hidrantes https://memoria.ebc.com.br/agenciabrasil//taxonomy/term/142304/all pt-br Brigadas de moradores em favelas de São Paulo podem evitar danos maiores provocados por incêndios https://memoria.ebc.com.br/agenciabrasil//noticia/2012-09-06/brigadas-de-moradores-em-favelas-de-sao-paulo-podem-evitar-danos-maiores-provocados-por-incendios <p> <font face="Verdana, sans-serif"><font size="2"><font color="#000000"><img alt="" src="https://memoria.ebc.com.br/agenciabrasil//sites/_agenciabrasil/files/imagecache/300x225/gallery_assist/24/gallery_assist702749/prev/AgenciaBrasil060912MCSP11.JPG" style="width: 300px; float: right; height: 225px" />Camila Maciel<br /> <em>Rep&oacute;rter da Ag&ecirc;ncia Brasil</em></font></font></font></p> <p> S&atilde;o Paulo &ndash; O inc&ecirc;ndio na comunidade S&ocirc;nia Ribeiro, conhecida como Favela do Piolho, na zona sul da capital paulista, n&atilde;o p&ocirc;de ser contido pela atua&ccedil;&atilde;o da brigada de moradores, treinada para combater o fogo. Cerca de 40% das moradias foram destru&iacute;das pelas chamas, na &uacute;ltima segunda-feira (3), e 285 fam&iacute;lias ficaram desabrigadas, segundo informa&ccedil;&otilde;es da Defesa Civil do munic&iacute;pio. A auxiliar de limpeza Zilma da Silva, 40 anos, relatou que a comunidade n&atilde;o dispunha de hidrantes localizados em pontos estrat&eacute;gicos, conforme prev&ecirc; uma das etapas do Programa de Preven&ccedil;&atilde;o e Combate a Inc&ecirc;ndios em Assentamentos Prec&aacute;rios (Previn), criado pela Lei Municipal n&ordm; 15.022, de 2009.</p> <p> Essa comunidade deveria servir como exemplo, tendo em vista que foi escolhida, no ano passado, para ser o projeto piloto do Previn, que at&eacute; agora foi implantado em apenas 3% das 1.632 comunidades da capital paulita. Apesar das brigadas comunit&aacute;rias n&atilde;o terem condi&ccedil;&otilde;es de lidar com grandes inc&ecirc;ndios, por falta de estrutura, o modelo &eacute; defendido por especialistas como um meio eficaz de prevenir e combater as labaredas nas comunidades.</p> <p> Para o capit&atilde;o do Corpo de Bombeiros Renato de Natale J&uacute;nior, a atua&ccedil;&atilde;o dos moradores &eacute; importante, pois pode evitar o alastramento das chamas. &ldquo;Eles est&atilde;o l&aacute; no princ&iacute;pio do inc&ecirc;ndio. Mesmo com a melhor atua&ccedil;&atilde;o da corpora&ccedil;&atilde;o, o tempo de resposta do Corpo de Bombeiros n&atilde;o daria conta de chegar instantaneamente&rdquo;, avalia. Ele aponta que, em S&atilde;o Paulo, as viaturas costumam chegar ao local da ocorr&ecirc;ncia em um prazo de oito a dez minutos.</p> <p> O Previn consiste na forma&ccedil;&atilde;o de zeladores comunit&aacute;rios, como s&atilde;o chamados&nbsp;os moradores que recebem o treinamento. Eles ganham uma bolsa mensal de R$ 653,10,&nbsp;conforme informa&ccedil;&otilde;es da prefeitura. O programa prev&ecirc; ainda a entrega de <em>kits</em><font color="#000000"> com botas, capacetes e capa especial para o uso em inc&ecirc;ndios. Al&eacute;m da capacita&ccedil;&atilde;o, as outras etapas incluem: regulariza&ccedil;&atilde;o el&eacute;trica, planejamento de a&ccedil;&otilde;es de combate e ado&ccedil;&atilde;o de medidas para minimizar os danos, caso a &aacute;rea seja atingida pelo fogo.</font></p> <p> Na tarde de ontem (5), dois dias ap&oacute;s o inc&ecirc;ndio, ainda havia fuma&ccedil;a no local e as fam&iacute;lias circulavam &agrave; procura de objetos pessoais na Favela do Piolho. &ldquo;Perdi tudo. S&oacute; consegui salvar meus oito filhos. Estamos abrigados em uma igreja. Recebemos colch&otilde;es e cesta b&aacute;sica, mas onde vamos cozinhar?&rdquo;, preocupa-se&nbsp;Zilma da Silva.</p> <p> <img alt="" src="https://memoria.ebc.com.br/agenciabrasil//sites/_agenciabrasil/files/imagecache/200x150/gallery_assist/24/gallery_assist702749/prev/AgenciaBrasil060912MCSP22.JPG" style="margin: 5px; width: 200px; float: left; height: 150px" />A mesma falta de infraestrutura para a atua&ccedil;&atilde;o das brigadas de inc&ecirc;ndio em favelas foi verificada pela <strong><font color="#000000">Ag&ecirc;ncia Brasil</font></strong><font color="#000000"><strong> </strong>no Jardim Dona Sinh&aacute;, no bairro Vila Prudente, na zona leste da capital. Aparecida Gon&ccedil;alves dos Santos, de 50 anos, zeladora do Previn na localidade, relata que o </font><em><font color="#000000">kit</font></em><font color="#000000"> para combater inc&ecirc;ndios ainda n&atilde;o chegou &agrave; comunidade. Aparecida aponta os locais que demarcou com tinta, h&aacute; cerca de oito meses, para a instala&ccedil;&atilde;o dos hidrantes. Ela acredita que pode ajudar, apesar da prec&aacute;ria estrutura em uma situa&ccedil;&atilde;o de risco. &ldquo;Como conhe&ccedil;o a comunidade, sei onde &eacute; poss&iacute;vel entrar e onde o acesso &eacute; mais dif&iacute;cil&rdquo;, destaca.