Vinícius Lisboa
Repórter da Agência Brasil
Rio de Janeiro - Em colchonetes improvisados na Escola Municipal Metodista, em Queimados, Sandra Silva, de 42 anos passou a noite (11) preocupada em conseguir os remédios para depressão e ansiedade. Todos os móveis de sua casa, no bairro Santa Rosa foram estragados pela chuva que caiu na quinta-feira (5). Depois das chuvas de ontem (11) a família teve que deixar a casa por prevenção.
"Estou em tratamento psiquiátrico" conta ela com o neto mais novo de 3 meses nos braços. Além desse, mais três netos, dois filhos, um genro, uma nora e marido moravam em casas vizinhas, mas todos fazem parte das 66 pessoas que passaram a noite em abrigos.
"Depois da primeira chuva, perdemos tudo mas continuamos em casa, dormindo no chão. Só na chuva de ontem que vieram dizer que era perigoso ficar aqui", disse.
O secretário de Assistência Social do município, Elton Teixeira destaca que as pessoas que estão nos abrigos receberão aluguel social e terão prioridade para entrar no Minha Casa, Minha Vida.
"A cidade teve as duas piores chuvas de sua história em cinco dias. Inicialmente tivemos 6 mil famílias afetadas diretamente pela chuva, com perdas materiais. Fizemos um trabalho de recomposição e limpeza da cidade. E anteontem tivemos uma forte chuva que praticamente fez o trabalho ter que começar do zero", explicou.
No bairro Jardim Alzira, Mônica Nascimento, de 42 anos continua em casa depois que a chuva destruiu móveis, roupas e eletrodomésticos. Ela e nove parentes estão dormindo no chão enquanto os pertences sujos de lama ocupam a calçada. "As crianças estão cheias de coceiras e com dor de barriga. "Técnicos vieram aqui e disseram que iam ligar o telefone que estragou com a chuva”, observou.
Na mesma rua, Natanael Barros, de 42 anos teve o carro e a moto inundados pela água, que chegou a meio metro do chão, além de destruir os móveis. "Moro aqui há dez anos e nunca tinha acontecido isso",disse.
Em Japeri, cidade vizinha - 42 pessoas estão desabrigadas e 5 mil desalojadas pela chuva, já começam a voltar para suas residências. Escolas, postos de saúde e igrejas estão servindo como abrigo e pontos de coleta de doações.
Edição: Valéria Aguiar
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