desempenho da economia https://memoria.ebc.com.br/agenciabrasil//taxonomy/term/156014/all pt-br PIB de Portugal cai 3,2%, o segundo pior resultado desde a Revolução dos Cravos https://memoria.ebc.com.br/agenciabrasil//noticia/2013-03-11/pib-de-portugal-cai-32-segundo-pior-resultado-desde-revolucao-dos-cravos <p> Gilberto Costa<br /> <em>Correspondente da Ag&ecirc;ncia Brasil/EBC</em></p> <p> Lisboa &ndash; De acordo com o Instituo Nacional de Estat&iacute;stica (INE), Portugal teve no ano passado um dos piores desempenhos da sua economia. O INE, que corresponde ao IBGE no Brasil, confirmou que o Produto Interno Bruto (PIB) do pa&iacute;s caiu 3,2% em 2012. No &uacute;ltimo trimestre, a queda se acentuou e chegou a 3,8%.</p> <p> Conforme a s&eacute;rie estat&iacute;stica sobre o PIB, os indicadores anual e trimestral de Portugal desde a Revolu&ccedil;&atilde;o dos Cravos, em 1974, s&oacute; estiveram pior em 1975, quando o PIB caiu 5,1%, e no 1&ordm; trimestre de 2009, que registrou queda de 4,1%, no esteio da crise financeira internacional que teve o auge em setembro de 2008.</p> <p> De acordo com o INE, a queda do PIB tem rela&ccedil;&atilde;o com o desaquecimento interno (consumo das fam&iacute;lias) e externo (queda de exporta&ccedil;&otilde;es para a Europa).</p> <p> &ldquo;A redu&ccedil;&atilde;o mais acentuada do PIB refletiu a diminui&ccedil;&atilde;o do contributo positivo da procura externa l&iacute;quida, que passou de 4,7 pontos percentuais em 2011 para 3,9 p.p., em resultado da desacelera&ccedil;&atilde;o das exporta&ccedil;&otilde;es de bens e servi&ccedil;os, e o contributo negativo mais significativo da procura interna, traduzindo a redu&ccedil;&atilde;o mais intensa do consumo privado&rdquo;, descreve boletim do INE.</p> <p> A confirma&ccedil;&atilde;o das m&aacute;s not&iacute;cias sobre a economia portuguesa foi divulgada no momento em que o pa&iacute;s recebe a s&eacute;tima miss&atilde;o de avalia&ccedil;&atilde;o do programa de ajustamento econ&ocirc;mico. A avalia&ccedil;&atilde;o &eacute; feita por t&eacute;cnicos do Fundo Monet&aacute;rio Internacional, do Banco Central Europeu e da Comunidade Europeia, institui&ccedil;&otilde;es credoras de Portugal que formam a chamada Troika.</p> <p> Segundo a imprensa portuguesa, a raz&atilde;o de representantes da Troika permanecerem pela terceira semana no pa&iacute;s &eacute; que o governo apresentou aos t&eacute;cnicos estrangeiros a proposta de adiar por um ano a meta de controle do d&eacute;ficit p&uacute;blico igual ou inferior a 3%. A emissora p&uacute;blica R&aacute;dio e Televis&atilde;o de Portugal (RTP) noticiou que a Troika aceitou a prorroga&ccedil;&atilde;o.</p> <p> Se isso ocorrer, o governo ganha tempo para reduzir as despesas e pode adiar o corte de quatro bilh&otilde;es de euros (mais de R$ 10 bilh&otilde;es) que prometeu fazer no Or&ccedil;amento de 2013 e 2014. Mais prazo para cumprir as metas poder&aacute; ser &uacute;til para o governo que, no pr&oacute;ximo m&ecirc;s, tem que apresentar balan&ccedil;o da execu&ccedil;&atilde;o or&ccedil;ament&aacute;ria e tamb&eacute;m vive a expectativa de que o Tribunal Constitucional (equivalente ao Supremo Tribunal Federal no Brasil) obrigue a rever os cortes feitos no Or&ccedil;amento deste ano.</p> <p> Na semana passada, j&aacute; havia sinais de certo abrandamento na condu&ccedil;&atilde;o do programa de ajustamento - a promessa de cortes nos gastos p&uacute;blicos deveria ter sa&iacute;do at&eacute; o final de fevereiro, conforme o calend&aacute;rio inicial do governo. Para o economista Jo&atilde;o Amaro de Matos, diretor de p&oacute;s-gradua&ccedil;&atilde;o da Universidade Nova de Lisboa, come&ccedil;a a haver impress&atilde;o externa de que &ldquo;Portugal e Irlanda est&atilde;o mais ou menos fora da zona de sufoco&rdquo;.</p> <p> O economista, no entanto, mant&eacute;m-se preocupado com os &ldquo;fundamentos econ&ocirc;micos&rdquo; da zona do euro &nbsp;(pa&iacute;ses que adotaram a moeda da Uni&atilde;o Europeia) no contexto de diminui&ccedil;&atilde;o de ritmo das economias emergentes - como China, &Iacute;ndia e Brasil. &ldquo;O que ocorre em Portugal vai ser sempre o corol&aacute;rio [consequ&ecirc;ncia] do que ocorre nos outros pa&iacute;ses que s&atilde;o mais influentes&rdquo;.</p> <p> Para a soci&oacute;loga Isabel Maria Guerra, do Instituto Universit&aacute;rio de Lisboa, a crise econ&ocirc;mica poder&aacute; ter como desfechos positivos a aproxima&ccedil;&atilde;o entre trabalhadores e empres&aacute;rios - em busca de &ldquo;concerta&ccedil;&atilde;o social&rdquo; e de &ldquo;competitividade&rdquo; - e o desenho de pol&iacute;ticas sociais e do sistema de seguridade, que est&atilde;o amea&ccedil;adas em Portugal pelas amea&ccedil;as de cortes or&ccedil;ament&aacute;rios e pelo envelhecimento da popula&ccedil;&atilde;o.</p> <p> Segundo ela, a economia, &ldquo;apesar da crise&rdquo;, &eacute; capaz de produzir mais riqueza que no passado. &ldquo;Se produzirmos riqueza, construiremos capacidades de redistribui&ccedil;&atilde;o&rdquo;. Apesar do otimismo, a soci&oacute;loga &eacute; bastante cr&iacute;tica quanto ao governo e outras institui&ccedil;&otilde;es do Estado. &ldquo;A perda de confian&ccedil;a no modelo de governa&ccedil;&atilde;o &eacute; alargada&rdquo;, disse &agrave; <strong>Ag&ecirc;ncia Brasil</strong>.</p> <p> <em>Edi&ccedil;&atilde;o: Davi Oliveira</em></p> <p> <em>Todo o conte&uacute;do deste site est&aacute; publicado sob a Licen&ccedil;a Creative Commons Atribui&ccedil;&atilde;o 3.0 Brasil. Para reproduzir as mat&eacute;rias &eacute; necess&aacute;rio apenas dar cr&eacute;dito &agrave; </em><strong><em>Ag&ecirc;ncia Brasil.</em></strong></p> crescimento da economia desempenho da economia economia de Portugal Internacional PIB 2012 PIB de Portugal redução da economia redução do PIB português resultado do PIB resultado final Mon, 11 Mar 2013 19:43:26 +0000 davi.oliveira 715691 at https://memoria.ebc.com.br/agenciabrasil/