água encanada https://memoria.ebc.com.br/agenciabrasil//taxonomy/term/140693/all pt-br Rio Acre atinge níveis cada vez mais extremos na seca e na cheia https://memoria.ebc.com.br/agenciabrasil//noticia/2012-08-17/rio-acre-atinge-niveis-cada-vez-mais-extremos-na-seca-e-na-cheia <p class="western" style="margin-bottom: 0cm;"> <img alt="" src="https://memoria.ebc.com.br/agenciabrasil//sites/_agenciabrasil/files/imagecache/300x225/gallery_assist/23/gallery_assist701315/prev/AgenciaBrasil170812_JFC1788.JPG" style="width: 300px; height: 225px; margin: 8px; float: right;" />Marcos Chagas<br /> <em>Enviado especial da Ag&ecirc;ncia Brasil </em></p> <p> Rio Branco &ndash; Estudos hidrol&oacute;gicos feitos por t&eacute;cnicos da Secretaria de Meio Ambiente do Acre (Sema) em parceria com a Ag&ecirc;ncia Nacional de &Aacute;gua (ANA) demonstram que o Rio Acre tem apresentado n&iacute;veis cada vez mais extremos, tanto nas enchentes quanto nas secas. Em 2011, o rio atingiu uma l&acirc;mina d&rsquo;&aacute;gua de 1,5 metro, a segunda pior em 40 anos. A tend&ecirc;ncia &eacute; que a seca deste ano, que vai de agosto a outubro, a situa&ccedil;&atilde;o seja ainda pior.</p> <p> A assessora t&eacute;cnica e engenheira florestal da Sema, Vera Reis, disse que as medi&ccedil;&otilde;es do n&iacute;vel do rio chegaram a 2,05 metros no in&iacute;cio da estiagem. &ldquo;At&eacute; meados de setembro, a tend&ecirc;ncia &eacute; que ele continue baixando&rdquo;, acrescentou.</p> <p> Segundo a t&eacute;cnica, os estudos apontam que as &ldquo;altera&ccedil;&otilde;es extremas&rdquo; do Rio Acre s&atilde;o causadas pelo desmatamento, por ocupa&ccedil;&otilde;es irregulares, pelas queimadas e pela expans&atilde;o das estradas. No per&iacute;odo de estiagem, o rio &eacute; abastecido por len&ccedil;&oacute;is fre&aacute;ticos que ficam comprometidos por essas a&ccedil;&otilde;es.</p> <p> &ldquo;Nesta fase temos problemas de desabastecimento fort&iacute;ssimo&rdquo;, ressaltou Vera Reis. &ldquo;Todas essas a&ccedil;&otilde;es predat&oacute;rias, al&eacute;m de outras, comprometem a vaz&atilde;o do Rio Acre ajudando na provoca&ccedil;&atilde;o de cheias que atingem boa parte da capital acriana&rdquo;, disse.</p> <p> Outro problema &eacute; a pouca informa&ccedil;&atilde;o sobre o comportamento hidrol&oacute;gico do rio. Em 2011, por exemplo, os t&eacute;cnicos da Sema consideravam que n&atilde;o haveria estiagem forte devido o longo per&iacute;odo de cheia do rio, com fase cr&iacute;tica em abril. &ldquo;Em 11 de setembro, tivemos a maior seca dos &uacute;ltimos 40 anos&rdquo;, contou Vera Reis.</p> <p> Em janeiro de 2012, o alagamento atingiu 17,6 metros, enquanto que o n&iacute;vel m&eacute;dio &eacute; 7,5 metros. O estado de alerta, segundo a t&eacute;cnica, &eacute; dado quando o n&iacute;vel do rio atinge 13,5 metros, momento em que &aacute;gua come&ccedil;a a entrar e alagar casas de moradores em bairros ribeirinhos.</p> <p> Para melhorar a avalia&ccedil;&atilde;o preventiva de cheias e secas, foi montada uma Unidade de Situa&ccedil;&atilde;o na Universidade Federal do Acre. Em parceria com a ANA, a unidade deve iniciar o funcionamento a partir deste ano, estima a t&eacute;cnica.