Manifestantes ucranianos acampam na capital após confrontos com a polícia

02/12/2013 - 9h47

Da Agência Brasil*

Brasília - Milhares de manifestantes ucranianos acampam hoje (2) na Praça da Independência, na capital do país, Kiev, depois de violentos confrontos com a polícia no fim de semana, e pedem a antecipação das eleições presidenciais. Os confrontos no sábado (30) e no domingo (1º) deixaram mais de 150 feridos e levaram à demissão do chefe de polícia de Kiev. Depois do ocorrido, uma ordem judicial proibiu manifestações na Praça da Independência e em suas imediações até 7 de janeiro. Ainda assim, a oposição continua a organizar os protestos.

Na semana passada, o governo ucraniano rejeitou a assinatura de um acordo que viabilizaria a adesão da Ucrânia à União Europeia, o que gerou protestos da população, que organizou manifestações ao longo de toda a semana passada. O que é justificado como um adiamento da adesão pelo governo do país teria sido motivado pela resposta insatisfatória do bloco europeu à crise econômica na Ucrânia e pela reação da Rússia à aproximação do país vizinho da Europa.

"Uma revolução está começando na Ucrânia. Estamos montando um acampamento na Praça da Independência e lançando uma greve nacional", disse o líder do partido nacionalista Svoboda (Liberdade, em português), Oleh Tiahniboh.

O ex-campeão mundial de boxe e líder de um partido da oposição, Vitali Klitschko, considerado um dos favoritos à Presidência ucraniana nas eleições de 2015, apelou aos eleitores para que não desistam de controlar o centro de Kiev. Milhares de manifestantes responderam ao apelo, passando a noite na Praça da Independência.

O secretário de Comunicação do governo, Vitaly Lukyanenk, disse hoje que não foi considerada ainda a possibilidade de declarar situação de emergência no país. Segundo a imprensa ucraniana, o presidente Ianukovich, eleito em 2010, passou grande parte do domingo (1º) reunido com os seus conselheiros.

"As autoridades ainda não levantaram a questão de um regime de emergência", informou. Nesta segunda-feira, o líder do partido oposicionista Batkivshchina (Pátria, em português) disse que o presidente Viktor Ianukovich teria uma reunião com os conselhos de Segurança Nacional e Defesa para decretar situação de emergência.

*Com informações da Lusa e da Itar Tass

Edição: Graça Adjuto