sertão pernambucano https://memoria.ebc.com.br/agenciabrasil//taxonomy/term/143253/all pt-br Festival de Brasília do Cinema Brasileiro exibe “antirromance” pernambucano https://memoria.ebc.com.br/agenciabrasil//noticia/2012-09-20/festival-de-brasilia-do-cinema-brasileiro-exibe-%E2%80%9Cantirromance%E2%80%9D-pernambucano <p> Carolina Gon&ccedil;alves<br /> <em>Rep&oacute;rter da Ag&ecirc;ncia Brasil</em></p> <p> <img alt="" src="https://memoria.ebc.com.br/agenciabrasil//sites/_agenciabrasil/files/imagecache/300x225/gallery_assist/27/gallery_assist703607/prev/4110.jpg" style="width: 300px; height: 225px; margin: 8px; float: right;" />Bras&iacute;lia - Um romance &agrave;s avessas, ou, um &ldquo;antirromance&rdquo;, como o pr&oacute;prio diretor de <em>Boa Sorte, Meu Amor </em>define o longa-metragem de fic&ccedil;&atilde;o que ser&aacute; exibido na noite de hoje (20), no 45&ordm; Festival de Bras&iacute;lia do Cinema Brasileiro. O diretor Daniel Arag&atilde;o explica que seu filme trata de um encontro amoroso que tem como &uacute;nico resultado o resgate da vida particular de cada um dos personagens.</p> <p> &ldquo;Muitas pessoas terminam um relacionamento e renovam a vida. Para mim &eacute; um breve encontro, mas &eacute; renovador. &Eacute; um estimulo para eles reencontrarem suas vidas. &Eacute; um pessimismo otimista&rdquo;, descreve o diretor.</p> <p> No filme, de um lado est&aacute; Dirceu que, aos 30 anos, tenta enterrar o passado da fam&iacute;lia tradicional da aristocracia do sert&atilde;o pernambucano no seu atual cotidiano em Recife, capital do estado. De outro, a estudante de m&uacute;sica Maria, que compartilha as mesmas origens de Dirceu, mas vive em discord&acirc;ncia com o presente, acreditando que &ldquo;nada &eacute; como deveria ser&rdquo;.</p> <p> &ldquo;Um romance seria talvez uma ideia mais concreta do encontro entre duas pessoas e algo rec&iacute;proco. No caso do filme, esse encontro s&oacute; funciona para alavancar um reencontro pessoal das personagens&rdquo;, disse Arag&atilde;o, descrevendo a rela&ccedil;&atilde;o pouco saud&aacute;vel que se estabelece entre os dois protagonistas.</p> <p> A inspira&ccedil;&atilde;o para o filme tem origem na vida pessoal do diretor e em relatos de familiares. Arag&atilde;o diz que hist&oacute;rias como as que ouvia de sua av&oacute;, que perdeu o marido assassinado, e o incidente, a f&eacute; e o &acirc;nimo, ajudaram a ilustrar a trama.</p> <p> &ldquo;Voc&ecirc; escuta essas hist&oacute;rias ao longo da sua vida, aos 4 anos de idade, aos 12 anos, e n&atilde;o encontra o significado das coisas. Agora, aos 30 anos, consigo refletir sobre elas e adaptar essas hist&oacute;rias. Est&aacute; tudo um pouco no filme&rdquo;, disse.</p> <p> O diretor pernambucano admite que o seu primeiro longa-metragem &eacute; &ldquo;quase&rdquo; autobiogr&aacute;fico. &ldquo;Eu acredito muito neste desafio. Gosto de ter uma bronca na minha vida que tenho que resolver e, particularmente, consigo transformar isso em alguma coisa boa&rdquo;.</p> <p> Daniel Arag&atilde;o diz que o longa aborda os relacionamentos, mas tamb&eacute;m trata de quest&otilde;es locais, retratando o atual cotidiano da capital pernambucana e o estilo de vida das pessoas origin&aacute;rias do sert&atilde;o que decidiram trocar sua terra natal por Recife. A hist&oacute;ria, que coincide com parte da trajet&oacute;ria de Arag&atilde;o s&oacute; poderia ser filmada, segundo o pr&oacute;prio diretor, em preto e branco.</p> <p> &ldquo;&Eacute; um filme que lida com o passado e com esse estado da mem&oacute;ria, de como as coisas eram. Estou filmando lugares que vivi no Recife e em &Aacute;gua Branca que, para mim, eram lugares coloridos. Para transformar em filme tinha que ser em preto e branco. &Eacute; a forma de me distanciar da pr&oacute;pria realidade&rdquo;, explicou. Parte do longa foi filmado na pr&oacute;pria fazenda da fam&iacute;lia de Arag&atilde;o.</p> <p> Em julho, o longa-metragem foi exibido no Festival de Locarno, na Sui&ccedil;a. Ainda assim, o diretor admite estar nervoso diante da estreia no Brasil. &ldquo;&Eacute; muito mais tensa, porque tem muita gente que me conhece e as opini&otilde;es s&atilde;o sempre bem fortes aqui. Escolhi fazer o filme porque gosto de surpreender e ser surpreendido. Talvez se concretize minha vontade na noite de hoje&rdquo;.</p> <p> <em>Boa Sorte, Meu Amor</em>, que disputa na categoria longa-metragem de fic&ccedil;&atilde;o, a principal dentre as mostras competitivas do Festival de Bras&iacute;lia, ser&aacute; exibido a partir das 21 horas na Sala Villa-Lobos do Teatro Nacional.</p> <p> A exibi&ccedil;&atilde;o ser&aacute; precedida pelo curta-metragem document&aacute;rio paulista <em>A Guerra dos Gibis</em>, de Thiago Brandimarte Mendon&ccedil;a e Rafael Terpins e pelo longa document&aacute;rio <em>Otto</em>, de Cao Guimar&atilde;es, que ser&atilde;o exibidos a partir das 19 horas. Na sequ&ecirc;ncia, o p&uacute;blico pode conferir a anima&ccedil;&atilde;o em curta-metragem <em>O Gigante</em>, dos catarinenses Julio Vanzeler e Lu&iacute;s da Matta Almeida e o curta-metragem de fic&ccedil;&atilde;o <em>A M&atilde;o Que Afaga, </em>de Gabriela Amaral Almeida, de S&atilde;o Paulo.</p> <p> Os filmes das mostras competitivas s&atilde;o exibidos tamb&eacute;m no Teatro Newton Rossi, no Sesc de Ceil&acirc;ndia, no Teatro de Sobradinho, no Teatro Paulo Autran, no Sesc Taguatinga e no teatro do Sesc do Gama. No dia seguinte, a programa&ccedil;&atilde;o poder&aacute; ser conferida no cinema do Centro Cultural Banco do Brasil.</p> <p> <em>Edi&ccedil;&atilde;o: F&aacute;bio Massalli</em></p> antirromance boa sorte cinema cinema brasileira Cultura daniel aragão festival de brasilia do cinema brasileiro filme filme pernambucano meu amor Recife sertão pernambucano Thu, 20 Sep 2012 20:02:46 +0000 fabio.massalli 703651 at https://memoria.ebc.com.br/agenciabrasil/