Fitert https://memoria.ebc.com.br/agenciabrasil//taxonomy/term/154283/all pt-br Organizações defendem mais rigor na apuração de crimes contra jornalistas https://memoria.ebc.com.br/agenciabrasil//noticia/2013-02-20/organizacoes-defendem-mais-rigor-na-apuracao-de-crimes-contra-jornalistas <p> Luciano Nascimento<br /> <em>Rep&oacute;rter da Ag&ecirc;ncia Brasil</em></p> <p> Bras&iacute;lia &ndash; Representantes de organiza&ccedil;&otilde;es ligadas &agrave; comunica&ccedil;&atilde;o defenderam mais rigor na apura&ccedil;&atilde;o de crimes contra jornalistas, durante a primeira reuni&atilde;o do <a href="http://agenciabrasil.ebc.com.br/noticia/2013-02-19/grupo-de-trabalho-investigara-ameacas-jornalistas" target="_blank">Grupo de Trabalho (GT) sobre Direitos Humanos dos Profissionais de Jornalismo</a> no Brasil realizada nessa ter&ccedil;a-feira (19). A federaliza&ccedil;&atilde;o da investiga&ccedil;&atilde;o desses crimes foi apontada como poss&iacute;vel solu&ccedil;&atilde;o para o problema.</p> <p> &ldquo;A federaliza&ccedil;&atilde;o da apura&ccedil;&atilde;o de crimes contra jornalistas vai diminuir a impunidade,&rdquo; disse a representante da Federa&ccedil;&atilde;o Nacional dos Jornalistas (Fenaj) Maria Jos&eacute; Braga. A mesma opini&atilde;o foi expressa pelo representante da Federa&ccedil;&atilde;o Interestadual dos Trabalhadores de Radiodifus&atilde;o e Televis&atilde;o (Fitert), Jos&eacute; Ant&ocirc;nio Jesus da Silva. Ele defendeu que a medida seja estendida aos radialistas e comunicadores. &ldquo;Nos &uacute;ltimos anos, pelo menos dez radialistas foram assassinados por conta da atividade&rdquo;, lembrou.</p> <p> As organiza&ccedil;&otilde;es tamb&eacute;m citaram o Projeto de Lei (PL) 1.078/2011, que transfere &agrave; esfera federal a responsabilidade de apurar os crimes cometidos contra jornalistas no exerc&iacute;cio da atividade. Desde 2011, o projeto est&aacute; parado na C&acirc;mara dos Deputados, aguardando parecer da Comiss&atilde;o de Seguran&ccedil;a P&uacute;blica e Combate ao Crime Organizado.</p> <p> O grupo de trabalho deve analisar as den&uacute;ncias de amea&ccedil;a ao exerc&iacute;cio profissional dos comunicadores e encaminh&aacute;-las aos &oacute;rg&atilde;os competentes, al&eacute;m de acompanhar os desdobramentos. Inicialmente devem ser analisados cerca de 50 casos, envolvendo amea&ccedil;as, sequestros e homic&iacute;dios. O grupo ter&aacute; seis meses para concluir os trabalhos. O prazo pode ser prorrogado por mais seis meses.</p> <p> O delegado da Pol&iacute;cia Federal (PF) Delano Cerqueira Bunn, integrante do GT, argumentou que &eacute; preciso investir mais na estrutura da PF antes de pensar na federaliza&ccedil;&atilde;o das investiga&ccedil;&otilde;es. Ele tamb&eacute;m ressaltou que, mesmo com problemas, &eacute; preciso refor&ccedil;ar a compet&ecirc;ncia dos &oacute;rg&atilde;os de apura&ccedil;&atilde;o locais, avaliando caso a caso. &ldquo;O efetivo da Pol&iacute;cia [Federal] &eacute; formado por 10 mil policiais, n&atilde;o conseguir&iacute;amos atuar em todos os casos. O melhor &eacute; que v&aacute;rios &oacute;rg&atilde;os possam investigar essa quest&atilde;o,&rdquo; ponderou.</p> <p> Bunn defendeu ainda que os casos mais emblem&aacute;ticos sejam encaminhados para o ministro da Justi&ccedil;a que tem, por lei, a prerrogativa de determinar a federaliza&ccedil;&atilde;o da investiga&ccedil;&atilde;o ainda que as situa&ccedil;&otilde;es sejam avaliadas caso a caso.</p> <p> A procuradora federal Luciana Marcelino Martins tamb&eacute;m defendeu a investiga&ccedil;&atilde;o por diferentes institui&ccedil;&otilde;es. Ela chamou a aten&ccedil;&atilde;o para a Proposta de Emenda &agrave; Constitui&ccedil;&atilde;o (PEC) 37, que trata da restri&ccedil;&atilde;o do poder de investiga&ccedil;&atilde;o do Minist&eacute;rio P&uacute;blico (MP). &ldquo;Se isso acontecer, vamos correr o risco de que muitas investiga&ccedil;&otilde;es feitas pelo MP sejam consideradas ilegais pela Justi&ccedil;a,&rdquo; observou.</p> <p> O representante do Intervozes &ndash; Coletivo Brasil de Comunica&ccedil;&atilde;o Social, G&eacute;sio Passos, lembrou outro tipo de intimida&ccedil;&atilde;o, em sua opini&atilde;o cada vez mais frequente: a que ocorre por meio de processos judiciais. &ldquo;&Eacute; importante que o GT, al&eacute;m dos casos envolvendo amea&ccedil;a e viol&ecirc;ncia, atente para formas cada vez mais comuns de intimida&ccedil;&atilde;o da atua&ccedil;&atilde;o profissional do jornalista. Passos citou os casos dos jornalistas L&uacute;cio Fl&aacute;vio Pinto e Daniel Fonseca, que enfrentam processos por sua atua&ccedil;&atilde;o profissional, e do <em>blog</em> Falha de S&atilde;o Paulo, que satiriza o jornal <em>Folha de S.Paulo</em> e que tamb&eacute;m enfrenta processo judicial movido pelo jornal.</p> <p> O GT colheu os depoimentos dos jornalistas Mauri K&ouml;nig e Andr&eacute; Caramante. Recentemente, eles foram obrigados a deixar o pa&iacute;s devido a amea&ccedil;as sofridas no exerc&iacute;cio da atividade profissional. O caso est&aacute; sendo acompanhado pela Ouvidoria Nacional de Direitos Humanos, que monitora mais oito envolvendo jornalistas, quatro de assassinatos.</p> <p> <em>Edi&ccedil;&atilde;o: Gra&ccedil;a Adjuto e Juliana Andrade </em></p> <p> <em>Todo o conte&uacute;do deste site est&aacute; publicado sob a Licen&ccedil;a Creative Commons Atribui&ccedil;&atilde;o 3.0 Brasil. &Eacute; necess&aacute;rio apenas dar cr&eacute;dito &agrave;</em><strong><em> Ag&ecirc;ncia Brasil </em></strong></p> apuração apurações Cidadania comunicação comunicadores crimes deferalização Defesa direitos humanos federação Fenaj Fitert investigação jornalismo jornalistas organizações profissionais radialista Wed, 20 Feb 2013 10:52:25 +0000 julianas 714227 at https://memoria.ebc.com.br/agenciabrasil/