Anpei https://memoria.ebc.com.br/agenciabrasil//taxonomy/term/141627/all pt-br Investimento em inovação precisa estar enraizado na política de desenvolvimento industrial, dizem especialistas https://memoria.ebc.com.br/agenciabrasil//noticia/2012-08-29/investimento-em-inovacao-precisa-estar-enraizado-na-politica-de-desenvolvimento-industrial-dizem-espe <div> <p> Alana Gandra<br /> <em>Rep&oacute;rter da Ag&ecirc;ncia Brasil</em></p> <p> Rio de Janeiro &ndash; A inova&ccedil;&atilde;o tecnol&oacute;gica &eacute; um caminho que ainda n&atilde;o foi explorado devidamente no Brasil, disse &agrave; <strong>Ag&ecirc;ncia Brasil</strong> o presidente da Funda&ccedil;&atilde;o de Ci&ecirc;ncia e Tecnologia (Cientec), Luiz &nbsp;Antonio Antoniazzi.</p> <p> Para ele, trata-se de uma quest&atilde;o &ldquo;at&eacute; cultural. &Eacute; uma cultura que j&aacute; deveria ter sido desenvolvida h&aacute; algumas d&eacute;cadas&rdquo;. Foi o que ocorreu na Coreia do Sul, por exemplo, onde &ldquo;a quest&atilde;o da inova&ccedil;&atilde;o passou a impregnar toda a sociedade, com forte investimento em educa&ccedil;&atilde;o&rdquo;. O presidente da Cientec destacou que, hoje, o crescimento da Coreia &eacute; sustentado pela inova&ccedil;&atilde;o tecnol&oacute;gica.</p> <p> &ldquo;O Brasil despertou para isso tardiamente&rdquo;, opinou Antoniazzi, para quem as chances de reverter esse quadro est&atilde;o na incorpora&ccedil;&atilde;o da inova&ccedil;&atilde;o nas pol&iacute;ticas p&uacute;blicas em geral. &ldquo;A inova&ccedil;&atilde;o h&aacute; de ser o grande farol na implementa&ccedil;&atilde;o da pol&iacute;tica industrial do pa&iacute;s e em cada um dos estados&rdquo;. &nbsp;</p> <p> Antoniazzi esclareceu que, quando se fala em inova&ccedil;&atilde;o tecnol&oacute;gica, a tend&ecirc;ncia &eacute; que se pense na inova&ccedil;&atilde;o radical &ndash; caracterizada por um produto, processo ou servi&ccedil;o completamente novo lan&ccedil;ado no mercado. Ele destacou que, no entanto, s&atilde;o as inova&ccedil;&otilde;es que incrementam o produto ou processo que t&ecirc;m maior import&acirc;ncia. &ldquo;S&atilde;o pequenas melhorias no produto [j&aacute; existente]. Requerem menos investimento e menos risco. J&aacute; a inova&ccedil;&atilde;o radical implica mais investimento e um risco maior&rdquo;.</p> <p> O presidente da Cientec lembrou que os pa&iacute;ses emergentes t&ecirc;m investido mais em inova&ccedil;&atilde;o para a melhoria de processos e produtos e defendeu que o Brasil adote o mesmo caminho. Ele, no entanto, disse estar observando uma mudan&ccedil;a de postura entre as empresas brasileiras nos &uacute;ltimos anos. Segundo Antoniazzi, alguns setores da ind&uacute;stria est&atilde;o conscientes de que n&atilde;o poder&atilde;o se sustentar sem investir em inova&ccedil;&atilde;o ou sem se associar a institutos tecnol&oacute;gicos e universidades, para trazer dali o conhecimento.</p> <p> J&aacute; a presidenta da Associa&ccedil;&atilde;o Brasileira das Institui&ccedil;&otilde;es de Pesquisa Tecnol&oacute;gica (Abipti), Isa Assef dos Santos, avaliou que, para que o Brasil ganhe uma posi&ccedil;&atilde;o de destaque no cen&aacute;rio mundial, &eacute; preciso que o conhecimento inovador &ldquo;n&atilde;o fique em uma prateleira, mas seja transformado em uma tecnologia aplicada&rdquo;. Para ela, levar o conhecimento a se transformar em um produto &eacute; o grande papel dos institutos de tecnologia, que v&atilde;o executar essa tarefa e comprovar, para as empresas, &ldquo;que aquilo &eacute; poss&iacute;vel, que tem futuro&rdquo;.</p> <p> Isa Assef dos Santos ressaltou que os institutos s&atilde;o o elo forte dessa cadeia formada, na outra ponta, pelas empresas. Ela lembrou que inova&ccedil;&atilde;o &eacute; um processo e n&atilde;o um fato isolado, e que a empresa ser&aacute; mais competitiva quando inserida nesse processo.</p> <p> A presidenta da Abipti lembrou, contudo, que h&aacute; entraves a serem superados para que a inova&ccedil;&atilde;o cres&ccedil;a no Brasil, entre eles a falta de marcos legais, a infraestrutura laboratorial e a capacita&ccedil;&atilde;o ainda insuficiente de pessoal, especialmente nos institutos p&uacute;blicos. &ldquo;Eles [os institutos], hoje, t&ecirc;m mais bolsistas do que quadro efetivo&rdquo;, criticou. &ldquo;Como &eacute; que se consegue ser forte e apresentar bons resultados se n&atilde;o tem quadros?