exossistemas https://memoria.ebc.com.br/agenciabrasil//taxonomy/term/162675/all pt-br Brasil tem dois anos para apresentar marco regulatório de proteção de ecossistemas https://memoria.ebc.com.br/agenciabrasil//noticia/2013-05-24/brasil-tem-dois-anos-para-apresentar-marco-regulatorio-de-protecao-de-ecossistemas <p><img alt="" src="https://memoria.ebc.com.br/agenciabrasil//sites/_agenciabrasil/files/imagecache/300x225/gallery_assist/26/gallery_assist721460/prev/ABr087.JPG" style="width: 300px; height: 225px; margin: 8px; float: right;" />Carolina Gon&ccedil;alves<br /> <em>Rep&oacute;rter da Ag&ecirc;ncia Brasil</em></p> <p> Bras&iacute;lia &ndash; O governo brasileiro tem dois anos para apresentar um marco regulat&oacute;rio de prote&ccedil;&atilde;o dos ecossistemas costeiro e marinho se pretende cumprir o compromisso firmado por v&aacute;rios pa&iacute;ses durante a Rio+20, a Confer&ecirc;ncia das Na&ccedil;&otilde;es Unidas sobre Desenvolvimento Sustent&aacute;vel, realizada em junho do ano passado no Rio de Janeiro. No encontro, negociadores de v&aacute;rios pa&iacute;ses n&atilde;o conseguiram chegar a metas comuns para a prote&ccedil;&atilde;o da biodiversidade em alto-mar.</p> <p> Apesar do esfor&ccedil;o da delega&ccedil;&atilde;o brasileira e de outros pa&iacute;ses e dos resultados de um estudo das Na&ccedil;&otilde;es Unidas que alertava, em 2004, que algumas esp&eacute;cies de peixes podem deixar de existir se n&atilde;o forem adotadas medidas urgentes - comprometendo, inclusive, a seguran&ccedil;a alimentar -, os pa&iacute;ses definiram apenas que v&atilde;o adotar regras nacionais para proteger essa diversidade.</p> <p> As regras nacionais para proteger os ecossistemas costeiro e marinho ser&atilde;o a base para que as economias cumpram as metas internacionais. No Brasil, a prote&ccedil;&atilde;o dessa diversidade &eacute; assegurada apenas pela Constitui&ccedil;&atilde;o Federal, com a Lei de Gerenciamento Costeiro. &ldquo;De 1988 para c&aacute;, muita coisa mudou e temos novas atividades econ&ocirc;micas, novas amea&ccedil;as e muito pouco da lei que, de fato, ocorreu e foi implementada&rdquo;, disse Leandra Gon&ccedil;alves, bi&oacute;loga e consultora da Funda&ccedil;&atilde;o SOS Mata Atl&acirc;ntica.</p> <p> A Mata Atl&acirc;ntica estende-se por quase todo o litoral brasileiro, em pelo menos 13 dos 17 estados que abrangem o bioma. Os ecossistemas costeiro e marinho s&atilde;o considerados fundamentais para v&aacute;rios processos naturais, por serem &aacute;reas de reprodu&ccedil;&atilde;o de esp&eacute;cies. Al&eacute;m disso,&nbsp; servem como fonte de alimenta&ccedil;&atilde;o e abrigo, e a fauna e a flora encontradas nessas &aacute;reas s&atilde;o fontes de alimentos e renda para popula&ccedil;&otilde;es locais.</p> <p> Especialistas destacam que essas &aacute;reas contribuem para a prote&ccedil;&atilde;o da linha de costa, o equil&iacute;brio clim&aacute;tico, o conforto t&eacute;rmico nas cidades e a produ&ccedil;&atilde;o de pescados. Apesar de todos os servi&ccedil;os prestados, as autoridades ambientais lembram que esses ecossistemas est&atilde;o entre os mais amea&ccedil;ados do mundo.</p> <p> <img alt="" src="https://memoria.ebc.com.br/agenciabrasil//sites/_agenciabrasil/files/imagecache/300x225/gallery_assist/26/gallery_assist721460/prev/ABr085.JPG" style="width: 300px; height: 225px; margin: 8px; float: left;" />Leandra Gon&ccedil;alves destaca que o bioma apresenta duas situa&ccedil;&otilde;es de amea&ccedil;a. Enquanto a Regi&atilde;o Nordeste sofre por ter a maior cobertura de manguezais amea&ccedil;ados pela ind&uacute;stria da pesca do camar&atilde;o, os estados do Sudeste absorvem as press&otilde;es pela concentra&ccedil;&atilde;o populacional e o maior n&iacute;vel de interesse econ&ocirc;mico que impulsiona atividades como a explora&ccedil;&atilde;o de petr&oacute;leo e a pesca.