qualificados https://memoria.ebc.com.br/agenciabrasil//taxonomy/term/162297/all pt-br Imigrantes africanos dizem que não conseguem ocupar postos qualificados no Brasil https://memoria.ebc.com.br/agenciabrasil//noticia/2013-05-21/imigrantes-africanos-dizem-que-nao-conseguem-ocupar-postos-qualificados-no-brasil <p>Daniel Mello<br /> <em>Rep&oacute;rter da Ag&ecirc;ncia Brasil</em></p> <p> S&atilde;o Paulo &ndash; Imigrantes africanos se queixam que, mesmo qualificados, t&ecirc;m dificuldade para conseguir bons empregos no Brasil. &ldquo;Essa busca por m&atilde;o de obra qualificada &eacute; pensada muitas vezes em rela&ccedil;&atilde;o ao europeu, principalmente ao branco. N&atilde;o imaginam que o africano tem essa qualifica&ccedil;&atilde;o, que o haitiano tem essa qualifica&ccedil;&atilde;o&rdquo;, ressalta a diretora do Instituto da Di&aacute;spora Africana no Brasil (IDAB), Carmen Victor da Silva. A organiza&ccedil;&atilde;o n&atilde;o governamental busca dar apoio a imigrantes que chegam ao pa&iacute;s.</p> <p> A vis&atilde;o estereotipada dos pa&iacute;ses africanos e o preconceito s&atilde;o, segundo Carmen, algumas das raz&otilde;es para que as empresas n&atilde;o abram espa&ccedil;o em postos qualificados para africanos. &ldquo;Eu percebo que existe uma distin&ccedil;&atilde;o. Quando se fala de imigrantes de outras localidades, latinos ou africanos, se fala sempre como m&atilde;o de obra bra&ccedil;al, n&atilde;o intelectual&rdquo;, enfatizou, em entrevista &agrave; <strong>Ag&ecirc;ncia Brasil</strong>, antes de participar de audi&ecirc;ncia p&uacute;blica na C&acirc;mara Municipal de S&atilde;o Paulo.</p> <p> O secret&aacute;rio nacional de Justi&ccedil;a, Paulo Abr&atilde;o, admitiu que o problema &eacute; presente e dever&aacute; ser enfrentado na mudan&ccedil;a da lei que regulamenta os direitos dos estrangeiros. &ldquo;&Eacute; preciso reconhecer que o preconceito faz parte das rela&ccedil;&otilde;es humanas e &eacute; por isso que todo o debate dessa quest&atilde;o migrat&oacute;ria tem que ser calcado no afastamento e enfrentamento da xenofobia&rdquo;, disse. &ldquo;Ser&aacute; constitu&iacute;do agora um comit&ecirc; de especialistas para dar a formata&ccedil;&atilde;o jur&iacute;dica de um anteprojeto que poder&aacute; ser encaminhado ao Congresso&rdquo;, acrescentou.</p> <p> Procedente da Guin&eacute;-Bissau, formada em teologia e pedagogia, Madalena Nanque conseguiu emprego apenas em uma loja que vende chinelos. Mas, ap&oacute;s problemas com a burocracia para o pedido de resid&ecirc;ncia permanente, perdeu at&eacute; esse trabalho. &ldquo;Quero fazer concurso, n&atilde;o consigo. Quero fazer p&oacute;s-gradua&ccedil;&atilde;o, minhas amigas j&aacute; acabaram, eu n&atilde;o consigo, porque n&atilde;o tenho documento&rdquo;, reclama a africana, de 36 anos. &ldquo;Eu acho que deve haver uma base aqui em S&atilde;o Paulo para ajudar gente como eu, que n&atilde;o tem pai para dar nada, que tem que trabalhar&rdquo;, diz, ao se queixar dos gastos dos deslocamentos a Bras&iacute;lia para resolver a sua situa&ccedil;&atilde;o legal.</p> <p> O estudante angolano Marseu de Carvalho tamb&eacute;m reclama da falta de aten&ccedil;&atilde;o do governo aos imigrantes com poucos recursos. &ldquo;N&oacute;s sabemos que n&atilde;o h&aacute; pol&iacute;ticas p&uacute;blicas que recaem sobre os estudantes imigrantes. E se h&aacute; pol&iacute;ticas p&uacute;blicas, elas n&atilde;o chegam &agrave; minha camada, daqueles que n&atilde;o t&ecirc;m nenhuma representatividade governamental ao sair de seus pa&iacute;ses por conta pr&oacute;pria&rdquo;, destacou durante o encontro.</p> <p> Al&eacute;m da falta de apoio institucional, o estudante universit&aacute;rio Ademar Carvalho diz sofrer com o racismo no Brasil. &ldquo;O meu governo falava que os brasileiros e portugueses s&atilde;o nossos irm&atilde;os porque falam a mesma l&iacute;ngua. Hoje, j&aacute; n&atilde;o penso mais assim&rdquo;, desabafou o jovem que se diz enganado por uma faculdade do interior paulista. Um representante da institui&ccedil;&atilde;o, segundo Carvalho, foi a Angola oferecer uma s&eacute;rie de vantagens que n&atilde;o se cumpriram na pr&aacute;tica. Atualmente, o estudante move uma a&ccedil;&atilde;o, com a ajuda da Defensoria P&uacute;blica da Uni&atilde;o (DPU), contra a faculdade.</p> <p> A parceria entre o Minist&eacute;rio da Justi&ccedil;a e a defensoria &eacute; uma das a&ccedil;&otilde;es do governo, de acordo com Paulo Abr&atilde;o, para solucionar os problemas que afligem os imigrantes. &ldquo;Para que ela [a DPU] passe a atuar na defesa jur&iacute;dica de todo e qualquer estrangeiro dentro do territ&oacute;rio nacional&rdquo;.&nbsp; Abr&atilde;o acrescentou que tamb&eacute;m foi firmada uma parceria com a Organiza&ccedil;&atilde;o Internacional de Migra&ccedil;&otilde;es. &ldquo;A primeira etapa &eacute; a realiza&ccedil;&atilde;o de di&aacute;logos p&uacute;blicos com representa&ccedil;&otilde;es e lideran&ccedil;as dos imigrantes&rdquo;, destacou.</p> <p> <em>Edi&ccedil;&atilde;o: Gra&ccedil;a Adjuto</em></p> <p> Todo o conte&uacute;do deste site est&aacute; publicado sob a Licen&ccedil;a Creative Commons Atribui&ccedil;&atilde;o 3.0 Brasil. Para reproduzir as mat&eacute;rias &eacute; necess&aacute;rio apenas dar cr&eacute;dito &agrave; <strong>Ag&ecirc;ncia Brasil</strong></p> africano africanos brasil empregos Idab imigrantes Instituto da Diáspora Africana no Brasil Internacional mão de obra postos qualificação qualificados Tue, 21 May 2013 10:01:26 +0000 gracaadjuto 721137 at https://memoria.ebc.com.br/agenciabrasil/