&rdquo;, indagou.</p> <p> Isa lembrou ainda que &eacute; preciso descentralizar os investimentos em inova&ccedil;&atilde;o para desenvolver mais equitativamente as regi&otilde;es do pa&iacute;s, de forma a diminuir as diferen&ccedil;as regionais, &ldquo;que s&atilde;o muito grandes&rdquo;. Para ela, o principal indutor desse processo &eacute; o governo. &ldquo;O governo &eacute; a grande lideran&ccedil;a e o indutor dessas mudan&ccedil;as comportamentais&rdquo;, disse. Isa admitiu que a inova&ccedil;&atilde;o pode ser estimulada, inclusive, com parcerias entre o setor p&uacute;blico&nbsp;e a iniciativa privada.</p> <p> O presidente da Associa&ccedil;&atilde;o Nacional de Pesquisa e Desenvolvimento das Empresas Inovadoras (Anpei), Carlos Eduardo Calmanovici, disse que a inova&ccedil;&atilde;o &eacute; um elemento fundamental para a competitividade. Ele acredita que o aumento da concorr&ecirc;ncia nos mercados &eacute; algo que praticamente obriga o Brasil a incrementar a inova&ccedil;&atilde;o. &ldquo;O grande desafio nosso &eacute; estar estruturado em termos de pol&iacute;ticas p&uacute;blicas, de gera&ccedil;&atilde;o de conhecimento, de propens&atilde;o ao risco,&nbsp;para que a inova&ccedil;&atilde;o tenha uma evolu&ccedil;&atilde;o significativa no Brasil&rdquo;.</p> <p> Ele acredita que a academia brasileira &eacute; forte e gera conhecimento, falta aproveitar melhor esse conhecimento e transferi-lo para o setor produtivo. Calmanovici defende que as iniciativas inovadoras devem estar permeadas nas cadeias produtivas e n&atilde;o apenas presentes nas empresas, isoladamente. &ldquo;N&oacute;s precisamos ser mais agressivos nos nossos instrumentos p&uacute;blicos de fomento &agrave; inova&ccedil;&atilde;o, como fazem outros pa&iacute;ses. Precisamos ter uma academia que seja mais atenta, olhando o mercado, as necessidades e as demandas da sociedade&rdquo;.</p> <p> Para Evando Mirra, diretor da Academia Brasileira de Ci&ecirc;ncias (ABC), todos os sinais apontam para uma evolu&ccedil;&atilde;o positiva da inova&ccedil;&atilde;o no Brasil. &ldquo;Minha vis&atilde;o &eacute; muito otimista em rela&ccedil;&atilde;o a isso&rdquo;. V&aacute;rios fatores apontam nessa dire&ccedil;&atilde;o, na vis&atilde;o dele. O n&uacute;mero de empresas inovadoras aumentou no pa&iacute;s, h&aacute; maior conscientiza&ccedil;&atilde;o sobre a import&acirc;ncia da inova&ccedil;&atilde;o e aumentou a articula&ccedil;&atilde;o do setor empresarial por meio de iniciativas como as da Associa&ccedil;&atilde;o Nacional de Pesquisa e Desenvolvimento das Empresas Inovadoras (Anpei).</p> <p> Mirra acredita, no entanto, que h&aacute; um problema relativo &agrave; velocidade com que ocorre o movimento de inova&ccedil;&atilde;o. Em alguns setores, o Brasil tem sido mais eficiente, na opini&atilde;o do diretor da ABC, como o da ind&uacute;stria de m&aacute;quinas de transporte em geral, da fabrica&ccedil;&atilde;o de produtos farmoqu&iacute;micos e farmac&ecirc;uticos, de inform&aacute;tica e biotecnologia. S&atilde;o &aacute;reas que &ldquo;j&aacute; nasceram com o DNA da inova&ccedil;&atilde;o&rdquo;. As &aacute;reas mais cr&iacute;ticas no pa&iacute;s em termos de inova&ccedil;&atilde;o s&atilde;o, segundo Mirra, exatamente as mais competitivas, entre elas a de componentes microeletr&ocirc;nicos.</p> <p> O espa&ccedil;o que existe para o incremento de produtos e servi&ccedil;os &eacute; infinito, na opini&atilde;o de Rog&eacute;rio Pereira, coordenador do Centro Geral de Desenvolvimento Tecnol&oacute;gico da Funda&ccedil;&atilde;o Centro de An&aacute;lise, Pesquisa e Inova&ccedil;&atilde;o Tecnol&oacute;gica (CGDT/Fucapi), de Manaus. A institui&ccedil;&atilde;o participou, no regime de parceria, do projeto pioneiro de cria&ccedil;&atilde;o das urnas eletr&ocirc;nicas no Brasil.</p> <p> Para Rog&eacute;rio Pereira, n&atilde;o s&oacute; as urnas eletr&ocirc;nicas, mas quaisquer produtos s&atilde;o pass&iacute;veis de serem melhorados por meio da inova&ccedil;&atilde;o tecnol&oacute;gica. &ldquo;Novas tecnologias v&atilde;o puxando novas melhorias. &Eacute; um ciclo cont&iacute;nuo&rdquo;, avaliou.</p> <p> <em>Edi&ccedil;&atilde;o: Lana Cristina</em></p> </div> ABC Abipti Anpei Fucapi Inovação investimentos Pesquisa e Inovação produtos serviços urnas eletrônicas. Wed, 29 Aug 2012 08:47:43 +0000 gracaadjuto 702087 at https://memoria.ebc.com.br/agenciabrasil/