controle do diabetes https://memoria.ebc.com.br/agenciabrasil//taxonomy/term/145550/all pt-br Pesquisadores de Ribeirão Preto (SP) obtêm controle do diabetes tipo 1 por meio de células-tronco https://memoria.ebc.com.br/agenciabrasil//noticia/2012-10-21/pesquisadores-de-ribeirao-preto-sp-obtem-controle-do-diabetes-tipo-1-por-meio-de-celulas-tronco <p> Marli Moreira e Camila Maciel<br /> <em>Rep&oacute;rteres da Ag&ecirc;ncia Brasil</em></p> <p> S&atilde;o Paulo - Herdeiros de uma t&eacute;cnica idealizada pelo reumatologista Julio C&eacute;sar Voltarelli, morto em mar&ccedil;o deste ano, est&atilde;o obtendo respostas favor&aacute;veis ao controle do diabetes tipo 1, doen&ccedil;a considerada infanto-juvenil por atacar, principalmente, a popula&ccedil;&atilde;o mais jovem. Um grupo de volunt&aacute;rios que se submeteu aos primeiros testes conseguiu se livrar das aplica&ccedil;&otilde;es de insulina ou, ao menos, diminuir as doses do horm&ocirc;nio.</p> <p> O tratamento &eacute; baseado na aplica&ccedil;&atilde;o de c&eacute;lulas-tronco. Os estudos sob a coordena&ccedil;&atilde;o de Voltarelli, iniciados h&aacute; seis anos, ganharam seguidores fora do Brasil - na Pol&ocirc;nia e na China - e prosseguem com desdobramentos desenvolvidos por m&eacute;dicos do Hemocentro e do Hospital das Cl&iacute;nicas de Ribeir&atilde;o Preto, no interior paulista, juntamente com especialistas dos Estados Unidos, da Fran&ccedil;a e Inglaterra.</p> <p> A atual coordenadora dos trabalhos, a reumatologista Maria Carolina de Oliveira Rodrigues, explicou que tanto o diabetes tipo 1 quanto o 2 s&atilde;o caracterizados por provocar aumento no n&iacute;vel de glicose no sangue. O tipo 1 &eacute; menos frequente, mas tamb&eacute;m tem preval&ecirc;ncia significativa. Quem sofre do mal t&ecirc;m gradual fal&ecirc;ncia do p&acirc;ncreas, devido &agrave; destrui&ccedil;&atilde;o das c&eacute;lulas que produzem insulina, horm&ocirc;nio essencial para o controle do n&iacute;vel de a&ccedil;&uacute;car.</p> <p> O tratamento tradicional &eacute; a aplica&ccedil;&atilde;o regular de insulina, &ldquo;o que afeta a qualidade de vida dessas pessoas e ainda aumenta os riscos de, no futuro, se desenvolver problemas nos rins, nos nervos e de vista&rdquo;, salientou a m&eacute;dica. Segundo ela, quando o paciente recebe o diagn&oacute;stico da doen&ccedil;a, normalmente, ainda tem preservados entre 20% a 30% do p&acirc;ncreas. &Eacute; nessa por&ccedil;&atilde;o de vida da gl&acirc;ndula que os pesquisadores iniciaram a busca do controle do mal, em 2004, sob a coordena&ccedil;&atilde;o de Voltarelli, com o uso das c&eacute;lulas-tronco.</p> <p> Na primeira etapa da pesquisa, encerrada em 2010, foram feitos testes em 25 volunt&aacute;rios. Os tratamentos consistiram na coleta e congelamento de c&eacute;lulas-tronco hematopoi&eacute;ticas &ndash; percussoras dos gl&oacute;bulos sangu&iacute;neos - da medula &oacute;ssea. Em seguida, esses volunt&aacute;rios passaram por sess&otilde;es de quimioterapia agressiva para destruir o restante da medula e zerar o sistema imunol&oacute;gico. Posteriormente, eles receberam as c&eacute;lulas-tronco congeladas para reconstituir a medula e as c&eacute;lulas sangu&iacute;neas.