previsão do PIB 2012 https://memoria.ebc.com.br/agenciabrasil//taxonomy/term/141248/all pt-br Economista do Ipea diz que indústria “patina” e impede maior crescimento do PIB https://memoria.ebc.com.br/agenciabrasil//noticia/2012-08-23/economista-do-ipea-diz-que-industria-%E2%80%9Cpatina%E2%80%9D-e-impede-maior-crescimento-do-pib <p> Alana Gandra<br /> <em>Rep&oacute;rter da Ag&ecirc;ncia Brasil</em></p> <p> Rio de Janeiro - A ind&uacute;stria &eacute; o problema que impede maior crescimento do &nbsp;Produto Interno Bruto (PIB) - soma das riquezas e bens produzidos no pa&iacute;s - este ano, segundo disse &agrave; <strong>Ag&ecirc;ncia Brasil</strong> o economista do Instituto de Pesquisa Econ&ocirc;mica Aplicada (Ipea) Roberto Messenberg. Ele coordena o Grupo de An&aacute;lise e Previs&otilde;es da Diretoria de Estudos e Pol&iacute;ticas Macroecon&ocirc;micas (Dimac) do instituto. &ldquo;A ind&uacute;stria est&aacute; patinando&rdquo;, afirmou.</p> <p> Em fun&ccedil;&atilde;o do baixo n&iacute;vel da atividade industrial, o Ipea vai rever a previs&atilde;o para o PIB de 2012&nbsp;em setembro pr&oacute;ximo, segundo adiantou o economista. Hoje (23), o instituto divulgou o boletim <em>Conjuntura em Foco</em> de agosto, que traz dados relativos a PIB, infla&ccedil;&atilde;o, emprego, entre outros temas. &nbsp;</p> <p> Segundo&nbsp;o economista, os n&uacute;meros da produ&ccedil;&atilde;o industrial e da ind&uacute;stria de transforma&ccedil;&atilde;o s&atilde;o fracos. &ldquo;Isso faz com que n&atilde;o venha a se cumprir o cen&aacute;rio esperado de recupera&ccedil;&atilde;o gradual, embora com mais for&ccedil;a, a partir do segundo semestre&rdquo;. &nbsp;Ele refor&ccedil;ou que esse j&aacute; n&atilde;o &eacute; mais um cen&aacute;rio fact&iacute;vel. &nbsp;</p> <p> Messenberg disse que&nbsp; a ocorr&ecirc;ncia de taxas de crescimento elevadas no segundo semestre n&atilde;o permitir&aacute; reverter a tend&ecirc;ncia de redu&ccedil;&atilde;o do PIB. &ldquo;As indica&ccedil;&otilde;es s&atilde;o que a taxa de crescimento dessazonalizada nos dois primeiros trimestres ficou aqu&eacute;m das expectativas de todos&rdquo;. Com isso, Messenberg &nbsp;analisou que a m&eacute;dia do ano &ldquo;n&atilde;o ser&aacute; boa&rdquo;. Segundo frisou, &ldquo;estamos com um vi&eacute;s de baixa&rdquo;. N&atilde;o quis, por&eacute;m, arriscar n&uacute;mero.</p> <p> O economista explicou que o crescimento dos dois primeiros trimestres dessazonalizados, isto &eacute;, retiradas as caracter&iacute;sticas espec&iacute;ficas do per&iacute;odo, definem a taxa m&eacute;dia de crescimento da economia de um ano para o outro. Ou seja, os dados do primeiro e segundo trimestres estabelecem a base sobre a qual a taxa de crescimento dos trimestres seguintes incide, por isso a proje&ccedil;&atilde;o pessimista para o PIB.</p> <p> Mesmo com a atividade &nbsp;industrial mais fraca, &nbsp;que apresentou no primeiro semestre retra&ccedil;&atilde;o de 3,8%, de acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estat&iacute;stica (IBGE), o Ipea est&aacute; percebendo uma acomoda&ccedil;&atilde;o no n&iacute;vel de emprego no Brasil este ano, &ldquo;em um patamar elevado historicamente&rdquo;. Em julho, o emprego no pa&iacute;s aumentou 1,4%, considerado o melhor resultado da s&eacute;rie de varia&ccedil;&atilde;o &nbsp;interanual desde agosto de 2010.