projetos não votados em 2012 https://memoria.ebc.com.br/agenciabrasil//taxonomy/term/150562/all pt-br Congresso deixa de votar projetos importantes para o país https://memoria.ebc.com.br/agenciabrasil//noticia/2012-12-30/congresso-deixa-de-votar-projetos-importantes-para-pais <p> Karine Melo<br /> <em>Rep&oacute;rter da Ag&ecirc;ncia Brasil</em></p> <p> Bras&iacute;lia - &nbsp;O Legislativo encerrou o ano sem avan&ccedil;ar em projetos considerados fundamentais para o pa&iacute;s. Para alguns parlamentares, a culpa foi do per&iacute;odo eleitoral, que esvaziou o Congresso. Para outros, o insucesso de algumas mat&eacute;rias passa longe das elei&ccedil;&otilde;es: tem a ver com a falta de consenso e de empenho do governo para garantir as vota&ccedil;&otilde;es.</p> <p> A rela&ccedil;&atilde;o de propostas legislativas importantes paradas &eacute; grande. Projetos que tratam de reforma pol&iacute;tica e tribut&aacute;ria&nbsp;foram os mais citados entre os parlamentares ouvidos pela <strong>Ag&ecirc;ncia Brasil</strong>.</p> <p> Para o senador Randolfe Rodrigues (PSOL-AP), a n&atilde;o vota&ccedil;&atilde;o do Fundo de Participa&ccedil;&atilde;o dos Estados (FPE) tornou-se um problema. Em 2010, o STF julgou inconstitucional a regra de partilha do FPE entre os estados e determinou ao Congresso que aprovasse outra at&eacute; 31 de dezembro de 2012. &ldquo;Foi o <em>maior mico</em> do Congresso n&atilde;o cumprir o prazo determinado pelo Supremo Tribunal Federal&rdquo;, criticou</p> <p> O FPE &eacute; uma parcela das receitas federais repassada aos estados. Cabe &agrave; Secretaria do Tesouro Nacional efetuar as transfer&ecirc;ncias, calculada pelo Tribunal de Contas da Uni&atilde;o com base na popula&ccedil;&atilde;o apontada pelo IBGE. O fundo &eacute; formado por &nbsp;21,5% de tudo o que o governo federal arrecada com o Imposto de Renda e com o Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI).</p> <p> &ldquo;Continuamos com o sistema em que o Congresso repercute a pauta do Executivo. N&atilde;o constr&oacute;i uma pauta pr&oacute;pria e fica como <em>votador</em> de medida provis&oacute;ria&rdquo;, disse Randolfe.</p> <p> O l&iacute;der do PSDB no Senado, &Aacute;lvaro Dias (PR), destacou que, desde o Plano Real, n&atilde;o houve nenhuma reforma estrutural no pa&iacute;s. &ldquo;N&atilde;o avan&ccedil;amos, mas o governo n&atilde;o tem do que se queixar, porque aprovou tudo que quis. Todos os projetos e medidas provis&oacute;rias de interesse passaram&rdquo;.</p> <p> Segundo o l&iacute;der do governo no Senado, Eduardo Braga (PMDB-AM), apesar de serem temas importantes, a falta consenso trava essas vota&ccedil;&otilde;es. &ldquo;Eu aprendi uma coisa quando fui governador e prefeito. Mat&eacute;rias pol&ecirc;micas, voc&ecirc; tem que resolver no primeiro ano de governo, se n&atilde;o, fica dif&iacute;cil. Mesmo havendo decis&atilde;o pol&iacute;tica, como foi no caso dos <em>royalties</em>, n&atilde;o &eacute; da noite para o dia que a coisa se resolve, a briga continua&rdquo;, ponderou.</p> <p> Na avalia&ccedil;&atilde;o de Braga, no caso da reforma pol&iacute;tica, em pelo menos tr&ecirc;s pontos - o fim das coliga&ccedil;&otilde;es proporcionais, o financiamento p&uacute;blico de campanha e a unifica&ccedil;&atilde;o das elei&ccedil;&otilde;es - poderia haver entendimento. &ldquo;O problema &eacute; quando voc&ecirc; fala em fim das coliga&ccedil;&otilde;es partid&aacute;rias, por exemplo, os partidos pequenos se rebelam. Eles talvez n&atilde;o tenham voto para derrubar, mas t&ecirc;m voto para atrapalhar&rdquo;, explicou.</p> <p> O presidente da C&acirc;mara dos Deputados, Marco Maia (PT-RS), lamentou a falta de acordo para a vota&ccedil;&atilde;o do projeto que trata do fim do fator previdenci&aacute;rio. &ldquo;J&aacute; votamos isso h&aacute; tr&ecirc;s ou quatro anos atr&aacute;s, mas depois foi vetado porque n&atilde;o foi constru&iacute;do o entendimento. A id&eacute;ia agora n&atilde;o &eacute; apenas votar por votar. &Eacute; votar uma mat&eacute;ria acordada, negociada e que possa se transformar efetivamente em realidade&rdquo;, disse.</p> <p> Tamb&eacute;m n&atilde;o avan&ccedil;aram outros projetos de lei considerados importantes ou pol&ecirc;micos, entre eles, os que tratam da Lei Anticorrup&ccedil;&atilde;o, com puni&ccedil;&otilde;es &agrave;s empresas favorecidas por desvios de recursos p&uacute;blicos; dos <em>royalties</em> do min&eacute;rio, com revis&atilde;o da Compensa&ccedil;&atilde;o Financeira pela Explora&ccedil;&atilde;o de Recursos Minerais (Cfem); da renegocia&ccedil;&atilde;o da d&iacute;vida dos estados com a Uni&atilde;o; do Marco Civil da Internet; e do que criminaliza a homofobia no pa&iacute;s.</p> <p> <em>Edi&ccedil;&atilde;o: Davi Oliveira</em></p> balanço 2012 Congresso matérias aprovadas no Congresso polêmicas do Congresso em 2012 Política projetos não votados em 2012 retrospectiva Congresso 2012 Sun, 30 Dec 2012 16:03:08 +0000 davi.oliveira 710997 at https://memoria.ebc.com.br/agenciabrasil/