saídinha de banco https://memoria.ebc.com.br/agenciabrasil//taxonomy/term/138371/all pt-br São Paulo, Rio de Janeiro e Bahia concentram 52% das mortes em assaltos a bancos https://memoria.ebc.com.br/agenciabrasil//noticia/2012-07-19/sao-paulo-rio-de-janeiro-e-bahia-concentram-52-das-mortes-em-assaltos-bancos <p> Fernando C&eacute;sar Oliveira<br /> <em>Rep&oacute;rter da Ag&ecirc;ncia Brasil</em></p> <p> Curitiba &ndash; O Brasil registrou ao longo do primeiro semestre deste ano pelo menos 27 mortes ocorridas durante assaltos a ag&ecirc;ncias banc&aacute;rias. Mais da metade desses casos se concentram nos estados de S&atilde;o Paulo, Rio de Janeiro e Bahia, que, juntos, somam 14 v&iacute;timas, o equivalente a 51,8% do total.</p> <p> Os dados fazem parte de uma pesquisa realizada pela Confedera&ccedil;&atilde;o Nacional dos Trabalhadores no Ramo Financeiro (Contraf) e pela Confedera&ccedil;&atilde;o Nacional dos Vigilantes (CNTV), em parceria com o Departamento Intersindical de Estat&iacute;stica e Estudos Socioecon&ocirc;micos (Dieese). Baseada em not&iacute;cias publicadas por meios de comunica&ccedil;&atilde;o de todo o pa&iacute;s, a pesquisa foi divulgada hoje em Curitiba.</p> <p> &quot;Os bancos investem na seguran&ccedil;a das ag&ecirc;ncias que atendem aos clientes com maior renda, onde o atendimento &eacute; feito em salas separadas&quot;, afirmou o presidente da Contraf, Carlos Cordeiro, em entrevista coletiva. &quot;Os bancos deveriam ser responsabilizados por esses casos de viol&ecirc;ncia.&quot;</p> <p> De janeiro a junho, o estado de S&atilde;o Paulo teve seis mortes em assaltos a banco. Bahia e Rio de Janeiro, quatro cada. Tr&ecirc;s mortes ocorreram em Alagoas. No Cear&aacute; e em Pernambuco, duas. Outros cinco estados, al&eacute;m do Distrito Federal, registraram uma morte no per&iacute;odo: Esp&iacute;rito Santo, Minas Gerais, Mato Grosso, Par&aacute; e Rio Grande do Sul.</p> <p> Em rela&ccedil;&atilde;o ao primeiro semestre de 2011, quando morreram 23 pessoas, houve um aumento de 17,4% no total de casos. Ao longo de todo o ano de 2010, quando a pesquisa teve in&iacute;cio, houve 23 mortes. &quot;Esses n&uacute;meros demonstram que h&aacute; uma tend&ecirc;ncia de aumento da letalidade dos assaltos&quot;, observa Jos&eacute; Boaventura Santos, presidente da CNTV.</p> <p> Das 27 v&iacute;timas fatais deste ano, 15 eram clientes e cinco, vigilantes de bancos. Outros tr&ecirc;s eram policiais. Houveram tamb&eacute;m tr&ecirc;s mortes de transeuntes. Um banc&aacute;rio assassinado completa a lista.</p> <p> Conforme dados do Dieese, os cinco maiores bancos gastaram em seguran&ccedil;a e vigil&acirc;ncia cerca de R$ 2,6 bilh&otilde;es em 2011, o que equivale a 5,2% do lucro obtido por eles no per&iacute;odo, que chegou a R$ 50,7 bilh&otilde;es.</p> <p> O crime conhecido como &quot;saidinha de banco&quot;, no qual a v&iacute;tima &eacute; monitorada desde quando ainda est&aacute; dentro da ag&ecirc;ncia, &eacute; o que mais causou mortes. Foram 14 no per&iacute;odo analisado. &quot;Os bancos n&atilde;o est&atilde;o oferecendo condi&ccedil;&otilde;es para que os clientes fa&ccedil;am as suas opera&ccedil;&otilde;es com seguran&ccedil;a&quot;, avalia Santos.</p> <p> As entidades sindicais defendem que a Lei Federal 7.102, em vigor desde 1983, seja atualizada. Entre as mudan&ccedil;as defendidas est&atilde;o a obrigatoriedade de portas girat&oacute;rias antes dos caixas eletr&ocirc;nicos, a instala&ccedil;&atilde;o de c&acirc;meras de monitoramento internas e externas, a exig&ecirc;ncia de mais de um vigilante em cada ag&ecirc;ncia e a institui&ccedil;&atilde;o de puni&ccedil;&otilde;es mais duras aos bancos, em caso de descumprimento da legisla&ccedil;&atilde;o. &quot;A lei atual &eacute; muito antiga, limita em 20 mil Ufirs [unidades fiscais de Refer&ecirc;ncia] as multas, o que &eacute; muito pouco para quem lucra bilh&otilde;es&quot;, diz Cordeiro.</p> <p> Os sindicalistas prop&otilde;em ainda medidas como a implanta&ccedil;&atilde;o de biombos entre os caixas e a fila de espera e de divis&oacute;rias entre os caixas. Outra medida proposta &eacute; a isen&ccedil;&atilde;o de tarifas das transfer&ecirc;ncia de dinheiro entre bancos diferentes. &quot;Defendemos a tarifa zero para as transfer&ecirc;ncias de um banco para outro, porque, hoje, as pessoas preferem correr o risco de serem assaltadas do que pagar altas tarifas&quot;, diz o presidente da Contraf.</p> <p> No pr&oacute;ximo m&ecirc;s de agosto, as mesmas entidades devem divulgar uma nova pesquisa nacional, desta vez sobre o n&uacute;mero total de ocorr&ecirc;ncias como assaltos e explos&otilde;es de caixas eletr&ocirc;nicos.</p> <p> Procurada pela Ag&ecirc;ncia Brasil, a Federa&ccedil;&atilde;o Brasileira de Bancos (Febraban) se manifestou sobre a pesquisa por meio de uma nota assinada pela sua diretoria de comunica&ccedil;&atilde;o. &quot;A seguran&ccedil;a dos seus funcion&aacute;rios e clientes &eacute; uma preocupa&ccedil;&atilde;o central dos bancos associados &agrave; Febraban&quot;, diz a nota, que aponta que as institui&ccedil;&otilde;es banc&aacute;rias seguem a legisla&ccedil;&atilde;o federal em vigor.</p> <p> Segundo a Febraban, a quantidade de assaltos a bancos no Brasil caiu de 1.903, em 2000, para 422, em 2011. &quot;Os investimentos em sistemas de seguran&ccedil;a f&iacute;sica e eletr&ocirc;nica vem possibilitando que o n&uacute;mero de assaltos a banco, em todo o Brasil, venha caindo consistentemente ao longo dos anos.&quot;</p> <p> A entidade afirma ainda que os bancos atuam em estreita parceria com governos, autoridades policiais e Poder Judici&aacute;rio para combater os crimes e propor novos padr&otilde;es de prote&ccedil;&atilde;o.</p> <p> <em>Edi&ccedil;&atilde;o: F&aacute;bio Massalli</em></p> assalto assalto a banco Bahia Contraf crime Dieese Febraban morte mortes em assaltos a banco Nacional Plano Estadual de Combate à Violência contra as Mulheres do Rio rio de janeiro roubo saídinha de banco são paulo segurança pública Thu, 19 Jul 2012 22:13:24 +0000 fabio.massalli 699410 at https://memoria.ebc.com.br/agenciabrasil/