litoral norte https://memoria.ebc.com.br/agenciabrasil//taxonomy/term/127900/all pt-br Moradores de Macaé temem prejuízos na pesca por causa do vazamento na Bacia de Campos https://memoria.ebc.com.br/agenciabrasil//noticia/2011-11-24/moradores-de-macae-temem-prejuizos-na-pesca-por-causa-do-vazamento-na-bacia-de-campos <p> Thais Leit&atilde;o<br /> <em>Rep&oacute;rter da Ag&ecirc;ncia Brasil</em></p> <p> Rio de Janeiro &ndash; Cerca de 15 mil fam&iacute;lias de Maca&eacute;, no norte fluminense, podem ser prejudicadas pelas consequ&ecirc;ncias do vazamento de &oacute;leo no Campo de Frade, na Bacia de Campos. A estimativa &eacute; do subsecret&aacute;rio de Pesca do munic&iacute;pio, Jos&eacute; Carlos Bento.</p> <p> Segundo ele, na cidade, vivem cerca de 1.200 pescadores que dependem diretamente da atividade para seu sustento, al&eacute;m de outros profissionais, como pequenos comerciantes de pescado, que tamb&eacute;m temem preju&iacute;zos. A origem do derramamento est&aacute; a 130 quil&ocirc;metros de Maca&eacute;.</p> <p> &ldquo;Os pescadores que trabalham em alto-mar, mais longe da costa, v&atilde;o ter preju&iacute;zos maiores. Mas os que ficam por perto tamb&eacute;m correm s&eacute;rios riscos porque, al&eacute;m da contamina&ccedil;&atilde;o do peixe, se os res&iacute;duos chegarem &agrave;s praias, os materiais de pesca, como redes, ser&atilde;o danificados. Com a poss&iacute;vel paralisa&ccedil;&atilde;o da atividade na regi&atilde;o, os preju&iacute;zos v&atilde;o atingir toda a cadeia produtiva, at&eacute; o pequeno comerciante que vai de bicicleta vender o pescado nas comunidades&rdquo;, avaliou.</p> <p> O secret&aacute;rio acrescentou que muitos atravessadores &ndash; profissionais que compram o produto diretamente dos pescadores e o revendem nos centros comerciais &ndash; est&atilde;o deixando de negociar em Maca&eacute; pelo &ldquo;efeito psicol&oacute;gico&rdquo; que o vazamento de &oacute;leo tem provocado nos consumidores.</p> <p> &ldquo;Embora os estoques estejam intactos porque foram pescados antes do vazamento, muita gente fica com medo e n&atilde;o quer o peixe procedente dessa regi&atilde;o. Isso s&oacute; faz as perdas serem ainda maiores&rdquo;, lamentou.</p> <p> Segundo Jos&eacute; Carlos Bento, a prefeitura estuda a possibilidade de cobrar uma indeniza&ccedil;&atilde;o da petroleira Chevron, respons&aacute;vel pelo acidente. Ele tamb&eacute;m informou que a administra&ccedil;&atilde;o municipal elabora um documento que pretende enviar ao Congresso Nacional, no pr&oacute;ximo m&ecirc;s, pedindo aten&ccedil;&atilde;o especial &agrave;s perdas dos pescadores. S&atilde;o produzidas em Maca&eacute;, por m&ecirc;s, cerca de 500 toneladas de pescado, como atum, dourado, pescadinhas, ca&ccedil;&atilde;ozinho, entre outros.</p> <p> Marcelo Pereira, presidente da Col&ocirc;nia de Pescadores Z3, localizada no munic&iacute;pio, disse que ainda n&atilde;o &eacute; poss&iacute;vel avaliar o impacto sobre a atividade porque a maior parte das embarca&ccedil;&otilde;es de grande porte, que atuam nas &aacute;reas pr&oacute;ximas ao local do vazamento, ainda n&atilde;o retornou ao continente. Ele disse, no entanto, que acompanha os desdobramentos &ldquo;com apreens&atilde;o&rdquo;. &ldquo;S&oacute; vamos saber mesmo quando eles voltarem, mas estamos com muito medo do piche chegar &agrave; costa porque vai prejudicar muito a classe pesqueira&rdquo;, disse.</p> <p> Outro risco que vem assustando ambientalistas &eacute; o de o &oacute;leo vazado atingir as baleias jubarte, que, nesta &eacute;poca do ano, usam a regi&atilde;o onde se formou a mancha como rota migrat&oacute;ria, ap&oacute;s o per&iacute;odo de reprodu&ccedil;&atilde;o. A presidenta do Instituto Baleia Jubarte, dedicado &agrave; preserva&ccedil;&atilde;o da esp&eacute;cie, M&aacute;rcia Engel, disse que ainda n&atilde;o foi verificada a contamina&ccedil;&atilde;o de nenhum desses animais em fun&ccedil;&atilde;o do epis&oacute;dio na Bacia de Campos, mas ressaltou que ainda existe o risco. &ldquo;Estamos acompanhando a situa&ccedil;&atilde;o, que &eacute; potencialmente grave e preocupante. De maneira geral, os cet&aacute;ceos [fam&iacute;lia &agrave; qual pertencem as baleias] tendem a evitar as manchas, mas nem sempre elas conseguem&rdquo;, disse.</p> <p> Ela explicou que a contamina&ccedil;&atilde;o pode gerar, nos animais, problemas de pele, nos olhos e respirat&oacute;rios. Segundo dados preliminares de um levantamento que o Baleia Jubarte est&aacute; produzindo, cerca de dez mil baleias jubarte nadam pela costa brasileira anualmente, entre os meses de julho e dezembro.</p> <p> De acordo com a Chevron, o tamanho da mancha originada pelo vazamento no Campo de Frade est&aacute; reduzido a um barril. Cada barril tem 159 litros. A empresa tamb&eacute;m confirmou que vai suspender todas as suas opera&ccedil;&otilde;es de perfura&ccedil;&atilde;o para a produ&ccedil;&atilde;o de petr&oacute;leo no Brasil, conforme decis&atilde;o anunciada ontem (23) pela Ag&ecirc;ncia Nacional do Petr&oacute;leo (ANP), incluindo o po&ccedil;o j&aacute; aprovado pelo &oacute;rg&atilde;o regulador, com objetivo no pr&eacute;-sal, at&eacute; que o incidente tenha sido totalmente investigado.</p> <p> A petroleira esclarece que a suspens&atilde;o, no entanto, n&atilde;o ter&aacute; impacto na produ&ccedil;&atilde;o do Campo de Frade, que &eacute; cerca de 79 mil barris de &oacute;leo equivalente por dia. Na segunda-feira (21), o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renov&aacute;veis (Ibama) multou a Chevron em R$ 50 milh&otilde;es, valor m&aacute;ximo previsto na lei brasileira.</p> <p> <em>Edi&ccedil;&atilde;o: Lana Cristina</em><br /> &nbsp;</p> Bacia de Campos baleias jubarte Chevron consumidores costa litoral norte Meio Ambiente peixes pesca pescadores petróleo prejuízos vazamento Thu, 24 Nov 2011 16:33:26 +0000 lana 683806 at https://memoria.ebc.com.br/agenciabrasil/