</font></p> <p> A zeladora relata que, embora ainda n&atilde;o seja poss&iacute;vel atuar no combate &agrave;s chamas, o trabalho de preven&ccedil;&atilde;o j&aacute; contribui para a redu&ccedil;&atilde;o de acidentes. &ldquo;Visito as casas e converso com os moradores diariamente. Tento identificar poss&iacute;veis focos e vamos diminuindo os riscos&rdquo;, explica. Ela desempenha o trabalho no turno da manh&atilde;. Nos outros turnos,&nbsp;quatro zeladores fazem as rondas.</p> <p> Aparecida est&aacute; receosa com a s&eacute;rie de inc&ecirc;ndios em favelas neste ano. &ldquo;Estamos todos com medo. Vou me sentir frustrada se n&atilde;o puder ajudar minha comunidade&rdquo;, aponta. S&oacute; em 2012, foram registrados 32 ocorr&ecirc;ncias em S&atilde;o Paulo, segundo a Defesa Civil. O n&uacute;mero &eacute; maior do que o de todo o ano de 2011, quando foram registrados 24 inc&ecirc;ndios.</p> <p> A prefeitura informou, por meio de nota, que o programa foi instalado em 51 comunidades &ndash; 3% do total de favelas em S&atilde;o Paulo &ndash; a partir de uma avalia&ccedil;&atilde;o do n&iacute;vel de vulnerabilidade das localidades, feita pelo Corpo de Bombeiros. Perguntada sobre&nbsp;a falta de equipamentos para as brigadas&nbsp;de moradores e <font face="Verdana" size="2">a inten&ccedil;&atilde;o de ampliar o programa para as 1.632 comunidades</font>, a prefeitura n&atilde;o se pronunciou at&eacute; o fechamento da reportagem.</p> <p> A <strong>Ag&ecirc;ncia Brasil</strong><font color="#000000"><strong> </strong>visitou tamb&eacute;m outra experi&ecirc;ncia de brigada comunit&aacute;ria, desta vez na zona oeste da capital, no bairro Rio Pequeno, na comunidade Vila Dalva. Esse projeto, no entanto, n&atilde;o faz parte do Previn. A a&ccedil;&atilde;o foi iniciada em 2003, por meio do Instituto de Pesquisa Tecnol&oacute;gicas (IPT), da Universidade de S&atilde;o Paulo (USP). Os brigadistas s&atilde;o volunt&aacute;rios e atuam com extintores de inc&ecirc;ndio.</font></p> <p> <img alt="" src="https://memoria.ebc.com.br/agenciabrasil//sites/_agenciabrasil/files/imagecache/200x150/gallery_assist/24/gallery_assist702749/prev/AgenciaBrasil060912MCSP6.JPG" style="margin: 4px; width: 200px; float: right; height: 150px" />A agente de sa&uacute;de Sandra L&uacute;cia Martins (ao fundo), 51 anos, participa desde o in&iacute;cio da brigada da Vila Dalva e conta que pelos menos 20 focos de inc&ecirc;ndios j&aacute; foram combatidos. &ldquo;Certa vez, precisamos resgatar uma crian&ccedil;a de baixo da cama&rdquo;, relembra, orgulhosa do trabalho. Sandra refor&ccedil;a que h&aacute; um limite para o trabalho dos brigadistas. &ldquo;Tamb&eacute;m n&atilde;o podemos nos arriscar. S&oacute; podemos nos aproximar a uma dist&acirc;ncia que nos deixe em seguran&ccedil;a&rdquo;, destaca. Ela informou que desde 2003 n&atilde;o houve inc&ecirc;ndios de grandes propor&ccedil;&otilde;es na comunidade.</p> <p> &ldquo;Cada um de n&oacute;s tem de dois a tr&ecirc;s equipamentos [extintores]&nbsp;em casa&rdquo;, explica o&nbsp;agente de sa&uacute;de Ivani Correia de Santana, 30 anos, que participa da brigada desde o ano passado, quando foi formada uma nova turma.</p> <p> O pesquisador da USP Jos&eacute; Carlos Tomina, que coordenou, pelo IPT, a instala&ccedil;&atilde;o de brigadas em cinco comunidades da capital em 2003, destaca que a forma&ccedil;&atilde;o dos moradores &eacute; uma medida simples, mas eficiente. &ldquo;A precariedade nas comunidades &eacute; muito grande: as instala&ccedil;&otilde;es el&eacute;tricas, os focos de calor, os materiais combust&iacute;veis. O que pode ser evitado &eacute; que o fogo tome conta da favela por completo&rdquo;, ressalta. Ele conta que, nas comunidades que tiveram o apoio do instituto, grandes inc&ecirc;ndios j&aacute; foram evitados pelos menos 100 vezes.</p> <p> <em><font face="Verdana, sans-serif"><font size="2"><font color="#000000">Edi&ccedil;&atilde;o: Juliana Andrade</font></font></font></em></p> brigadas de moradores comunidades extintores de incêndio favelas Favela Sônia Ribeiro fogo hidrantes incêndios Nacional prefeitura são paulo Thu, 06 Sep 2012 16:03:52 +0000 julianas 702747 at https://memoria.ebc.com.br/agenciabrasil/