado pela Justi&ccedil;a. A Fazenda Santo Henrique, que inclui terras nos munic&iacute;pios de Iaras, Borebi e Len&ccedil;&oacute;is Paulista, &eacute; utilizada pela empresa Cutrale para planta&ccedil;&atilde;o de laranjas. A ocupa&ccedil;&atilde;o &eacute; por tempo indeterminado, conforme os manifestantes.</p> <p>De acordo com a coordenadora Carolina Mazin, &eacute; a quinta vez na &uacute;ltima d&eacute;cada que a &aacute;rea &eacute; ocupada pelos trabalhadores. &ldquo;A fazenda &eacute; uma &aacute;rea p&uacute;blica explorada irregularmente h&aacute; dez anos pela Cutrale&rdquo;, disse. O MST alega que 2,6 mil hectares da &aacute;rea foram grilados pela empresa e s&atilde;o utilizados ilegalmente. O movimento reivindica a &aacute;rea, j&aacute; reconhecida pela Justi&ccedil;a como p&uacute;blica, para a reforma agr&aacute;ria.</p> <p>&ldquo;Al&eacute;m do n&atilde;o respeito &agrave;s &aacute;reas de reserva legal, os sem terra denunciam a enorme utiliza&ccedil;&atilde;o de agrot&oacute;xicos pela empresa na produ&ccedil;&atilde;o de laranja, contaminando o meio ambiente e intoxicando os trabalhadores da pr&oacute;pria Cutrale&rdquo;, disse. A pol&iacute;cia esteve no local ontem para lavrar boletim de ocorr&ecirc;ncia. N&atilde;o houve registro de conflito.</p> <p>Em nota, o Instituto Nacional de Coloniza&ccedil;&atilde;o e Reforma Agr&aacute;ria (Incra) ressaltou que a Fazenda Santo Henrique era uma das fazendas que integravam o N&uacute;cleo Colonial Mon&ccedil;&atilde;o, projeto de coloniza&ccedil;&atilde;o do governo federal iniciado em 1910 para imigrantes de v&aacute;rias nacionalidades.</p> <p>&ldquo;O referido im&oacute;vel &eacute; objeto de a&ccedil;&atilde;o reivindicat&oacute;ria por parte da autarquia desde agosto de 2006. Nossos estudos t&eacute;cnicos, extremamente detalhados e bem documentados, demonstram com seguran&ccedil;a que a Fazenda Santo Henrique &eacute; mais uma &aacute;rea p&uacute;blica que foi ocupada irregularmente [pelas empresas] ao longo dos anos&rdquo;, diz o texto.&nbsp;</p> <p>O Incra j&aacute; obteve, em 2007, no Tribunal Regional Federal da 3&ordf; Regi&atilde;o (TRF3), sediado em S&atilde;o Paulo, o reconhecimento da posse da terra. Na &eacute;poca, houve tentativa de acordo com a Cutrale, com proposta de permuta de im&oacute;veis.</p> <p>&ldquo;Embora a empresa estivesse em negocia&ccedil;&otilde;es adiantadas com a Superintend&ecirc;ncia do Incra para o cumprimento deste acordo, seus advogados procuraram a Justi&ccedil;a e obtiveram em segunda inst&acirc;ncia a cassa&ccedil;&atilde;o da liminar de imiss&atilde;o de posse [reconhecimento de posse ao Incra]. Assim que obteve essa decis&atilde;o, a empresa abandonou as conversa&ccedil;&otilde;es com o Incra e passou a ignorar a real titularidade da &aacute;rea que ocupa&rdquo;, de acordo com a nota.</p> <div> <span>Em nota, a Cutrale disse que ainda n&atilde;o &eacute; poss&iacute;vel prever os preju&iacute;zos em decorr&ecirc;ncia da ocupa&ccedil;&atilde;o do MST e que espera que, durante a reintegra&ccedil;&atilde;o de posse, &ldquo;seja a mantida a ordem, respeitando a integridade f&iacute;sica dos colaboradores, bem como do patrim&ocirc;nio da empresa e de seus empregados&rdquo;.</span></div> <div> <span>&nbsp;</span></div> <div> <span>A Cutrale tamb&eacute;m criticou a ocupa&ccedil;&atilde;o do MST. &ldquo;Lamentamos mais essa nova invas&atilde;o na propriedade agr&iacute;cola da empresa, que &eacute; altamente produtiva e emprega centenas de colaboradores, que est&atilde;o impedidos de exercerem suas atividades laborais&rdquo;.</span></div> <div> &nbsp;</div> <div> <span>A Justi&ccedil;a determinou multa di&aacute;ria de R$ 500,00 por integrante do MST presente no local em caso de descumprimento da decis&atilde;o de reintegra&ccedil;&atilde;o.</span></div> <div style="color: rgb(0, 0, 0); font-family: 'Times New Roman'; font-size: 12pt;"> &nbsp;</div> <p><em>Edi&ccedil;&atilde;o: Davi Oliveira // Mat&eacute;ria atualizada &agrave;s 18h25 para inclus&atilde;o de nota da Cutrale</em></p> <p><em>Todo o conte&uacute;do deste site est&aacute; publicado sob a Licen&ccedil;a Creative Commons Atribui&ccedil;&atilde;o 3.0 Brasil. 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