Decreto 4.4887 https://memoria.ebc.com.br/agenciabrasil//taxonomy/term/133945/all pt-br Incra contesta voto do ministro Peluzo no processo que julga constitucionalidade de decreto sobre quilombolas https://memoria.ebc.com.br/agenciabrasil//noticia/2012-05-27/incra-contesta-voto-do-ministro-peluzo-no-processo-que-julga-constitucionalidade-de-decreto-sobre-qui <p> Isabela Vieira<br /> <em>Rep&oacute;rter da Ag&ecirc;ncia Brasil</em></p> <p> Rio de Janeiro &ndash; O Instituto Nacional de Coloniza&ccedil;&atilde;o e Reforma Agr&aacute;ria (Incra) publicou relat&oacute;rio contestando argumento do ministro Cezar Peluso no voto que apresentou no Supremo Tribunal Federal para o julgamento (STF) de constitucionalidade do Decreto 4.887/2003, que cria procedimentos para a regulariza&ccedil;&atilde;o de terras quilombolas.</p> <p> Relator da a&ccedil;&atilde;o direta de inconstitucionalidade (Adin) que julga o decreto, Peluso votou pela derrubado do documento. <a href="https://memoria.ebc.com.br/agenciabrasil//../../noticia/2012-04-18/representantes-quilombolas-querem-pressa-no-julgamento-da-adin-sobre-titulacao-de-terras">O julgamento, entretanto, foi suspenso em abril pelo pedido de vista da ministra Rosa Weber</a>.</p> <p> A lentid&atilde;o nos procedimentos do Incra foi um dos argumentos do ministro Cezar Peluzo para votar pela derrubada do decreto. No plen&aacute;rio do STF, o ministro disse que a regulariza&ccedil;&atilde;o das terras &nbsp;&eacute; &quot;uma <em>via crucis</em>&quot;, de mais de 20 etapas. Na avalia&ccedil;&atilde;o dele, o Congresso Nacional deveria propor outra lei, criando normas que facilitassem a emiss&atilde;o dos t&iacute;tulos de terra aos quilombolas.</p> <p> A Adin contra o Decreto 4.887 tramita h&aacute; oitos anos no STF e foi proposta pelo partido Democratas, o mesmo que questionou cotas para negros nas universidades.</p> <p> Constestando o voto de Peluzo, a autarquia federal publicou o relat&oacute;rio <em>Territ&oacute;rios Quilombolas</em>, no qual explica passo a passo os nove procedimentos para regulariza&ccedil;&atilde;o das comunidades e reune dados sobre os processos em andamento. Consta do documento que, dos 1.167 casos em tramita&ccedil;&atilde;o desde 2003, cerca de 40% n&atilde;o chegou sequer &agrave; primeira fase.</p> <p> A coordenadora de Regulariza&ccedil;&atilde;o de Territ&oacute;rios Quilombolas do Incra, Giv&acirc;nia Maria da Silva, reconhece que os procedimento para emiss&atilde;o de t&iacute;tulos, conforme determina a Constitui&ccedil;&atilde;o Federal, s&atilde;o complexos, morosos e est&atilde;o condicionados &agrave; &quot;reduzida estrutura operacional e or&ccedil;ament&aacute;ria&quot; da autarquia federal. Por&eacute;m, a situa&ccedil;&atilde;o pode ficar ainda pior sem o decreto.</p> <p> &quot;O decretou criou procedimentos claros e cient&iacute;ficos, como a exig&ecirc;ncia dos laudos antropol&oacute;gicos para delimita&ccedil;&atilde;o dos terrenos. &Eacute; o instrumento do Estado que normatiza os procedimentos, dizendo que o t&iacute;tulo [de terras] &eacute; coletivo, que &eacute; inalien&aacute;vel e que &eacute; intransfer&iacute;vel&quot;, &nbsp;disse a coordenadora do Incra. &nbsp;Desde de 2003, segundo ela, foram emitidos 121 t&iacute;tulos em terras p&uacute;blicas ou particulares para os quilombolas.</p> <p> Giv&acirc;nia explica tamb&eacute;m que n&atilde;o &eacute; fun&ccedil;&atilde;o do Incra estimular as comunidades a pedir a regulariza&ccedil;&atilde;o, justificando porque os processos abertos somam 1.167, ante a exist&ecirc;ncia de 5 mil comunidades de descendentes de escravos estimadas pelos movimentos sociais. &quot;Isso n&atilde;o diminui nosso interesse [de conhecer os n&uacute;meros]&quot;, justificou.</p> <p> <em>Edi&ccedil;&atilde;o: Davi Oliveira</em></p> Adin constuticionalidade Decreto 4.4887 Incra Justiça Nacional Quilombolas regularização de terras stf territórios quilombolas Sun, 27 May 2012 19:47:36 +0000 davi.oliveira 695830 at https://memoria.ebc.com.br/agenciabrasil/