programa de pós-graduação https://memoria.ebc.com.br/agenciabrasil//taxonomy/term/139457/all pt-br Pesquisas acadêmicas tem continuidade durante greve das universidades federais https://memoria.ebc.com.br/agenciabrasil//noticia/2012-08-02/pesquisas-academicas-tem-continuidade-durante-greve-das-universidades-federais <p> Guilherme Jeronymo<br /> <em>Rep&oacute;rter da Ag&ecirc;ncia Brasil</em></p> <p> Rio de Janeiro &ndash; A greve nas institui&ccedil;&otilde;es federais de ensino tem impacto diferente na gradua&ccedil;&atilde;o, na p&oacute;s-gradua&ccedil;&atilde;o e na pesquisa. Segundo professores ouvidos pela <strong>Ag&ecirc;ncia Brasil</strong>, embora a gradua&ccedil;&atilde;o esteja parada em praticamente todas as universidades, ainda que alguns cursos n&atilde;o tenham aderido, parte dos programas de p&oacute;s-gradua&ccedil;&atilde;o manteve seu calend&aacute;rio normal e deve retomar &agrave;s atividades este m&ecirc;s e &eacute; comum os n&uacute;cleos de pesquisa das institui&ccedil;&otilde;es manterem as atividades no per&iacute;odo de greve.</p> <p> &ldquo;A greve &eacute; um estado estranho para n&oacute;s da academia. Muitas das categorias quando entram em greve assumem as consequ&ecirc;ncias [da paralisa&ccedil;&atilde;o]. Quando terminar a greve, os professores v&atilde;o ter de repor estas aulas nas f&eacute;rias&rdquo;, disse o professor associado da Escola de Comunica&ccedil;&atilde;o da Universidade Federal da Bahia (UFBA), Andr&eacute; Lemos, representante da &aacute;rea de comunica&ccedil;&atilde;o no Conselho Nacional de Desenvolvimento Cient&iacute;fico e Tecnol&oacute;gico (CNPq), ag&ecirc;ncia de fomento &agrave; produ&ccedil;&atilde;o cient&iacute;fica ligada ao Minist&eacute;rio da Ci&ecirc;ncia, Tecnologia e Inova&ccedil;&atilde;o.</p> <p> Segundo Lemos, os programas de p&oacute;s-gradua&ccedil;&atilde;o n&atilde;o param. O professor informou que a Coordena&ccedil;&atilde;o de Aperfei&ccedil;oamento de Pessoal de N&iacute;vel Superior (Capes), &oacute;rg&atilde;o respons&aacute;vel pela avalia&ccedil;&atilde;o dos cursos de p&oacute;s-gradua&ccedil;&atilde;o <em>stricto sensu </em>no pa&iacute;s, enviou documento ao programa do qual ele faz parte na UFBA, que, segundo Lemos, deve ter circulado em outros programas de p&oacute;s-gradua&ccedil;&atilde;o do pa&iacute;s, e informou que nenhum calend&aacute;rio ser&aacute; alterado. &ldquo;Prazo de bolsas, editais, toda a burocracia das ag&ecirc;ncias est&aacute; mantida, como se n&atilde;o estiv&eacute;ssemos em greve&rdquo;, disse.&nbsp;Capes e CNPq&nbsp;foram procuradas, mas n&atilde;o se manifestaram.</p> <p> <strong>Tema pol&ecirc;mico - </strong>Apesar da paralisa&ccedil;&atilde;o parcial ser pr&aacute;tica comum, o tema &eacute; pol&ecirc;mico e divide &oacute;rg&atilde;os decis&oacute;rios dentro das universidades durante a greve. O professor da Escola de Servi&ccedil;o Social da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) e diretor da associa&ccedil;&atilde;o de docentes da institui&ccedil;&atilde;o, Mauro Iasi, disse que o conselho de p&oacute;s-gradua&ccedil;&atilde;o da escola n&atilde;o se posicionou, por n&atilde;o ser poss&iacute;vel encontrar um consenso entre seus membros.</p> <p> &ldquo;Isso &eacute; muito desigual dentro da universidade. O conselho de p&oacute;s-gradua&ccedil;&atilde;o empacou na discuss&atilde;o sobre suspender as atividades. Ficou dividido ao meio entre os professores que apoiavam a greve e desejavam suspender o calend&aacute;rio e aqueles que preferiram mant&ecirc;-lo. Isso mostra que h&aacute; no m&iacute;nimo uma divis&atilde;o na universidade entre manter a greve e qual o peso da greve na p&oacute;s-gradua&ccedil;&atilde;o&rdquo;, disse Iasi, que confirmou que houve paralisa&ccedil;&atilde;o da p&oacute;s-gradua&ccedil;&atilde;o no programa em que leciona.