NR-36 https://memoria.ebc.com.br/agenciabrasil//taxonomy/term/161012/all pt-br Empregados da indústria da carne terão cartilha com normas de trabalho https://memoria.ebc.com.br/agenciabrasil//noticia/2013-05-07/empregados-da-industria-da-carne-terao-cartilha-com-normas-de-trabalho <p>Alana Gandra<br /> <em>Rep&oacute;rter da Ag&ecirc;ncia Brasil</em></p> <p> Rio de Janeiro - Cerca de 500 mil trabalhadores da ind&uacute;stria da carne no Brasil devem receber, ainda neste m&ecirc;s, uma cartilha destinada a facilitar o cumprimento da Norma Reguladora n&uacute;mero 36 (NR-36), assinada em abril pelo ministro do Trabalho, Manoel Dias. A NR-36 regulamenta as condi&ccedil;&otilde;es de trabalho em &aacute;reas de abate e de processamento de carnes e seus derivados.</p> <p> Um pleito dos trabalhadores atendido pela norma s&atilde;o as pausas no exerc&iacute;cio da atividade. A cada 50 minutos de trabalho que envolva esfor&ccedil;o repetitivo, os trabalhadores dever&atilde;o parar durante dez minutos para descanso. &ldquo;Isso &eacute; importante porque a doen&ccedil;a que vem atingindo mais os trabalhadores, al&eacute;m do acidente do trabalho, &eacute; a LER/DORT (que afeta a coluna), causada pelo esfor&ccedil;o repetitivo&rdquo;, disse &agrave; <strong>Ag&ecirc;ncia Brasil</strong> o presidente da Confedera&ccedil;&atilde;o Nacional dos Trabalhadores nas Ind&uacute;strias de Alimenta&ccedil;&atilde;o e Afins (CNTA Afins), Artur Bueno.</p> <p> Segundo ele, na &aacute;rea de frigor&iacute;ficos e abatedouros, a confedera&ccedil;&atilde;o tem enfrentado muitos problemas de ocorr&ecirc;ncia de acidentes de trabalho e doen&ccedil;as ocupacionais. Isso provocou uma mobiliza&ccedil;&atilde;o do setor pela constru&ccedil;&atilde;o da norma. O movimento teve in&iacute;cio em 2004 e culminou na implanta&ccedil;&atilde;o do Grupo de Estudo Tripartite, em 2011, constitu&iacute;do por representantes do governo, das empresas e dos trabalhadores, que desenvolveu o texto t&eacute;cnico da norma.</p> <p> Bueno explicou que o objetivo da cartilha &eacute; fazer com que os pr&oacute;prios trabalhadores fiscalizem e levem ao conhecimento dos sindicatos e da confedera&ccedil;&atilde;o den&uacute;ncias de eventuais abusos que ser&atilde;o relatados ao Minist&eacute;rio do Trabalho. &ldquo;Esse &eacute; um mecanismo que n&oacute;s vamos usar&rdquo;.<br /> Para Bueno, o Poder P&uacute;blico &ldquo;tem que estar preocupado com isso&quot;, porque al&eacute;m de ser uma quest&atilde;o de sa&uacute;de p&uacute;blica, &eacute; uma quest&atilde;o econ&ocirc;mica para o pa&iacute;s. &quot;Quanto [maior o n&uacute;mero de] acidentes, maior a quantidade de trabalhadores doentes, maior o n&uacute;mero de afastamentos. E isso tem um custo&quot;, advertiu.</p> <p> O sindicalista se disse esperan&ccedil;oso de que a NR-36 humanize as condi&ccedil;&otilde;es de trabalho nos abatedouros e frigor&iacute;ficos, mas externou sua preocupa&ccedil;&atilde;o quanto &agrave; aplica&ccedil;&atilde;o da regra. &ldquo;Se n&atilde;o for aplicada, n&atilde;o vai surtir nenhum efeito&rdquo;. Ele disse que o Minist&eacute;rio do Trabalho n&atilde;o disp&otilde;e de estrutura suficiente para fiscalizar o cumprimento da norma nos locais de abate de animais, da&iacute; a confedera&ccedil;&atilde;o estar se colocando &agrave; disposi&ccedil;&atilde;o do &oacute;rg&atilde;o para que a aplica&ccedil;&atilde;o da nova ferramenta seja &nbsp;viabilizada, em parceria.</p> <p> Artur Bueno concordou que a humaniza&ccedil;&atilde;o n&atilde;o se d&ecirc; somente com as condi&ccedil;&otilde;es de trabalho, mas tamb&eacute;m no m&eacute;todo de abate dos animais. &ldquo;Na medida em que o trabalho com os animais n&atilde;o seja feito de forma adequada, isso tamb&eacute;m repercute na precariza&ccedil;&atilde;o do trabalhador. Porque uma coisa n&atilde;o &eacute; distinta da outra&rdquo;, destacou. Ele defendeu uma fiscaliza&ccedil;&atilde;o mais eficaz tanto nas condi&ccedil;&otilde;es de abate, quanto na qualidade da carne.</p> <p> O grande problema, segundo ele, &eacute; quando a fiscaliza&ccedil;&atilde;o fica a cargo dos munic&iacute;pios. &ldquo;&Eacute; complicado porque tem baixa estrutura de fiscaliza&ccedil;&atilde;o&rdquo;. Levantamento feito pela confedera&ccedil;&atilde;o indica que, hoje, pelo menos 30% dos frigor&iacute;ficos est&atilde;o em condi&ccedil;&otilde;es inadequadas.</p> <p> Dados de 2011 revelam que do total de 413.540 trabalhadores na ind&uacute;stria da carne brasileira naquele ano, 16,1% estavam concentrados no Paran&aacute;, seguindo-se S&atilde;o Paulo, com 15,9%, Santa Catarina (13,9%) e o Rio Grande do Sul (12,6%). Em contrapartida, Roraima detinha participa&ccedil;&atilde;o de 0,1%, com cerca de 233 trabalhadores no setor, e o Amap&aacute;, 56 trabalhadores e nenhuma participa&ccedil;&atilde;o no <em>ranking</em>.</p> <p> <em>Edi&ccedil;&atilde;o: Tereza Barbosa</em></p> <p> Todo o conte&uacute;do deste site est&aacute; publicado sob a Licen&ccedil;a Creative Commons Atribui&ccedil;&atilde;o 3.0 Brasil. Para reproduzir as mat&eacute;rias &eacute; necess&aacute;rio apenas dar cr&eacute;dito &agrave; Ag&ecirc;ncia Brasil</p> abate carne cartilha condições empregados indústria Manoel Dias mninistro do Trabalho Nacional normas< Norma Reguladora 36 NR-36 processamento trabalho Tue, 07 May 2013 08:47:59 +0000 gracaadjuto 720067 at https://memoria.ebc.com.br/agenciabrasil/