geodésia https://memoria.ebc.com.br/agenciabrasil//taxonomy/term/121804/all pt-br Brasil quer ser o responsável oficial pelo monitoramento dos deslocamentos de terra no continente https://memoria.ebc.com.br/agenciabrasil//noticia/2011-06-28/brasil-quer-ser-responsavel-oficial-pelo-monitoramento-dos-deslocamentos-de-terra-no-continente <p> Carolina Gon&ccedil;alves<br /> <em>Rep&oacute;rter da Ag&ecirc;ncia Brasil</em></p> <p> Rio de Janeiro - O Instituto Brasileiro de Geografia e Estat&iacute;stica (IBGE) divulgou hoje (28) o primeiro Monitoramento da Varia&ccedil;&atilde;o das Coordenadas de Esta&ccedil;&otilde;es da Rede Sirgas (Sistema de Refer&ecirc;ncia Geoc&ecirc;ntrico para as Am&eacute;ricas). O documento revela todos os deslocamentos de terra identificados entre 2003 e 2010 na Am&eacute;rica Latina e no Caribe, como movimentos de placas tect&ocirc;nicas, rebaixamentos e eleva&ccedil;&otilde;es de solo. Os dados foram coletados nas 130 esta&ccedil;&otilde;es que integram a Rede Sirgas, monitoradas experimentalmente pelo Brasil.</p> <p> O relat&oacute;rio pode ser o passo decisivo para a formaliza&ccedil;&atilde;o do pa&iacute;s como centro oficial de combina&ccedil;&atilde;o de dados sobre varia&ccedil;&otilde;es de coordenadas. O Brasil passaria a ser o respons&aacute;vel pelo monitoramento e pela consolida&ccedil;&atilde;o de informa&ccedil;&otilde;es sobre altera&ccedil;&otilde;es de solos no Continentes Americanos j&aacute; a partir de agosto. Atualmente, apenas a Alemanha processa oficialmente essas informa&ccedil;&otilde;es.</p> <p> As esta&ccedil;&otilde;es, que utilizam Sistemas de Navega&ccedil;&atilde;o Global por Sat&eacute;lites (GNSS, na sigla em ingl&ecirc;s), similar &agrave; tecnologia norte-americana do Sistema de Posicionamento Global (GPS, na sigla em ingl&ecirc;s), fornecem com precis&atilde;o latitudes e longitudes de pontos espec&iacute;ficos do planeta, al&eacute;m da avalia&ccedil;&atilde;o dos movimentos de placas tect&ocirc;nicas, que podem causar, ao longo dos anos, deslocamentos das regi&otilde;es monitoradas. Com esses dados &eacute; poss&iacute;vel definir de forma atualizada, por exemplo, a localiza&ccedil;&atilde;o precisa de fronteiras e garantir mais seguran&ccedil;a ao planejamento de obras de infraestrutura que envolvem mais de um pa&iacute;s.</p> <p> Cristina Lobianco, coordenadora de Geod&eacute;sia do IBGE, explica que a precis&atilde;o das coordenadas aliada ao monitoramento dos diversos pontos cobertos pelas esta&ccedil;&otilde;es permitem c&aacute;lculos mais exatos no planejamento da constru&ccedil;&atilde;o de uma rodovia internacional ou de um gasoduto binacional, como o Gasoduto Brasil-Bol&iacute;via, por exemplo. &ldquo;A gente podia come&ccedil;ar a construir um gasoduto no Brasil e n&atilde;o encontrar o [trecho] da Bol&iacute;via por causa de um deslocamento [de terra] de cent&iacute;metros&rdquo;.</p> <p> As esta&ccedil;&otilde;es que funcionam como GPS t&ecirc;m como refer&ecirc;ncia comum o centro da terra. O Brasil aderiu ao GNSS em 2005, seguido por outros pa&iacute;ses do continente. At&eacute; essa ades&atilde;o, cada pa&iacute;s tinha como refer&ecirc;ncia seu pr&oacute;prio sistema de coordenadas. &ldquo;A origem era diferente, a escala era diferente, ent&atilde;o, quando voc&ecirc; fazia qualquer c&aacute;lculo em cima de duas coordenadas, dava resultados diferentes&rdquo;, lembrou a t&eacute;cnica ao explicar os riscos dessa falta de homogeneidade dos sistemas.</p> <p> Com o Sirgas foi poss&iacute;vel, por exemplo, identificar um deslocamento de 8 cent&iacute;metros no Chile, depois do terremoto que atingiu o pa&iacute;s no ano passado. Al&eacute;m desse mapeamento, o sistema ainda pode funcionar como alerta sobre poss&iacute;veis desastres. &ldquo;Todas as placas t&ecirc;m um movimento: ou est&atilde;o se afastando ou se encontrando. Quando se encontram, h&aacute; o perigo dos terremotos. A velocidade desse encontro, quantos mil&iacute;metros ou cent&iacute;metros ao ano, &eacute; que faz com que possamos ligar uma luz vermelha&rdquo;, explicou a respons&aacute;vel pelo Departamento de Geod&eacute;sia do IBGE.</p> <p> <em>Edi&ccedil;&atilde;o: Vinicius Doria</em></p> geodésia GNSS GPS IBGE Meio Ambiente monitoramento Pesquisa e Inovação placas tectônicas Sirgas Tue, 28 Jun 2011 18:55:56 +0000 vinicius.doria 673636 at https://memoria.ebc.com.br/agenciabrasil/