</p> <p> <strong>Produtivismo acad&ecirc;mico - </strong>O docente da UFRJ disse que a pesquisa faz parte da pauta de greve dos professores, que pedem, entre outras coisas, aumento do n&uacute;mero e valor das bolsas e autonomia universit&aacute;ria para seu gerenciamento, al&eacute;m de fazerem cr&iacute;ticas ao que se coloca como &ldquo;produtivismo acad&ecirc;mico&rdquo;, uma busca por produ&ccedil;&atilde;o quantitativa como norteadora dos crit&eacute;rios de qualidade e efici&ecirc;ncia acad&ecirc;micos.</p> <p> &ldquo;&Eacute; poss&iacute;vel parar. &Eacute; nesse contexto de escassez de bolsas [de estudo] que se faz necess&aacute;rio parar a pesquisa&rdquo;, afirmou a docente da Faculdade de Ci&ecirc;ncia Pol&iacute;tica da Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro (UniRio), Clarissa Gurgel.</p> <p> Clarissa, que participa do comit&ecirc; de greve da UniRio, diz que as propostas de reestrutura&ccedil;&atilde;o de carreira do governo tendem a desvalorizar a pesquisa, separando as universidades em duas &ldquo;classes&rdquo;, de forma muito semelhante ao modelo de educa&ccedil;&atilde;o superior dos Estados Unidos: &ldquo;escol&otilde;es&rdquo;, dedicados a formar para o mercado, e &ldquo;centros de excel&ecirc;ncia&rdquo;, para pesquisa de ponta. E faz isso por meio dos crit&eacute;rios de avan&ccedil;o na carreira, que passam a ser atrelados &agrave; produ&ccedil;&atilde;o acad&ecirc;mica, quantificada em n&uacute;meros brutos, ao mesmo tempo que prop&otilde;e a transfer&ecirc;ncia para os docentes da responsabilidade de buscar recursos para os projetos de pesquisa, atrav&eacute;s do mecanismo da &ldquo;retribui&ccedil;&atilde;o por projeto&rdquo;.</p> <p> &ldquo;[O governo] deixa de oferecer recursos p&uacute;blicos para pesquisa e obriga o professor a correr atr&aacute;s de edital de parceria p&uacute;blico-privada para pesquisa. O professor agora &eacute; um trabalhador que precisa se desdobrar em mil outras atividades para conseguir recursos, o que nada mais &eacute; do que precarizar e flexibilizar o trabalho do professor&rdquo;, diz a docente. Ela informa que as atividades de pesquisa na UniRio foram paralisadas.</p> <p> <b>Continuidade - </b>Na Universidade Federal da Bahia (UFBA), por outro lado, as pesquisas continuaram, o que ocorreu anteriormente em outras greves na institui&ccedil;&atilde;o. &ldquo;Tradicionalmente, mesmo em situa&ccedil;&otilde;es de greve, a pesquisa tem continuidade, at&eacute; porque as bolsas continuam sendo pagas e os pesquisadores continuam tendo obriga&ccedil;&atilde;o de tocar suas pesquisas e manter seu ritmo de produ&ccedil;&atilde;o na &aacute;rea de pesquisa. Isso tem sido a norma nas situa&ccedil;&otilde;es anteriores de participa&ccedil;&atilde;o e continua sendo a norma na situa&ccedil;&atilde;o atual&rdquo;, disse o professor da Faculdade de Comunica&ccedil;&atilde;o da UFBA, Marcos Palacios. Embora o docente tenha parado as atividades na gradua&ccedil;&atilde;o, as pesquisa do n&uacute;cleo que lidera seguem seu calend&aacute;rio normal.</p> <p class="western" style="margin-bottom: 0cm"> <em>Edi&ccedil;&atilde;o: F&aacute;bio Massalli</em></p> Capes CNPq Educação graduação Greve greve das universidades federais pesquisa pesquisa contina nas universidades pesquisas acadêmicas pós-graduação programa de pós-graduação Thu, 02 Aug 2012 04:50:19 +0000 fabio.massalli 700210 at https://memoria.ebc.com.br/agenciabrasil/