Alto Tapajós https://memoria.ebc.com.br/agenciabrasil//taxonomy/term/158532/all pt-br Secretário descarta entrada de pesquisadores e policiais em terra indígena no Pará https://memoria.ebc.com.br/agenciabrasil//noticia/2013-04-05/secretario-descarta-entrada-de-pesquisadores-e-policiais-em-terra-indigena-no-para <p> Alex Rodrigues<br /> <em>Rep&oacute;rter da Ag&ecirc;ncia Brasil<br /> </em></p> <p> <br /> Bras&iacute;lia &ndash; O secret&aacute;rio nacional de Articula&ccedil;&atilde;o Social da Presid&ecirc;ncia da Rep&uacute;blica, Paulo Maldos, garantiu &agrave; <strong>Ag&ecirc;ncia Brasil</strong> que o grupo de pesquisadores e policiais respons&aacute;veis por elaborar os estudos a respeito do potencial h&iacute;drico do Rio Tapaj&oacute;s para a eventual constru&ccedil;&atilde;o de usinas hidrel&eacute;tricas na regi&atilde;o n&atilde;o v&atilde;o ingressar em territ&oacute;rio ind&iacute;gena.</p> <p> &ldquo;Nenhum pesquisador ou policial vai entrar em &aacute;rea ind&iacute;gena&rdquo;, afirmou o secret&aacute;rio, garantindo que as pesquisas est&atilde;o concentradas a cerca de 400 quil&ocirc;metros dos limites da Terra Ind&iacute;gena Munduruku, localizada na regi&atilde;o conhecida como Alto Tapaj&oacute;s e demarcada em 2001. &ldquo;O que h&aacute; na &aacute;rea em estudo &eacute; uma comunidade [ind&iacute;gena]. Historicamente, toda essa regi&atilde;o &eacute; ocupada por povos ind&iacute;genas, mas &aacute;rea demarcada n&atilde;o h&aacute; nenhuma al&eacute;m da que fica no Alto Tapaj&oacute;s [no sudoeste do Par&aacute;, na divisa com o Amazonas], distante dos locais de estudo.&rdquo;</p> <p> Segundo o secret&aacute;rio, a pesquisa - que come&ccedil;ou h&aacute; dez dias, com autoriza&ccedil;&atilde;o judicial - servir&aacute; &ldquo;de insumo para o processo de avalia&ccedil;&atilde;o de impacto [ambiental, social e econ&ocirc;mico] e de viabilidade de futuros projetos de aproveitamento h&iacute;drico&rdquo;.</p> <p> Esta semana, o Minist&eacute;rio P&uacute;blico Federal (MPF) no Par&aacute; voltou a <a href="http://agenciabrasil.ebc.com.br/noticia/2013-04-05/mpf-volta-pedir-suspensao-de-estudos-sobre-complexo-do-tapajos" target="_blank">recorrer &agrave; Justi&ccedil;a para tentar suspender os estudos</a> na Bacia do Rio Tapaj&oacute;s, no Par&aacute;, a servi&ccedil;o da Eletrobr&aacute;s. O recurso foi apresentado na &uacute;ltima quarta-feira (3) &agrave; Justi&ccedil;a Federal em Santar&eacute;m, mas deve ser julgado pelo Tribunal Regional Federal da 1&ordf; Regi&atilde;o (TRF1), em Bras&iacute;lia. <a href="http://agenciabrasil.ebc.com.br/noticia/2013-03-27/justica-autoriza-forca-nacional-acompanhar-estudo-sobre-impactos-de-usinas-no-tapajos">O MPF j&aacute; havia apresentado recurso semelhante</a> &agrave; Justi&ccedil;a Federal em Santar&eacute;m, que negou o primeiro pedido no &uacute;ltimo dia 27.</p> <p> Em nota, o Minist&eacute;rio de Minas e Energia j&aacute; havia afirmado que os bi&oacute;logos, t&eacute;cnicos, auxiliares e policiais n&atilde;o ingressar&atilde;o em terras ind&iacute;genas ou &aacute;reas ocupadas por comunidades ribeirinhas. &ldquo;O planejamento dos estudos em campo foi apresentado &agrave;s lideran&ccedil;as da regi&atilde;o. Foi definido um acordo de conviv&ecirc;ncia para que o trabalho n&atilde;o atrapalhe os deslocamentos das comunidades nem as suas atividades de ca&ccedil;a e pesca&rdquo;, garantiu o minist&eacute;rio.</p> <p> O secret&aacute;rio Paulo Maldos afirma que h&aacute; lideran&ccedil;as ind&iacute;genas que concordam em ouvir os representantes do governo federal a respeito da necessidade de aproveitamento do potencial h&iacute;drico do Rio Tapaj&oacute;s e seus afluentes, com as consequ&ecirc;ncias da constru&ccedil;&atilde;o das usinas e as medidas a serem adotadas para minimizar os impactos. Ele citou a Organiza&ccedil;&atilde;o Ind&iacute;gena Pussuru entre essas lideran&ccedil;as.