Nísio gomes https://memoria.ebc.com.br/agenciabrasil//taxonomy/term/133370/all pt-br Mato Grosso do Sul: para PF, desaparecimento de cacique segue sendo um mistério https://memoria.ebc.com.br/agenciabrasil//noticia/2012-05-21/mato-grosso-do-sul-para-pf-desaparecimento-de-cacique-segue-sendo-um-misterio <p> Alex Rodrigues<br /> <em>Rep&oacute;rter Ag&ecirc;ncia Brasil</em></p> <p> Bras&iacute;lia - Seis meses ap&oacute;s o desaparecimento do cacique guarani-kaiow&aacute; N&iacute;sio Gomes, l&iacute;der do Acampamento Guayviry, entre as cidades de Amambai e Ponta Por&atilde; (MS), as autoridades locais ainda n&atilde;o tem qualquer informa&ccedil;&atilde;o a respeito de seu paradeiro.</p> <p> Segundo o delegado federal de Ponta Por&atilde; (MS), Jorge Figueiredo, as investiga&ccedil;&otilde;es, que correm em segredo de Justi&ccedil;a, dever&atilde;o ser conclu&iacute;das em breve, mas o paradeiro de N&iacute;sio &ndash; ou de seu corpo, caso o assassinato se confirme &ndash; ainda &eacute; um mist&eacute;rio. A apura&ccedil;&atilde;o do crime est&aacute; a cargo da Pol&iacute;cia Federal (PF).</p> <p> &ldquo;N&atilde;o podemos falar muito, mas, em dezembro, quando apresentamos nossas conclus&otilde;es preliminares sobre o inqu&eacute;rito, o Minist&eacute;rio P&uacute;blico Federal pediu-nos que fiz&eacute;ssemos novas dilig&ecirc;ncias, principalmente para tentarmos localizar o corpo, que ainda n&atilde;o foi encontrado&rdquo;, informou o delegado hoje (21) &agrave; <strong>Ag&ecirc;ncia Brasil</strong>, exatos cinco meses ap&oacute;s a PF divulgar, em nota, haver ind&iacute;cios de que o cacique estaria vivo.</p> <p> Segundo Figueiredo, a demora para localizar N&iacute;sio ou seu corpo se deve &agrave;s caracter&iacute;sticas do crime. O cacique est&aacute; desaparecido desde o dia 18 de novembro, quando cerca de 40 pistoleiros encapuzados e armados invadiram o acampamento ind&iacute;gena, atirando e agredindo adultos e crian&ccedil;as. De acordo com os &iacute;ndios, entre eles o pr&oacute;prio filho do cacique, Valmir Gomes, N&iacute;sio teria sido atingido por disparos e seu corpo levado, ensanguentado, pelos pistoleiros.</p> <p> &ldquo;Houve, de fato, um ataque [ao acampamento]. Isso j&aacute; foi comprovado e algumas pessoas identificadas&rdquo;, garantiu o delegado &agrave; <strong>Ag&ecirc;ncia Brasil</strong>, lembrando que <a href="http://agenciabrasil.ebc.com.br/noticia/2011-12-01/pf-prende-tres-suspeitos-de-ataque-aldeia-indigena-em-mato-grosso-do-sul">tr&ecirc;s pessoas foram presas no in&iacute;cio de dezembro, suspeitas de participar do atentado, mas libertadas em seguida</a>.</p> <p> Durante as investiga&ccedil;&otilde;es, os agentes federais reuniram ind&iacute;cios de que quatro fazendeiros e um advogado haviam contratado pessoas ligadas a uma empresa de seguran&ccedil;a de Dourados (MS) para que retirassem os ind&iacute;genas da Fazenda Nova Aurora, que fica em uma &aacute;rea anteriormente reconhecida como sendo ind&iacute;gena. Al&eacute;m dos supostos mandantes, dois administradores e tr&ecirc;s funcion&aacute;rios da empresa de seguran&ccedil;a foram indiciados.</p> <p> Ainda assim, em nota, a PF informou que a pequena quantidade de sangue encontrada no local onde N&iacute;sio supostamente teria ca&iacute;do, baleado, indicava que, possivelmente, seu ferimento n&atilde;o teria sido grave o bastante para causar sua morte. J&aacute; o laudo da per&iacute;cia criminal apontou que o rastro de sangue, que os &iacute;ndios afirmavam ter sa&iacute;do do corpo de N&iacute;sio quando foi carregado at&eacute; uma caminhonete, n&atilde;o pertencia ao l&iacute;der ind&iacute;gena.</p> <p> &ldquo;Ficou impossibilitado de inferir sobre suposto homic&iacute;dio do ind&iacute;gena [&hellip;] A conclus&atilde;o a que chegou a Per&iacute;cia Criminal, de que o ferimento de N&iacute;sio n&atilde;o foi suficiente para causar morte [&hellip;] joga por terra a vers&atilde;o apresentada pelo seu filho [Valmir], que afirma que N&iacute;sio foi morto e seu corpo carregado pelos agressores em uma camioneta. Derruba tamb&eacute;m a teoria do sequestro o fato das marcas de sangue que iam em dire&ccedil;&atilde;o &agrave; camioneta&rdquo;, diz a nota da PF, em que se afirma tamb&eacute;m que &ldquo;os ind&iacute;genas tinham conhecimento antecipado da investida e ficaram aguardando, todos pintados e tamb&eacute;m com armas (espingardas, machados e facas)&rdquo;.</p> <p> Valmir, o filho de N&iacute;sio, foi indiciado por den&uacute;ncia caluniosa, por, segundo a PF, ter acusado de integrar o grupo que atacou a aldeia, pessoas que ele sabia n&atilde;o pertencer ao grupo.</p> <p> <em>Edi&ccedil;&atilde;o: F&aacute;bio Massalli</em></p> Amambai assassinato cacique conflito crime desaparecimento fazendeiro Guarani-Kaiowá Guayviry índios investigação MS Nacional Nísio Nísio gomes PF pistoleiros polícia Ponta Porã reserva Mon, 21 May 2012 21:39:34 +0000 fabio.massalli 695374 at https://memoria.ebc.com.br/agenciabrasil/