7 Autores https://memoria.ebc.com.br/agenciabrasil//taxonomy/term/133981/all pt-br Leitura dramática de Liberdade, Liberdade celebra Millôr https://memoria.ebc.com.br/agenciabrasil//noticia/2012-05-28/leitura-dramatica-de-liberdade-liberdade-celebra-millor <p> Amar&iacute;lis Lage<br /> <em>Rep&oacute;rter do Valor Econ&ocirc;mico</em></p> <p> S&atilde;o Paulo - <em>Liberdade, Liberdade</em>, pe&ccedil;a de Mill&ocirc;r Fernandes e Fl&aacute;vio Rangel montada em 1965 e censurada no ano seguinte pelo regime militar, abre o ciclo de leituras dram&aacute;ticas no Sesc Consola&ccedil;&atilde;o deste ano, em S&atilde;o Paulo. &Eacute; uma homenagem a Mill&ocirc;r, que morreu em mar&ccedil;o.</p> <p> O projeto 7 Leituras, 7 Autores, 7 Diretores contar&aacute; ainda com a leitura de textos de George Bernard Shaw, Bertolt Brecht, Tom Stoppard, F&eacute;lix Lope de Vega, Michael Frayn e David Gow, com uma apresenta&ccedil;&atilde;o a cada m&ecirc;s. As pe&ccedil;as foram selecionadas a partir do tema desta edi&ccedil;&atilde;o: a utopia.</p> <p> &ldquo;A utopia n&atilde;o &eacute; uma moda, ela n&atilde;o passa. Ela &eacute; o desejo do homem de felicidade, de ter e dar afeto&rdquo;, diz a coordenadora-geral do ciclo, Eug&ecirc;nia Thereza de Andrade, de 72 anos, que dirige <em>Liberdade, Liberdade</em>, espet&aacute;culo ao qual assistiu cinco vezes na d&eacute;cada de 1960. &ldquo;Na &eacute;poca, eu era casada com um perseguido pol&iacute;tico, e a principal lembran&ccedil;a que tenho &eacute; da emo&ccedil;&atilde;o da plateia. Nas cinco vezes em que vi, havia pessoas chorando perto de mim&rdquo;, lembra Eug&ecirc;nia.</p> <p> Em sua montagem original, a pe&ccedil;a de Rangel (1934-1988) e Mill&ocirc;r tinha produ&ccedil;&atilde;o do Grupo Opini&atilde;o e do Teatro de Arena e trazia no elenco Paulo Autran, Oduvaldo Vianna Filho, Nara Le&atilde;o e Tereza Rachel. A obra mostra a busca por liberdade em diversos momentos hist&oacute;ricos, do julgamento de S&oacute;crates na antiguidade ao per&iacute;odo nazista, por meio de uma colagem de textos de Shakespeare, Bertolt Brecht, Benito Mussolini, Cec&iacute;lia Meireles e Dorival Caymmi, entre outros.</p> <p> &Eacute; um conte&uacute;do que permanece atual, diz Eug&ecirc;nia. &ldquo;Agora, a ditadura passou, a gente tem democracia, tem liberdade, mas a corrup&ccedil;&atilde;o parece nos dizer que n&atilde;o &eacute; poss&iacute;vel ter uma sociedade mais justa.&rdquo; Os textos s&atilde;o intercalados com 30 m&uacute;sicas, que na leitura dram&aacute;tica ser&atilde;o interpretadas pela cantora N&aacute; Ozetti e pelo pianista Paulo Braga.</p> <p> Mais duas pe&ccedil;as que ser&atilde;o apresentadas nesta edi&ccedil;&atilde;o do ciclo s&atilde;o in&eacute;ditas no pa&iacute;s. <em>Botas de A&ccedil;o</em>, de David Gow, ser&aacute; apresentada no dia 31 de julho, e <em>Democracia</em>, de Michael Frayn, &eacute; prevista para 25 de setembro.</p> <p> Gow, canadense de 47 anos, conta a hist&oacute;ria de um advogado judeu que &eacute; designado para a defesa de um <em>skinhead</em>. J&aacute; o dramaturgo ingl&ecirc;s Frayn, de 78 anos, escreve sobre acontecimentos reais. <em>Democracia</em> retrata Willy Brandt (1913-1992), chanceler da Rep&uacute;blica Federal da Alemanha que pediu demiss&atilde;o do cargo depois de um esc&acirc;ndalo envolvendo um de seus assessores mais pr&oacute;ximos, G&uuml;nter Guillaume (1927-1995), que era um espi&atilde;o da antiga Alemanha Oriental.</p> <p> De Bernard Shaw (1856-1950), ser&aacute; apresentada a pe&ccedil;a <em>Santa Joana</em> no dia 26 de junho. De Bertolt Brecht (1898-1956), <em>Comuna</em>, em 28 de agosto. J&aacute; a leitura de <em>O Caminho da Utopia &ndash; Parte Um</em>, de Tom Stoppard, de 74 anos, ocorre em 30 de outubro. O ciclo no Sesc termina em 27 de novembro, com a pe&ccedil;a <em>Fuente de Ovejuna</em>, de F&eacute;lix Lope de Vega (1562-1635), dirigida por Mika Lins.</p> <p> As leituras dram&aacute;ticas s&atilde;o realizadas com marca&ccedil;&atilde;o de cenas, elementos cenogr&aacute;ficos e de figurino, desenho de luz e m&uacute;sica. &ldquo;Acho leitura uma coisa chata, por isso bolei um projeto assim&rdquo;, brinca Eug&ecirc;nia. &ldquo;[Esses elementos] criam uma din&acirc;mica. &Eacute; como se a plateia assistisse a um ensaio avan&ccedil;ado de uma pe&ccedil;a&rdquo;, compara a diretora.<br /> &nbsp;</p> 7 Autores 7 Diretores Agência Brasil Cultura ditadura EBC homenagem leitura dramática liberdade Millôr projeto 7 Leituras regime militar são paulo Sesc Consolação Valor Econômico Mon, 28 May 2012 14:19:13 +0000 gracaadjuto 695857 at https://memoria.ebc.com.br/agenciabrasil/