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Pesquisa mostra que raça é fator predominante na escolha de parceiros conjugais
Criado em 17/10/12 10h09
e atualizado em 17/10/12 11h24
Por Isabela Vieira
Edição:Talita Cavalcante
Fonte:Agência Brasil
Rio de Janeiro - Pesquisa do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulgada hoje (17) comprova que a raça é fator predominante na escolha de parceiros conjugais. Dados do Censo 2010 mostram que 70% dos casamentos no país ocorrem entre pessoas de mesma cor e que as mulheres pretas (7% da população) são as que menos se casam.
Segundo a pesquisa, entre os fatores que são levados em conta na escolha de um parceiro estão a renda, a educação e a cor ou raça. São esses quesitos que influenciam a miscigenação e a mobilidade sociais, explica o pesquisador do IBGE José Luis Petruccelli, especialista na questão.
Nos últimos dez anos, as uniões em função da cor ou raça praticamente não se alteraram, avalia. Em 2010, 69,3% das pessoas com dez anos ou mais de idade uniam-se a outras de mesma cor ou raça, sendo que, em 2000, eram 70,9%. Se os casamentos não fossem influenciadas por questões raciais, o índice deveria ser de torno de 50%, embora já tenha sido de 80% em 1980.
“Isso desconstrói o mito da altíssima miscigenação da harmonia racial. Há uma seletividade, há um viés pela escolha do parceiro por cor ou raça”, disse Petruccelli. Como os pretos e pardos (negros) estão entre os grupos com menor rendimento e nível de instrução, o pesquisador lembra que há uma “justaposição” de fatores que indicam uma “racialização” na escolha do parceiros.
O casamento entre pessoas de mesma cor ou raça é maior entre os brancos (74,5%), pardos (68,5%) e índios (65%), neste caso, relacionado à preservação dos povos. Entre homens e mulheres, chama a atenção a maior possibilidade de mulheres pretas ficarem solteiras. Entre as com mais de 50 anos, elas são maioria na categoria “celibato definitivo”, que nunca viveram com cônjuge.
Atualmente, 68,2% da população se casaram com pessoas do mesmo nível de instrução. As mulheres são mais exigentes, nesse critério. Do total de profissionais com ensino superior completo, 51% delas escolheram homens desse grupo. Entre eles, 47% fizeram escolha semelhante.
Edição: Talita Cavalcante
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