</p> <p> &ldquo;A tend&ecirc;ncia &eacute; acomoda&ccedil;&atilde;o, n&atilde;o crescimento, em fun&ccedil;&atilde;o at&eacute; de um dinamismo claudicante no setor industrial&rdquo;, comentou Roberto Messenberg. Como o setor de servi&ccedil;os se mostra bastante aquecido, isso faz com que o n&iacute;vel de emprego em geral se mantenha elevado. Apesar da retra&ccedil;&atilde;o da produ&ccedil;&atilde;o na ind&uacute;stria, o setor n&atilde;o est&aacute; demitindo, destacou.</p> <p> Isso decorre, segundo explicou, do argumento econ&ocirc;mico conhecido como sal&aacute;rio efici&ecirc;ncia, no qual o empregador investe na pessoa&nbsp;contratada para que ela se especialize e tenha um n&iacute;vel de produtividade bom. &ldquo;Voc&ecirc; vai ter uma certa dificuldade de demitir essa pessoa. Com isso, o n&iacute;vel de produ&ccedil;&atilde;o tende a cair, mas o n&iacute;vel de emprego n&atilde;o responde com a mesma intensidade no primeiro momento&rdquo;.</p> <p> Em rela&ccedil;&atilde;o &agrave; infla&ccedil;&atilde;o, que acumulou alta de 5,2% nos &uacute;ltimos 12 meses at&eacute; julho, medida pelo &Iacute;ndice de Pre&ccedil;os do Consumidor Amplo (IPCA), Messenberg indicou que o repique dever&aacute; se prolongar ainda um pouco, devido a fatores sazonais como a seca nos Estados Unidos e o aumento dos pre&ccedil;os das <em>commodities</em> (produtos agr&iacute;colas e minerais comercializados no mercado internacional). Observou, contudo, que&nbsp;fatores sazonais &ldquo;tendem a se dissipar ao longo do tempo&rdquo;.</p> <p> Messenberg n&atilde;o v&ecirc; que isso possa comprometer o cumprimento da meta de infla&ccedil;&atilde;o prevista para 2012 pelo Banco Central, da ordem de 4,5%. &ldquo;Pode n&atilde;o ficar no centro da meta, mas ser&aacute; atingida com um grau de folga muito maior em rela&ccedil;&atilde;o ao comprometimento do ano passado, quando a gente ficou quase praticamente batendo no teto [da meta]&rdquo;.</p> <p> Sobre a crise internacional, o coordenador do Grupo de An&aacute;lise e Previs&otilde;es argumentou que ela atingiu em cheio as expectativas de investimento dos empres&aacute;rios, principalmente na ind&uacute;stria de transforma&ccedil;&atilde;o, que produz mais bens <em>tradebles</em> &nbsp;(negoci&aacute;veis com o exterior). &ldquo;&Eacute; um complic&ocirc;metro para a decis&atilde;o de investimento. Ela afeta mais as decis&otilde;es de investimento do que a decis&atilde;o de produ&ccedil;&atilde;o mais imediata&rdquo;.</p> <p> O economista ponderou que um crescimento da avers&atilde;o ao risco em termos internacionais acaba afetando tamb&eacute;m a entrada de moeda no Brasil. &ldquo;Mas isso n&atilde;o &eacute; t&atilde;o mau se tem um certo ajuste na taxa de c&acirc;mbio, que faz com que a rentabilidade do setor industrial tamb&eacute;m cres&ccedil;a um pouco&rdquo;. A crise, acrescentou, dificulta a capta&ccedil;&atilde;o no exterior, mas &nbsp;isso n&atilde;o ter&aacute; como efeito uma depress&atilde;o dos investimentos.</p> <p> <em>Edi&ccedil;&atilde;o: Davi Oliveira</em></p> atividade industrial boletim Conjuntura em Foco boletim Ipea Economia ipea previsão do PIB 2012 queda do PIB queda na produção Thu, 23 Aug 2012 21:59:22 +0000 davi.oliveira 701771 at https://memoria.ebc.com.br/agenciabrasil/