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Luiz Gonzaga

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Jornalista diz que Gonzaga despertou a consciência de gerações para as questões sociais

Criado em 13/12/12 09h56 e atualizado em 05/01/15 12h18
Por Marli Moreira Edição:Tereza Barbosa Fonte:Agência Brasil

 

Vinil de Gonzagão
O jornalista Assis Ângelo tem preciosidades, como o 78 rotações com a música Baião de Dois gravada em japonês. (Marcelo Camargo / ABr)

São Paulo - Lua, como também ficou conhecido o Rei do Baião Luiz Gonzaga do Nascimento, “é o pai musical de boa parte da discografia brasileira”. Ele percorreu o Brasil em cima de um caminhão e [mostrou] o Nordeste para o país e para boa parte do mundo.

Com essa definição, o pesquisador Assis Ângelo, jornalista, escritor e biógrafo de Luiz Gonzaga, sintetiza a importância do acervo deixado pelo artista, que passeou pelos vários gêneros e ritmos musicais entre os quais o baião, o xaxado, o xote, o fado e o samba, despertando a consciência de gerações para as questões sociais.

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Uma característica que marcou o comportamento de Luiz Gonzaga, segundo o jornalista, que por várias vezes entrevistou o músico, foi a preocupação dele com a condição socioeconômica da população mais carente. Ele ia a Brasília reivindicar melhorias na área da saúde, da infraestrutura entre outras e conseguiu levar progresso neste sentido a localidades do Nordeste. Nos shows , fazia questão de se apresentar para o público que não tinha dinheiro para comprar ingressos. “Canto para o meu povo”, dizia ele.

À frente de uma série de eventos , incluindo a preparação de um CD, entre tantos outros em andamento no país em homenagem ao centenário de Gonzaga, Assis Ângelo está lançando o livro Lua Estrela Baião: A História de um Rei, o terceiro de sua autoria sobre o Rei do Baião. Os anteriores Vou Contar para Vocês, de 2006, está esgotado e o outro é o Dicionário Gonzagueando de A a Z.

A obra atual, ilustrada por Luciano Tasso, resgata a história de um dos mais ilustres personagens do Nordeste para um público infantojuvenil e mostra que não foi à toa que o menino de Exu, um pé de serra do sertão pernambucano, cravou para a eternidade esse cantinho do mapa brasileiro.

Há muito o que saber dos feitos dele não só no meio artístico ao longo de uma carreira construída junto com 61 parceiros, dentre os quais Humberto Teixeira e José Dantas foram os principais. Com este último, por exemplo, compôs Vozes da Seca cujo trecho inicial diz: Seu dotô os nordestino têm muita gratidão/ pelo auxílio dos sulista nessa seca do sertão/ Mas dotô uma esmola a um homem qui é são/ Ou lhe mata de vergonha ou vicia o cidadão.

Gravada em 1953, essa música parou o Congresso Nacional, diz Assis Ângelo, lembrando que essa música era “o grito do nordestino” com o qual o artista procurou reivindicar providências do então presidente Getulio Vargas contra a situação difícil da população afetada pela seca que atingia boa parte do país, especialmente o Nordeste.

“A falta de emprego era terrível e não adiantava mandar roupinha, comida. O nordestino estava carente de tudo, inclusive, da atenção presidencial e o que se pedia era trabalho e não simples esmolas”, lembra o escritor.

Segundo Assis, essa canção serviu para desfazer uma crença sem fundamento: a de que Gonzaga tinha ligação com os poderosos, com os militares. Mas o que houve é que “ele nunca foi a uma escola: a escola foi o Exército, por dez anos. Saiu de lá, botou a sanfona nas costas e foi conquistar o Brasil”.

A proposta do novo livro é permitir que pessoas entre 8 e 80 anos aprendam um pouco desse período importante da música brasileira, justifica Assis, defensor da propagação dos valores nacionais. Há sete anos, ele convenceu a então deputada federal Luiza Erundina a apresentar um projeto de lei instituindo o Dia Nacional do Forró, em 13 de dezembro.

Edição: Tereza Barbosa

Creative Commons - CC BY 3.0

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