</p> <p> &ldquo;Esta unidade moderniza nossa rede de hidrometeorologia que recebe informa&ccedil;&otilde;es sobre ocorr&ecirc;ncias de chuvas, n&iacute;veis do rio e quando elas atingir&atilde;o as cidades&rdquo;, disse Vera Reis. O monitoramento permitir&aacute; aos bombeiros e &agrave; Defesa Civil adotar medidas preventivas capazes de minimizar as consequ&ecirc;ncias das enchentes.</p> <p> Est&atilde;o sendo tomadas tamb&eacute;m medidas de conserva&ccedil;&atilde;o e preserva&ccedil;&atilde;o do Rio Acre. Entre elas, a recupera&ccedil;&atilde;o de nascentes e plantio de mudas frut&iacute;feras em habita&ccedil;&otilde;es ribeirinhas. A t&eacute;cnica informou que j&aacute; foram plantadas 3 milh&otilde;es de mudas para a recupera&ccedil;&atilde;o de matas ciliares e nascentes do rio.</p> <p> A falta de saneamento b&aacute;sico em bairros na beira do rio, como o Taquari na capital Rio Branco, &eacute; outro desafio a ser enfrentado. Ao visitar o bairro, a reportagem da <strong>Ag&ecirc;ncia Brasil </strong>constatou derramamento de esgoto n&atilde;o tratado nas margens do rio. Os moradores n&atilde;o t&ecirc;m &aacute;gua pot&aacute;vel, nem rede de esgoto.</p> <p> Dada a forte estiagem em alguns pontos, &eacute; poss&iacute;vel atravessar a p&eacute; o rio de uma margem &agrave; outra. A dona de casa e moradora do Taquari, Maria das Dores de Santana, 67 anos, reconhece que, apesar da polui&ccedil;&atilde;o, usa a &aacute;gua do rio para cozinhar.</p> <p> <img alt="" src="https://memoria.ebc.com.br/agenciabrasil//sites/_agenciabrasil/files/imagecache/300x225/gallery_assist/23/gallery_assist701315/prev/AgenciaBrasil170812_JFC1826.JPG" style="width: 300px; height: 225px; margin: 8px; float: left;" />&ldquo;&Agrave;s vezes, eu uso a &aacute;gua do rio para cozinhar. Eu trato, coloco hipoclorito e uso. Gra&ccedil;as a Deus at&eacute; hoje n&atilde;o deu problema de sa&uacute;de&rdquo;, contou a moradora, que no per&iacute;odo das cheias foi obrigada a deixar a casa onde vive. Para beber, ela disse que a filha compra gal&otilde;es de &aacute;gua pot&aacute;vel.</p> <p> Ant&ocirc;nio Ferreira de Oliveira, pedreiro, 35 anos, tamb&eacute;m mora no bairro. Por&eacute;m, pagou cerca de R$ 400 para construir um po&ccedil;o, chamado de cacimb&atilde;o. Ribeirinho desde que nasceu, Ant&ocirc;nio reconhece que &ldquo;antigamente&rdquo; o comportamento do rio nos per&iacute;odos de chuvas e de estiagem n&atilde;o era t&atilde;o severo.</p> <p> &ldquo;Ningu&eacute;m sabe o que est&aacute; acontecendo, o clima t&aacute; muito quente, amigo&rdquo;, disse Ant&ocirc;nio. O vizinho dele, Raimundo Lima Rebou&ccedil;as, 67 anos, teme que seu po&ccedil;o fique seco em um m&ecirc;s por causa do agravamento da seca. Diante da falta de &aacute;gua, o auxiliar de portaria de uma escola p&uacute;blica disse que compra 500 litros do caminh&atilde;o-pipa.&nbsp; A quantidade d&aacute; para beber, cozinhar, tomar banho e lavar roupa durante quatro ou cinco dias.</p> <p class="western" style="margin-bottom: 0cm;"> A cada compra, Raimundo Lima desembolsa R$10. Para quem tem caixa d&#39;&aacute;gua com capacidade de mil litros, o custo dobra &ndash; o que movimenta uma verdadeira ind&uacute;stria de caminh&otilde;es-pipa que vendem &aacute;gua nas comunidades pobres.</p> <p> <em>Edi&ccedil;&atilde;o: Carolina Pimentel</em></p> água encanada caminhão pipa cheia esgoto estiagem extremos Nacional nível do rio ribeirinhos Rio Acre seca Fri, 17 Aug 2012 19:25:26 +0000 carolinap 701323 at https://memoria.ebc.com.br/agenciabrasil/