PEC nº 37/2011 https://memoria.ebc.com.br/agenciabrasil//taxonomy/term/149469/all pt-br Membros do Ministério Público lançam campanha contra PEC que limita poderes investigativos do órgão https://memoria.ebc.com.br/agenciabrasil//noticia/2012-12-11/membros-do-ministerio-publico-lancam-campanha-contra-pec-que-limita-poderes-investigativos-do-orgao <p> Thais Leit&atilde;o<br /> <em>Rep&oacute;rter da Ag&ecirc;ncia Brasil</em></p> <p> Bras&iacute;lia &ndash; Associa&ccedil;&otilde;es representativas de membros do Minist&eacute;rio P&uacute;blico (MP) lan&ccedil;aram hoje (11) campanha para chamar a aten&ccedil;&atilde;o da sociedade para os efeitos da Proposta de Emenda &agrave; Constitui&ccedil;&atilde;o (PEC) n&ordm; 37/2011, que retira os poderes investigativos do &oacute;rg&atilde;o na esfera criminal, limitando-os &agrave;s pol&iacute;cias Civil e Federal.</p> <p> Intitulada Brasil contra a Impunidade, a campanha pretende mobilizar a popula&ccedil;&atilde;o inicialmente por meio da internet, com divulga&ccedil;&otilde;es em redes sociais. A partir do ano que vem, ser&atilde;o promovidas audi&ecirc;ncias p&uacute;blicas em diversos estados, e os resultados ser&atilde;o encaminhados a parlamentares, para pression&aacute;-los a rejeitar a proposta. Tamb&eacute;m como parte da mobiliza&ccedil;&atilde;o, ser&aacute; entregue no in&iacute;cio da tarde de hoje uma carta ao presidente da C&acirc;mara dos Deputados, Marco Maia (PT-RS), com os motivos pelos quais a categoria &eacute; contr&aacute;ria &agrave; PEC, que foi aprovada por comiss&atilde;o especial da Casa Legislativa.</p> <p> De acordo com o presidente do Conselho Nacional de Procuradores-Gerais, Oswaldo Trigueiro, a &quot;PEC da Impunidade&quot;, como foi apelidada, representa o enfraquecimento da sociedade brasileira. Ele enfatizou que n&atilde;o se trata de uma luta corporativa, mas de um movimento em defesa da democracia. &quot;Essa PEC &eacute; um equ&iacute;voco, um retrocesso. A pol&iacute;cia deve continuar conduzindo o inqu&eacute;rito. Ela &eacute; t&eacute;cnica e sabe fazer isso, mas o Minist&eacute;rio P&uacute;blico deve coordenar a investiga&ccedil;&atilde;o, at&eacute; porque somos os destinat&aacute;rios dessa investiga&ccedil;&atilde;o&quot;, disse, durante o lan&ccedil;amento da campanha.</p> <p> Trigueiro acrescentou que a PEC poder&aacute; gerar inseguran&ccedil;a jur&iacute;dica, na medida em que permitir&aacute; que r&eacute;us em procedimentos criminais suscitem questionamentos processuais sobre supostas nulidades, retardando as investiga&ccedil;&otilde;es e colocando em liberdade respons&aacute;veis por crimes. Ele citou o caso do julgamento da A&ccedil;&atilde;o Penal 470, cujos r&eacute;us poderiam questionar as condena&ccedil;&otilde;es com a aprova&ccedil;&atilde;o da PEC. &quot;[Com isso] as investiga&ccedil;&otilde;es produzidas no ambiente do Minist&eacute;rio P&uacute;blico passariam a sofrer esse tipo de questionamento, o que pode gerar in&uacute;meras discuss&otilde;es jur&iacute;dicas&quot;, disse.</p> <p> &quot;Imagine questionar a investiga&ccedil;&atilde;o leg&iacute;tima, criteriosa, com as garantias preservadas. O fato de as investiga&ccedil;&otilde;es terem sido feitas por um &oacute;rg&atilde;o de controle que n&atilde;o mais &eacute; autorizado a investigar, colocaria por terra todo o trabalho dessas institui&ccedil;&otilde;es&quot;, acrescentou.</p> <p> O presidente da Associa&ccedil;&atilde;o Nacional dos Procuradores do Trabalho, Carlos Eduardo de Azevedo Lima, tamb&eacute;m repudiou a medida e disse se tratar de um &quot;enorme retrocesso&quot;. &quot;Ela contribui enormemente para o aumento da impunidade e a intensifica&ccedil;&atilde;o dos preju&iacute;zos &agrave; sociedade brasileira&quot;, disse.