</p> <p> O presidente da associa&ccedil;&atilde;o, C&acirc;ndido Munduruku, confirma a disposi&ccedil;&atilde;o em dialogar com o governo, mas critica a inten&ccedil;&atilde;o de construir hidrel&eacute;tricas. &ldquo;Aceitamos conversar. Queremos, sim, ouvir o governo, mas n&atilde;o aceitamos a constru&ccedil;&atilde;o dessas usinas. Se sobrevivemos da pesca, da ca&ccedil;a e da ro&ccedil;a, como vamos viver se constru&iacute;rem essas hidrel&eacute;tricas na regi&atilde;o?&rdquo;, perguntou C&acirc;ndido, adiantando que, no pr&oacute;ximo dias 8 e 9, lideran&ccedil;as ind&iacute;genas dever&atilde;o se reunir em Jacareacanga (PA) para discutir o assunto e planejar manifesta&ccedil;&otilde;es contra o empreendimento. &ldquo;O governo est&aacute; desrespeitando os direitos dos povos ind&iacute;genas. Se ele quer pesquisar, ele primeiro tem que ouvir nossos caciques&rdquo;, comentou C&acirc;ndido, garantindo que, nos &uacute;ltimos dias, policiais t&ecirc;m sido vistos em &aacute;reas pr&oacute;ximas &agrave; Aldeia Sawr&eacute; Maybu.</p> <p> Organiza&ccedil;&otilde;es sociais como o Conselho Indigenista Mission&aacute;rio (Cimi) e o Movimento Xingu Vivo Para Sempre afirmam que, segundo os &iacute;ndios, policiais federais e homens da For&ccedil;a Nacional que desembarcaram em Itaituba (PA), a meio caminho entre a Terra Ind&iacute;gena Munduruku e a cidade paraense de Santar&eacute;m, t&ecirc;m revistado, fotografado e interrogado os moradores de Sawr&eacute; Maybu.</p> <p> Al&eacute;m disso, &iacute;ndios, organiza&ccedil;&otilde;es indigenistas e at&eacute; mesmo o Minist&eacute;rio P&uacute;blico Federal no Par&aacute; (MPF-PA) alegam temer que a presen&ccedil;a policial na regi&atilde;o agrave a tens&atilde;o resultante da morte de Valdenir Munduruku, um dos l&iacute;deres da Aldeia Teles Pires, morto em novembro de 2012, durante a Opera&ccedil;&atilde;o Eldorado, da Pol&iacute;cia Federal. Em fevereiro, uma <a href="http://agenciabrasil.ebc.com.br/noticia/2013-02-22/lideres-indigenas-cobram-providencias-no-caso-da-morte-de-indio-durante-operacao-da-pf" target="_blank">comitiva munduruku esteve em Bras&iacute;lia cobrando</a> de autoridades, como os ministros da Secretaria-Geral da Presid&ecirc;ncia da Rep&uacute;blica, Gilberto Carvalho, e da Justi&ccedil;a, Jos&eacute; Eduardo Cardozo, puni&ccedil;&atilde;o ao delegado federal apontado como respons&aacute;vel pela morte de Valdenir. &nbsp;</p> <p> &ldquo;Voltar &agrave; &aacute;rea com um aparato policial t&atilde;o grande em um espa&ccedil;o de tempo t&atilde;o pequeno &eacute; preocupante em fun&ccedil;&atilde;o dessa tens&atilde;o&rdquo;, disse ontem (4) &agrave; <strong>Ag&ecirc;ncia Brasil</strong>, o procurador da Rep&uacute;blica Ubiratan Cazetta, ao falar sobre o novo recurso que o MPF apresentou &agrave; Justi&ccedil;a Federal a fim de tentar suspender a realiza&ccedil;&atilde;o dos estudos at&eacute; que os &iacute;ndios sejam consultados sobre o empreendimento.</p> <p> O secret&aacute;rio Maldos n&atilde;o acredita em confrontos. &ldquo;Entendo a posi&ccedil;&atilde;o do MPF, mas n&atilde;o acredito no risco de um conflito iminente e estamos construindo o di&aacute;logo&rdquo;, acrescentou, revelando que planeja viajar a Jacareacanga (PA), no pr&oacute;ximo dia 10, com o objetivo de se reunir com lideran&ccedil;as ind&iacute;genas e discutir o assunto.</p> <p> &nbsp;</p> <p> <em>Edi&ccedil;&atilde;o: L&iacute;lian Beraldo</em></p> <p> &nbsp;</p> <p> <em>Todo o conte&uacute;do deste site est&aacute; publicado sob a Licen&ccedil;a Creative Commons Atribui&ccedil;&atilde;o 3.0 Brasil. &Eacute; necess&aacute;rio apenas dar cr&eacute;dito &agrave; </em><strong><em>Ag&ecirc;ncia Brasil&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp; </em></strong></p> Alto Tapajós Cândido Munduruku ministério de minas e energia MPF Nacional Pará Paulo Maldos pesquisadores policiais Secretaria de Articulação Social Terra Indígena Mundukuru Fri, 05 Apr 2013 16:10:38 +0000 lilian.beraldo 717677 at https://memoria.ebc.com.br/agenciabrasil/