financiamento da Faperj https://memoria.ebc.com.br/agenciabrasil//taxonomy/term/145609/all pt-br Tecnologia digital está ajudando no mapeamento da produção cultural brasileira https://memoria.ebc.com.br/agenciabrasil//noticia/2012-10-21/tecnologia-digital-esta-ajudando-no-mapeamento-da-producao-cultural-brasileira <p> Guilherme Jeronymo<br /> <em>Rep&oacute;rter da Ag&ecirc;ncia Brasil</em></p> <p> Rio de Janeiro &ndash; O mapeamento de atividades e equipamentos culturais no pa&iacute;s est&aacute; utilizando a tecnologia digital para superar a limita&ccedil;&atilde;o das pesquisas convencionais. Com a conjuga&ccedil;&atilde;o de bancos de dados, georreferenciamento e ferramentas que permitem o envio de dados diretamente pela popula&ccedil;&atilde;o, os minist&eacute;rios da Cultura (MinC) e Educa&ccedil;&atilde;o (MEC), em coopera&ccedil;&atilde;o com entidades independentes, t&ecirc;m rastreado e fomentado manifesta&ccedil;&otilde;es desse tipo no pa&iacute;s.</p> <p> Uma dessas iniciativas &eacute; o mapeamento do entorno de 15 mil unidades escolares da rede p&uacute;blica, que ser&aacute; um dos pilares da integra&ccedil;&atilde;o de pol&iacute;ticas entre MinC e MEC, em curso desde o final do ano passado. Iniciada este m&ecirc;s, sob coordena&ccedil;&atilde;o do Instituto Lidas, de S&atilde;o Paulo, consiste na montagem de uma base p&uacute;blica de dados, o portal <a href="http://culturaeduca.cc/" target="_blank">CulturaEduca</a>.</p> <p> Com o cruzamento de dados das escolas e dos equipamentos no entorno, inclusive os de sa&uacute;de e assist&ecirc;ncia social, lan&ccedil;ados em mapas com base em tecnologia de georreferenciamento, o portal permitir&aacute; que usu&aacute;rios incluam informa&ccedil;&otilde;es sobre a produ&ccedil;&atilde;o de grupos culturais que influenciam na vida e nas atividades de estudantes, professores e moradores.</p> <p> A op&ccedil;&atilde;o pelo cadastramento participativo das atividades foi uma estrat&eacute;gia para superar a dificuldade pr&aacute;tica de um mapeamento t&atilde;o extenso, segundo Ina&ecirc; Batistoni, do Instituto Lidas. &ldquo;Nesse n&iacute;vel, ele realmente &eacute; invi&aacute;vel. Por isso mesmo, o uso de tecnologias que trabalhem uma cartografia colaborativa, com informa&ccedil;&otilde;es que n&atilde;o existem nos cadastros oficiais&rdquo;, completa Ina&ecirc;.</p> <p> O uso de uma plataforma aberta tamb&eacute;m &eacute; um ponto importante, segundo ela, porque permite a evolu&ccedil;&atilde;o da ferramenta e sua adapta&ccedil;&atilde;o &agrave;s necessidades das pesquisas sem custos adicionais vultosos. Al&eacute;m disso, impede dificuldades futuras com a mudan&ccedil;a de pol&iacute;ticas de neg&oacute;cios em plataformas propriet&aacute;rias, possibilidade admitida por defensores das ferramentas digitais do Google e de outras empresas.</p> <p> No projeto, que ser&aacute; disponibilizado aos minist&eacute;rios para que tenha o desenvolvimento continuado, est&aacute; prevista ainda a cria&ccedil;&atilde;o de um painel de indicadores de cultura e educa&ccedil;&atilde;o, cruzando dados como, por exemplo, a taxa de analfabetismo com a exist&ecirc;ncia de bibliotecas, com o objetivo de dar subs&iacute;dios &agrave; formula&ccedil;&atilde;o de &nbsp;pol&iacute;ticas p&uacute;blicas locais.</p> <p> A integra&ccedil;&atilde;o das informa&ccedil;&otilde;es sobre atividades culturais, equipamentos e grupos formais ou informais capazes de interagir com o cotidiano pedag&oacute;gico da escola &eacute; uma estrat&eacute;gia presente tamb&eacute;m no prot&oacute;tipo do Sistema Nacional de Informa&ccedil;&otilde;es e Indicadores Culturais (Sniic), iniciativa que est&aacute; em processo final de modelamento no MinC, podendo ser lan&ccedil;ada em breve.