</p> <p> Na avalia&ccedil;&atilde;o do presidente da Associa&ccedil;&atilde;o do Minist&eacute;rio P&uacute;blico do Distrito Federal e Territ&oacute;rios, Ant&ocirc;nio Marcos Dezan, a proposta &eacute; &quot;um verdadeiro atentado ao Estado Democr&aacute;tico de Direito&quot;. &quot;N&atilde;o queremos antagonismo com a pol&iacute;cia, mas continuar trabalhando juntos, somando for&ccedil;as&quot;, defendeu.</p> <p> Tamb&eacute;m presente &agrave; solenidade, o deputado federal Alessandro Molon (PT-RJ) fez duras cr&iacute;ticas &agrave; PEC e disse que, se aprovada, ela n&atilde;o vai representar uma investiga&ccedil;&atilde;o mais eficiente. &quot;Ela vem para criar mais problemas numa tentativa equivocada de valorizar uma corpora&ccedil;&atilde;o [a pol&iacute;cia] pelo caminho errado. O Brasil precisa de mais investiga&ccedil;&atilde;o e n&atilde;o de menos investiga&ccedil;&atilde;o e sem um Minist&eacute;rio P&uacute;blico fortalecido n&atilde;o ser&aacute; poss&iacute;vel avan&ccedil;ar no combate &agrave; corrup&ccedil;&atilde;o e &agrave; impunidade&quot;, defendeu.</p> <p> Para o senador Randolfe Rodrigues (PSOL-AP), que tamb&eacute;m participou do lan&ccedil;amento da campanha, a proposta &eacute; inconstitucional. &ldquo;&Eacute; o mais flagrante desrespeito &agrave; Constitui&ccedil;&atilde;o Federal, que s&oacute; vai beneficiar quem quer a impunidade, quem n&atilde;o quer que o Brasil avance em suas a&ccedil;&otilde;es de combate &agrave; corrup&ccedil;&atilde;o&rdquo;, disse.</p> <p> Em nota, a Associa&ccedil;&atilde;o Nacional dos Delegados de Pol&iacute;cia Federal (ADPF) e a Associa&ccedil;&atilde;o dos Delegados de Pol&iacute;cia do Brasil (Adepol do Brasil) disseram que o <a href="http://agenciabrasil.ebc.com.br/noticia/2012-12-11/associacao-de-delegados-defende-pec-37-e-nega-prejuizos-ao-combate-corrupcao">Minist&eacute;rio P&uacute;blico est&aacute; promovendo uma &ldquo;campanha de desinforma&ccedil;&atilde;o p&uacute;blica&rdquo;</a>.</p> <p> Segundo as associa&ccedil;&otilde;es, n&atilde;o se pode falar em &ldquo;PEC da Impunidade&rdquo;, j&aacute; que o controle externo da atividade policial, exercido pelo Minist&eacute;rio P&uacute;blico, n&atilde;o ser&aacute; afetado, assim como n&atilde;o ser&aacute; afetado o direito deste &oacute;rg&atilde;o de prevenir eventuais omiss&otilde;es da pol&iacute;cia e de requisitar a instaura&ccedil;&atilde;o de inqu&eacute;rito policial e de dilig&ecirc;ncias investigat&oacute;rias.</p> <p> A nota ainda questiona o processo de investiga&ccedil;&atilde;o do Minist&eacute;rio P&uacute;blico, chamado-o de &ldquo;livre de qualquer regramento, freio ou controle externo&rdquo; e contesta a imparcialidade do &oacute;rg&atilde;o para uma investiga&ccedil;&atilde;o, j&aacute; que &eacute; ele quem faz a acusa&ccedil;&atilde;o. E acrescenta: &ldquo;quantos cidad&atilde;os ignoram que s&atilde;o investigados pelo Minist&eacute;rio P&uacute;blico inclusive com intercepta&ccedil;&otilde;es telef&ocirc;nicas, neste momento no pa&iacute;s, sem qualquer controle e devido processo legal?&rdquo;</p> <p> <em>Edi&ccedil;&atilde;o: Denise Griesinger//Atualizada &agrave;s 17h42 para inclus&atilde;o de nota das associa&ccedil;&otilde;es Nacional dos Delegados de Pol&iacute;cia Federal (ADPF) e dos Delegados de Pol&iacute;cia do Brasil (Adepol do Brasil) </em></p> Associação do Ministério Público do Distrito Federal e Territórios Associação Nacional dos Procuradores do Trabalho Conselho Nacional de Procuradores-Gerais deputado federal Alessandro Molon Nacional PEC nº 37/2011 proposta de emenda à Constituição Senador Randolfe Rodrigues Tue, 11 Dec 2012 14:53:14 +0000 deniseg 709854 at https://memoria.ebc.com.br/agenciabrasil/