Lei Estadual 14.982 https://memoria.ebc.com.br/agenciabrasil//taxonomy/term/159257/all pt-br Mosaico de unidades de conservação garante permanência de caiçaras na Jureia https://memoria.ebc.com.br/agenciabrasil//noticia/2013-04-14/mosaico-de-unidades-de-conservacao-garante-permanencia-de-caicaras-na-jureia <p> Daniel Mello<br /> <em>Rep&oacute;rter da Ag&ecirc;ncia Brasil<br /> </em></p> <p> <br /> S&atilde;o Paulo &ndash; A perman&ecirc;ncia de pelo menos 85 fam&iacute;lias de comunidades tradicionais que viviam sob amea&ccedil;a de serem despejadas da regi&atilde;o da Jureia, litoral sul de S&atilde;o Paulo, est&aacute; garantida. Em 1986, a &aacute;rea foi transformada em esta&ccedil;&atilde;o ecol&oacute;gica, modalidade de unidade de conserva&ccedil;&atilde;o que n&atilde;o permite atividade humana. Com isso, os moradores passaram a sofrer press&atilde;o para deixar a regi&atilde;o, sendo alvo, inclusive, de uma a&ccedil;&atilde;o judicial movida pelo Minist&eacute;rio P&uacute;blico.</p> <p> A situa&ccedil;&atilde;o mudou com a Lei Estadual 14.982, que criou o Mosaico Jureia-Itatins, com 97,2 mil hectares, sancionada no in&iacute;cio da semana passada pelo governador Geraldo Alckmin. Al&eacute;m da esta&ccedil;&atilde;o ecol&oacute;gica, passaram a existir duas reservas de desenvolvimento sustent&aacute;vel (RDS) que permitem moradores e atividades econ&ocirc;micas controladas. Tamb&eacute;m foram criados dois parques estaduais, unidades de conserva&ccedil;&atilde;o que podem receber visita&ccedil;&atilde;o.</p> <p> Apesar de garantir os direitos da maior parte dos cai&ccedil;aras que vivem na regi&atilde;o, a configura&ccedil;&atilde;o final do mosaico desagradou a Uni&atilde;o dos Moradores da Jureia (UMJ). &ldquo;Resolveu para duas comunidades. O resto vai ficar como estava, com a situa&ccedil;&atilde;o prec&aacute;ria, sem poder continuar exercendo o seu trabalho&rdquo;, reclama o presidente da UMJ, Dauro Prado. Segundo ele, nenhuma das reivindica&ccedil;&otilde;es das comunidades, ouvidas em diversas reuni&otilde;es e audi&ecirc;ncias p&uacute;blicas, foi inclu&iacute;da no projeto aprovado.</p> <p> Segundo a Funda&ccedil;&atilde;o Florestal, 85 fam&iacute;lias s&atilde;o consideradas tradicionais nas RDS da Barra do Una e do Despraiado. Entretanto, pelo menos 15 fam&iacute;lias que tamb&eacute;m foram consideradas tradicionais pelos estudos encomendados pelo &oacute;rg&atilde;o est&atilde;o em &aacute;reas de parque ou esta&ccedil;&atilde;o ecol&oacute;gica. Essas pessoas poder&atilde;o assinar um termo de compromisso, a t&iacute;tulo prec&aacute;rio, para continuarem onde vivem. A partir da&iacute;, os residentes poder&atilde;o ser realocados para uma das RDS ou at&eacute; mesmo serem indenizados, caso precisem deixar o local.</p> <p> Entre outros pontos, Prado contesta a defini&ccedil;&atilde;o de morador tradicional usada pela Funda&ccedil;&atilde;o Florestal. &ldquo;N&atilde;o &eacute; s&oacute; o cai&ccedil;ara que &eacute; tradicional. Tem outros segmentos da sociedade, camponeses, extrativistas, que s&atilde;o comunidades tradicionais tamb&eacute;m&rdquo;, diz.</p> <p> A funda&ccedil;&atilde;o diz que foram realizados v&aacute;rios cadastros ao longo dos &uacute;ltimos anos para determinar o direito de permanecer na Jureia. O primeiro foi em 1990 e o &uacute;ltimo, um laudo antropol&oacute;gico feito entre 2010 e 2011. O &oacute;rg&atilde;o destaca, no entanto, que poder&aacute; ampliar os crit&eacute;rios para definir melhor quem &eacute; morador tradicional. &ldquo;As popula&ccedil;&otilde;es tradicionais residentes, em sua grande maioria, indiscutivelmente, s&atilde;o beneficiadas e poder&atilde;o permanecer no territ&oacute;rio&rdquo;, garante o &oacute;rg&atilde;o.</p> <p> Pelas informa&ccedil;&otilde;es dispon&iacute;veis atualmente, Prado acredita que ao menos 100 fam&iacute;lias correm o risco de serem removidas. Segundo ele, os moradores v&atilde;o buscar formas de mudar as normas atuais, al&eacute;m de discutir o decreto que regulamentar&aacute; o funcionamento do mosaico. Um dos pontos sens&iacute;veis &eacute; a explora&ccedil;&atilde;o do turismo na regi&atilde;o. &ldquo;A gente espera que seja um turismo de base comunit&aacute;ria, que venha beneficiar a comunidade. N&atilde;o que venha beneficiar as grandes empresa de turismo e a comunidade sirva s&oacute; de m&atilde;o de obra barata&rdquo;, destaca.</p> <p> &nbsp;</p> <p> &nbsp;</p> <p> <em>Edi&ccedil;&atilde;o: L&iacute;lian Beraldo</em></p> <p> &nbsp;</p> <p> <em>Todo o conte&uacute;do deste site est&aacute; publicado sob a Licen&ccedil;a Creative Commons Atribui&ccedil;&atilde;o 3.0 Brasil. Para reproduzir as mat&eacute;rias &eacute; necess&aacute;rio apenas dar cr&eacute;dito &agrave; </em><strong><em>Ag&ecirc;ncia Brasil</em></strong></p> caiçaras Dauro Prado Fundação Florestal Lei Estadual 14.982 Meio Ambiente Mosaico Jureia-Itatins União dos Moradores da Jureia Sun, 14 Apr 2013 19:02:30 +0000 lilian.beraldo 718321 at https://memoria.ebc.com.br/agenciabrasil/