Pedro Franco de Campos. https://memoria.ebc.com.br/agenciabrasil//taxonomy/term/159440/all pt-br Desembargador diz que entrada da polícia no Carandiru foi desorganizada https://memoria.ebc.com.br/agenciabrasil//noticia/2013-04-16/desembargador-diz-que-entrada-da-policia-no-carandiru-foi-desorganizada <p align="justify"> Camila Maciel<br /> <em>Rep&oacute;rter da Ag&ecirc;ncia Brasil</em></p> <p align="justify"> S&atilde;o Paulo &ndash; A primeira testemunha de defesa ouvida no julgamento do Massacre do Carandiru, o desembargador Ivo de Almeida, caracterizou como &quot;desorganizada&quot; a entrada da Pol&iacute;cia Militar no Pavilh&atilde;o 9, para conter a rebeli&atilde;o ocorrida no dia 2 de outubro de 1992.</p> <p align="justify"> Juiz corregedor do pres&iacute;dio &agrave; &eacute;poca, Ivo de Almeida disse que o diretor do pres&iacute;dio, Jos&eacute; Ismael Pedrosa, tentou negociar com os detentos instantes antes da invas&atilde;o, mas a tentativa foi frustada, porque policiais militares o fizeram retroceder.</p> <p align="justify"> &quot;Pedrosa pediu que os policiais militares o protegessem para uma tentativa de negocia&ccedil;&atilde;o. Ele foi junto com a tropa, protegido por escudos. Queria conversar com algu&eacute;m, mas foi tolhido nessa a&ccedil;&atilde;o&quot;, declarou.</p> <p align="justify"> O juiz corregedor&nbsp;disse que n&atilde;o viu exatamente o momento em que o diretor foi retirado pelos policiais, j&aacute;&nbsp;que ele n&atilde;o ultrapassou a muralha. De acordo com o desembargador, o port&atilde;o precisou ser arrombado por bombeiros, porque havia uma barricada.</p> <p align="justify"> Ao ser perguntado sobre o momento da a&ccedil;&atilde;o policial, a segunda testemunha, o desembargador Fernando Torres Garcia,&nbsp;disse que a interrup&ccedil;&atilde;o da tentativa de negocia&ccedil;&atilde;o se deu por conta dos objetos atirados pelo presos. &quot;N&atilde;o havia seguran&ccedil;a. Lembro de uma privada que foi arremessada&quot;, informou.</p> <p align="justify"> O promotor Fernando Pereira da Silva, ao perguntar aos ju&iacute;zes sobre a entrada dos policiais no Pavilh&atilde;o 9, fez refer&ecirc;ncia ao depoimento dado pelo diretor do pres&iacute;dio &agrave; Justi&ccedil;a Militar, no qual ele se refere a esse momento como &quot;estouro da boiada&quot;.</p> <p align="justify"> O desembargador Fernando Garcia avaliou que o uso da express&atilde;o foi indevido, tendo em vista que a confus&atilde;o na entrada ocorreu porque o espa&ccedil;o era pequeno para passagem da tropa. &quot;Foi uma a&ccedil;&atilde;o organizada&quot;, declarou.</p> <p align="justify"> Nos meses que se seguiram ao massacre, tr&ecirc;s ju&iacute;zes foram respons&aacute;veis pela sindic&acirc;ncia que ouviu agentes penitenci&aacute;rios, presos e policiais sobre a a&ccedil;&atilde;o que resultou na morte de 111 detentos, em 2 de outubro de 1992.</p> <p align="justify"> De acordo com a sindic&acirc;ncia, conclu&iacute;da no in&iacute;cio de 1993, embora a entrada da pol&iacute;cia tenha sido avaliada como necess&aacute;ria, o resultado foi considerado um excesso. Dois desembargadores destacaram que n&atilde;o participaram da decis&atilde;o sobre a invas&atilde;o no pres&iacute;dio.</p> <p align="justify"> &quot;Ubiratan [Guimar&atilde;es, comandante da Pol&iacute;cia Militar na &eacute;poca] perguntou o que fazer. Eu disse: &quot;Qual ordem voc&ecirc; recebeu?&quot;. E ele respondeu que seria para entrar, se julgasse necess&aacute;rio. Nesse sentido, foi uma decis&atilde;o exclusiva do Ubiratan&quot;, disse Fernando Garcia.</p> <p align="justify"> As falas dos desembargadores indicaram que eles s&oacute; foram informados algum tempo depois sobre a exist&ecirc;ncia de armas de fogo com os detentos. &quot;S&oacute; vi armas brancas. N&atilde;o vi [armas de fogo] nesse momento&quot;, declarou o desembargador.</p> <p align="justify"> Segundo ele, as armas foram recolhidas pelos policiais militares. Ele n&atilde;o soube informar se obteve informa&ccedil;&otilde;es sobre o armamento no mesmo dia ou se nos dias que se seguiram ao massacre.</p> <p align="justify"> Devem ser ouvidos hoje, como testemunhas de defesa de 26 policiais militares acusados pelo massacre, o governador &agrave; &eacute;poca, Luiz Ant&ocirc;nio Fleury Filho, e o ent&atilde;o secret&aacute;rio de Seguran&ccedil;a P&uacute;blica, Pedro Franco de Campos.</p> <p align="justify"> Duas das dez testemunhas convocadas pela advogada Ieda Ribeiro de Souza foram dispensadas, os policiais militares Reinaldo Pinheiro da Silva e Luiz Gonzaga de Oliveira.</p> <p align="justify"> Devido ao grande n&uacute;mero de r&eacute;us envolvidos, o julgamento do Massacre do Carandiru, que teve in&iacute;cio ontem (14), est&aacute; sendo feito em etapas. Neste primeiro j&uacute;ri, os r&eacute;us s&atilde;o acusados por 15 mortes ocorridas no segundo pavimento do Pavilh&atilde;o 9.</p> <p align="justify"> &nbsp;</p> <p align="justify"> <em>Edi&ccedil;&atilde;o: Beto Coura</em></p> <p align="justify"> <em>Todo o conte&uacute;do deste site est&aacute; publicado sob a Licen&ccedil;a Creative Commons Atribui&ccedil;&atilde;o 3.0 Brasil. Para reproduzir as mat&eacute;rias &eacute; necess&aacute;rio apenas dar cr&eacute;dito &agrave; <strong>Ag&ecirc;ncia Brasil</strong></em></p> Fernando Pereira da Silva Fernando Torres Garcia Ivo de Almeida José Ismael Pedrosa Justiça Luiz Antônio Fleury Filho Massacre do Carandiru Pavilhão 9 Pedro Franco de Campos. Ubiratan Guimarães Tue, 16 Apr 2013 19:19:52 +0000 alberto.coura 718494 at https://memoria.ebc.com.br/agenciabrasil/