aprovação da PEC https://memoria.ebc.com.br/agenciabrasil//taxonomy/term/133531/all pt-br PEC do Trabalho Escravo não dá superpoderes aos fiscais, alega sindicato https://memoria.ebc.com.br/agenciabrasil//noticia/2012-05-23/pec-do-trabalho-escravo-nao-da-superpoderes-aos-fiscais-alega-sindicato <p> Carolina Sarres<br /> <em>Rep&oacute;rter da Ag&ecirc;ncia Brasil</em></p> <p> Bras&iacute;lia &ndash; O dia a dia dos auditores fiscais do trabalho n&atilde;o ser&aacute; diferente caso a Proposta de Emenda &agrave; Constitui&ccedil;&atilde;o (PEC) do Trabalho Escravo, aprovada ontem (22) em segundo turno pela C&acirc;mara dos Deputados, entre em vigor, afirma representante da categoria. Para transformar-se em norma constitucional, a proposta ainda depende de vota&ccedil;&atilde;o no Senado.</p> <p> &ldquo;Os auditores continuar&atilde;o atuando de acordo com a legisla&ccedil;&atilde;o j&aacute; vigente. A expropria&ccedil;&atilde;o n&atilde;o ficar&aacute; na m&atilde;o do auditor. A empresa continua tendo o direito de se defender e recorrer da autua&ccedil;&atilde;o&rdquo;, disse a presidente do Sindicato Nacional dos Auditores Fiscais do Trabalho (Sinait), Ros&acirc;ngela Rassy.</p> <p> A dirigente responde &agrave; declara&ccedil;&atilde;o do vice-presidente da Frente Parlamentar da Agropecu&aacute;ria, deputado Luiz Carlos Heinze (PP-RS), que, na aprova&ccedil;&atilde;o da PEC, disse que a proposta &ldquo;&eacute; o arb&iacute;trio dos fiscais&rdquo;. De acordo com Ros&acirc;ngela Rassy, &ldquo;para chegar a ponto de haver a expropria&ccedil;&atilde;o da terra, s&oacute; depois que a empresa esgotar todas as possibilidades de tentar provar o contr&aacute;rio&rdquo;.</p> <p> A PEC permite a expropria&ccedil;&atilde;o de im&oacute;veis rurais ou urbanos onde for constatada a exist&ecirc;ncia de trabalho escravo ou degradante, sem qualquer indeniza&ccedil;&atilde;o ao propriet&aacute;rio, que tamb&eacute;m poder&aacute; sofrer outras san&ccedil;&otilde;es previstas em lei.</p> <p> Antes que uma expropria&ccedil;&atilde;o seja feita, a empresa ou o propriet&aacute;rio poder&aacute; recorrer contra a decis&atilde;o da auditoria em dois caminhos: administrativo e criminal. No administrativo, pode haver contesta&ccedil;&atilde;o na Justi&ccedil;a do Trabalho sobre o valor de multas aplicadas, por exemplo.</p> <p> Segundo Ros&acirc;ngela Rassy, os auditores n&atilde;o consideram haver necessidade de mudan&ccedil;as no C&oacute;digo Penal &ndash; especificamente no Artigo 149, em que &eacute; tipificado o trabalho escravo e degradante &ndash; para que o crime seja caracterizado e a empresa, pass&iacute;vel de autua&ccedil;&atilde;o.</p> <p> &ldquo;Hoje, a defini&ccedil;&atilde;o contida no c&oacute;digo &eacute; suficiente para caracterizar o trabalho escravo. A auditoria tem o entendimento de que s&atilde;o condi&ccedil;&otilde;es que submetem o funcion&aacute;rio a trabalhos for&ccedil;ados ou jornada exaustiva. Isso, sendo constatado, est&aacute; caracterizado&rdquo;, explicou.</p> <p> O presidente da C&acirc;mara, &nbsp;Marco Maia, &nbsp;informou que ir&aacute; trabalhar para que a comiss&atilde;o formada por cinco deputados e cinco senadores, depois de acordo entre as duas Casas para aprova&ccedil;&atilde;o da proposta, produzam um texto &ldquo;diferenciando aquilo que &eacute; trabalho escravo e aquilo que &eacute; desrespeito &agrave; legisla&ccedil;&atilde;o trabalhista&rdquo; para ser votado pelo Senado.</p> <p> Para Ros&acirc;ngela Rassy, os auditores devem se articular para que n&atilde;o haja preju&iacute;zo aos trabalhadores. &ldquo;O Brasil avan&ccedil;ou na legisla&ccedil;&atilde;o com essa reda&ccedil;&atilde;o mais abrangente [do Artigo 149 do C&oacute;digo Penal]. Isso que fortaleceu o combate ao trabalho escravo no pa&iacute;s. Temos receio de que a legisla&ccedil;&atilde;o diminua [as possibilidades de tipifica&ccedil;&atilde;o do crime] e descaracterize o trabalho escravo como hoje &eacute; identificado&rdquo;, informou.</p> <p> Dados do Minist&eacute;rio do Trabalho e Emprego (MTE) mostram que, neste ano, at&eacute; abril, foram resgatados pela fiscaliza&ccedil;&atilde;o m&oacute;vel 339 trabalhadores v&iacute;timas de trabalho em condi&ccedil;&atilde;o an&aacute;loga &agrave; de escravo. Foram pagos cerca de R$ 1,3 milh&otilde;es em indeniza&ccedil;&otilde;es.</p> <p> &ldquo;Isso &eacute; considerado muito, mas poderia ter sido detectado bem mais se tiv&eacute;ssemos mais equipes de fiscaliza&ccedil;&atilde;o. Hoje s&atilde;o cerca de 3 mil auditores para fiscalizar todos os tipos de irregularidades. Temos indica&ccedil;&otilde;es da Organiza&ccedil;&atilde;o Internacional do Trabalho (OIT) de que seriam necess&aacute;rios pelo menos 5 mil profissionais&rdquo;, disse Ros&acirc;ngela.</p> <p> <em>Edi&ccedil;&atilde;o: Davi Oliveira</em></p> aprovação da PEC artigo 149 do Código Penal câmara dos deputados Cidadania expropriação fiscal do trabalho Frente Parlamentar da Agropecuária Nacional PEC do Trabalho Escravo Política Senado Sinait Sindicato Nacional dos Auditores Fiscais do Trabalho Wed, 23 May 2012 16:29:19 +0000 davi.oliveira 695562 at https://memoria.ebc.com.br/agenciabrasil/