</p> <p> &ldquo;Temos baix&iacute;ssimo n&iacute;vel de medidas de zoneamento costeiro e de organiza&ccedil;&atilde;o. Desde 2008, temos acompanhado uma euforia pela explora&ccedil;&atilde;o <em>offshore</em>, por exemplo, e observado vazamentos de &oacute;leo que geram preju&iacute;zos para todo o sistema. O governo tem prometido um plano de conting&ecirc;ncia, mas isso ainda n&atilde;o saiu do papel&rdquo;, acrescenta.</p> <p> Parlamentares e representantes do governo, de organiza&ccedil;&otilde;es da sociedade civil e do setor produtivo come&ccedil;aram os debates, no Congresso Nacional, para reunir informa&ccedil;&otilde;es sobre o que deveria estar inclu&iacute;do no marco legal para a &aacute;rea. O maior desafio do grupo &eacute; tentar compatibilizar os interesses pelo uso econ&ocirc;mico dos recursos h&iacute;dricos e marinhos com a conserva&ccedil;&atilde;o dos ecossistemas. &ldquo;H&aacute; interesse muito forte da explora&ccedil;&atilde;o de petr&oacute;leo, da ind&uacute;stria pesqueira e dos setores de minera&ccedil;&atilde;o, j&aacute; que, no fundo do mar, h&aacute; v&aacute;rios min&eacute;rios importantes para a pr&oacute;pria ind&uacute;stria e para o setor farmac&ecirc;utico. Por isso, antes de receber cr&iacute;ticas da iniciativa privada, queremos chamar todos para uma conversa&rdquo;, diz a bi&oacute;loga.</p> <p> Diante de tantas diverg&ecirc;ncias, a legisla&ccedil;&atilde;o corre o risco de n&atilde;o ser conclu&iacute;da at&eacute; 2015, mas os negociadores esperam, pelo menos, que as discuss&otilde;es estejam adiantadas at&eacute; l&aacute;. As normas ter&atilde;o que prever, por exemplo, a cria&ccedil;&atilde;o de &aacute;reas protegidas, o que &eacute; considerado um dos principais compromissos internacionais com essa biodiversidade. &ldquo;De dez anos para c&aacute;, a &uacute;ltima unidade de conserva&ccedil;&atilde;o (UC) costeira e marinha, criada em n&iacute;vel federal, foi em 2009 e &eacute; de uso sustent&aacute;vel. N&atilde;o me lembro de uma UC de conserva&ccedil;&atilde;o integral, que &eacute; a que realmente permite que a natureza se recupere&rdquo;, acrescenta.</p> <p> Os negociadores tamb&eacute;m ter&atilde;o que equacionar a pol&ecirc;mica sobre subs&iacute;dios industriais de grande escala. Pelos dados da SOS Mata Atl&acirc;ntica, 80% dos estoques de peixe est&atilde;o sendo pescados acima do do limite de recupera&ccedil;&atilde;o dessas esp&eacute;cies. As &aacute;reas protegidas podem minimizar os impactos dessa atividade, mas os ambientalistas defendem a revis&atilde;o dos incentivos a alguns setores e a exig&ecirc;ncia de um plano de manejo.</p> <p> A lei de prote&ccedil;&atilde;o dos oceanos tamb&eacute;m ter&aacute; que preencher uma lacuna que as regras atuais n&atilde;o cobrem. Pela lei de gerenciamento costeiro em vigor, est&aacute; assegurada a linha de costa at&eacute; 12 milhas n&aacute;uticas. A Constitui&ccedil;&atilde;o estabelece que a Uni&atilde;o &eacute; soberana at&eacute; 200 milhas n&aacute;uticas. &ldquo;O intervalo entre as 12 milhas e 200 milhas, por mais que tenha regras internacionais, ainda est&aacute; carente de uma lei que proteja e complemente essa &aacute;rea&rdquo;, diz a bi&oacute;loga.</p> <p> <em>Edi&ccedil;&atilde;o: Gra&ccedil;a Adjuto</em></p> <p> <em>Todo o conte&uacute;do deste site est&aacute; publicado sob a Licen&ccedil;a Creative Commons Atribui&ccedil;&atilde;o 3.0 Brasil. Para reproduzir as mat&eacute;rias &eacute; necess&aacute;rio apenas dar cr&eacute;dito &agrave; <strong>Ag&ecirc;ncia Brasil</strong></em></p> brasil compromisso conferência costeiros desenvolvimento sustentável exossistemas marco regulatório marinhos Mata Atlântica Meio ambiente Meio Ambiente metas nações unidas negociadores proteção Rio+20 Fri, 24 May 2013 09:38:10 +0000 gracaadjuto 721450 at https://memoria.ebc.com.br/agenciabrasil/