</p> <p> &ldquo;O resultado foi muito bom&rdquo;, avalia a m&eacute;dica Maria Carolina, relatando que o n&iacute;vel conquistado surpreendeu a equipe. Das 25 pessoas que se submeteram ao tratamento, 21 deram respostas favor&aacute;veis. Tr&ecirc;s delas ficaram livres das aplica&ccedil;&otilde;es de insulina e 18 voltaram a necessitar do horm&ocirc;nio, depois de um per&iacute;odo de seis meses a cinco anos, mas em doses menores do que antes dos transplantes. &ldquo;N&atilde;o pode se dizer que estejam curados, mas com a doen&ccedil;a controlada&rdquo;, pontuou a reumatologista.</p> <p> Na segunda fase, em andamento, os pesquisadores tentam obter melhor efic&aacute;cia por meio de uma quimioterapia mais forte. O que se busca &eacute; que o paciente saia, totalmente, da depend&ecirc;ncia de insulina. At&eacute; agora, somente dois volunt&aacute;rios se apresentaram para se submeter aos testes.</p> <p> Esses estudos est&atilde;o sendo feitos no Centro de Terapia Celular (CTC), um dos centros de Pesquisa, Inova&ccedil;&atilde;o e Difus&atilde;o (Cepids) da Funda&ccedil;&atilde;o de Amparo &agrave; Pesquisa do Estado de S&atilde;o Paulo (Fapesp), na Faculdade de Medicina de Ribeir&atilde;o Preto (FMRP/USP), em intera&ccedil;&atilde;o com pesquisadores dos Estados Unidos, da Fran&ccedil;a e Inglaterra.</p> <p> De acordo com a coordenadora desses trabalhos, o Brasil foi pioneiro nos experimentos e, ap&oacute;s a divulga&ccedil;&atilde;o em artigos cient&iacute;ficos, a mesma t&eacute;cnica do transplante de c&eacute;lulas-tronco foi adotada em testes na Pol&ocirc;nia e na China.</p> <p> Em pesquisa paralela, que come&ccedil;ou em 2008, com a participa&ccedil;&atilde;o de oito pacientes diab&eacute;ticos, foram feitas aplica&ccedil;&otilde;es de c&eacute;lulas mesenquimais - que est&atilde;o presentes em todo o corpo e comp&otilde;em o tecido conjuntivo - retiradas de um parente do diab&eacute;tico. Nesse caso, a inten&ccedil;&atilde;o foi atacar a inflama&ccedil;&atilde;o do p&acirc;ncreas pela regenera&ccedil;&atilde;o do tecido. Por&eacute;m, como a quantidade de c&eacute;lulas encontradas &eacute; insuficiente para as aplica&ccedil;&otilde;es, parte delas &eacute; multiplicada em laborat&oacute;rio.</p> <p> Nesses tratamentos, no entanto, metade dos pacientes - todos crian&ccedil;as - n&atilde;o obteve resultado esperado, e nos demais - todos adultos - apenas dois conseguiram reduzir a necessidade de insulina. Os pesquisadores pretendem renovar os testes com o aumento da coleta das c&eacute;lulas mesenquimais. Os interessados podem enviar <em>e-mail</em> para o endere&ccedil;o <a href="mailto:tmoautoimune@gmail.com">tmoautoimune@gmail.com</a>. &Eacute; necess&aacute;rio ter a partir de 18 anos e haver sido diagnosticado com a doen&ccedil;a h&aacute; pelo menos cinco meses.</p> <p> <em>Edi&ccedil;&atilde;o: Davi Oliveira // Atualizada &agrave;s 15h20 do dia 25 de outubro seguinte, para corrigir informa&ccedil;&atilde;o do &uacute;ltimo par&aacute;grafo: os interessados devem ter o diagn&oacute;stico da doen&ccedil;a h&aacute; pelo menos cinco meses (e n&atilde;o cinco anos). </em></p> aplicação de insulina células-tronco controle do diabetes pesquisa médica redução das doses Saúde Voltarelli Sun, 21 Oct 2012 13:34:21 +0000 davi.oliveira 705942 at https://memoria.ebc.com.br/agenciabrasil/