</p> <p> O Sniic pretende integrar os indicadores da &aacute;rea, dispersos em programas e &oacute;rg&atilde;os diferentes. Constru&iacute;do tamb&eacute;m com ferramentas de <em>software</em> livre, que ser&atilde;o abertas &agrave; complementa&ccedil;&atilde;o para grupos independentes, usa o conceito de rede social para permitir a alimenta&ccedil;&atilde;o por qualquer pessoa.</p> <p> Entre os objetivos do sistema est&aacute; agregar informa&ccedil;&otilde;es sobre toda a cadeia produtiva da cultura, de insumos e servi&ccedil;os, integrando artistas, produtores e difusores.</p> <p> No bairro de Acari, na zona norte carioca, a professora do Departamento de Hist&oacute;ria da Universidade Federal Fluminense (UFF), Adriana Amaral, liderou pesquisa de mapeamento das atividades musicais do local, ampliando seu projeto de p&oacute;s-doutoramento, que teve como tema o <em>funk</em> carioca. &ldquo;Durante a pesquisa, diversas pessoas reclamavam que a sua produ&ccedil;&atilde;o, que n&atilde;o era <em>funk</em>, n&atilde;o era conhecida&rdquo;, disse.</p> <p> Como resultado da pesquisa, desenvolvida com estudantes de gradua&ccedil;&atilde;o da UFF e bolsistas da comunidade e com apoio do Instituto Ita&uacute; Cultural, a equipe de Adriana apresentou um document&aacute;rio e um livro nos quais registra diversas manifesta&ccedil;&otilde;es culturais. N&atilde;o conseguiram, por&eacute;m, criar uma agenda cultural do bairro.</p> <p> &ldquo;Os eventos t&ecirc;m, constantemente, mudan&ccedil;as de hor&aacute;rio e local, e muitos s&atilde;o confirmados com pouco tempo de anteced&ecirc;ncia. Seria preciso uma presen&ccedil;a maior na comunidade, quase di&aacute;ria&rdquo;, explicou. A pesquisadora, integrante do Observat&oacute;rio da Ind&uacute;stria Cultural da UFF, inicia agora um projeto semelhante em comunidades do Complexo do Alem&atilde;o, com apoio de outros docentes e com recursos da Funda&ccedil;&atilde;o de Amparo &agrave; Pesquisa do Estado do Rio de Janeiro (Faperj).</p> <p> Outra comunidade que ter&aacute; mapeamento divulgado ser&aacute; o Complexo da Mar&eacute;, no qual um censo desenvolvido pela institui&ccedil;&atilde;o da sociedade civil Redes de Desenvolvimento da Mar&eacute; registrar&aacute; os estabelecimentos do bairro, permitindo conhecer oficinas, escolas e estabelecimentos similares.</p> <p> A busca por mapeamentos no pa&iacute;s remete a miss&otilde;es e caravanas hist&oacute;ricas, desde as miss&otilde;es antropol&oacute;gicas do per&iacute;odo colonial &agrave; Miss&atilde;o de Pesquisas Folcl&oacute;ricas, liderada por M&aacute;rio de Andrade em 1938. Mais recentemente, o Programa Cultura Viva &eacute; outro levantamento que pode trazer informa&ccedil;&otilde;es profundas sobre a cultura nacional. Ele integra atividades e manifesta&ccedil;&otilde;es culturais, tanto do ponto de vista etnogr&aacute;fico quanto espacial.</p> <p> O programa, em curso desde 2004, fomenta atividades em mais de tr&ecirc;s mil estabelecimentos culturais pelo Brasil. O controle destas atividades e sua sistematiza&ccedil;&atilde;o, por&eacute;m, sempre foram t&ecirc;nues, o que levou &agrave; cria&ccedil;&atilde;o de um grupo de trabalho em abril deste ano para elaborar diagn&oacute;stico, com base nas pesquisas avaliativas realizadas pelo Instituto de Pesquisa Econ&ocirc;mica Aplicada (Ipea) e nos relat&oacute;rios de auditoria realizados pela Controladoria-Geral da Uni&atilde;o, segundo informa&ccedil;&otilde;es do site do MinC.</p> <p> <em>Edi&ccedil;&atilde;o: Davi Oliveira</em></p> Cultura financiamento da Faperj Instituto Lidas mapeamento da cultura mapeamento do entorno mapeamento dos equipamentos culturais mec MinC portal CulturaEduca Programa Cultura Viva Sniic Sun, 21 Oct 2012 19:42:28 +0000 davi.oliveira 705970 at https://memoria.ebc.com.br/agenciabrasil/