Polícia do Rio vai estudar implantação de uma delegacia para localizar pessoas desaparecidas

06/11/2013 - 21h39

 

Akemi Nitahara
Repórter da Agência Brasil

Rio de Janeiro – A Polícia Civil do estado do Rio de Janeiro vai estudar a implantação de uma delegacia especializada em pessoas desaparecidas. Em 30 dias, o órgão apresentará um documento sobre a viabilidade da medida, feita com base no modelo adotado em Belo Horizonte.

A informação é do presidente da organização Rio de Paz, Antônio Carlos Costa, que participou de uma reunião com a Chefe de Polícia Civil, delegada Martha Rocha, com a participação da organização não governamental (ONG) Meu Rio e de Jovita Belfort, mãe de Priscila Belfort, desaparecida desde 2004.

De acordo com Costa, os números são “assombrosos”, com 3.600 casos de janeiro a julho deste ano e 36 mil pessoas desaparecidas apenas no atual governo, segundo os registros oficiais. “É muito trabalho e isso [a criação da delegacia especializada] representaria uma resposta da Secretaria de Segurança, em especial da Polícia Civil, ao escândalo do Amarildo, de um cidadão que desapareceu, e um desaparecimento envolvendo agentes do Estado”, disse.

Segundo ele, a conversa com a delegada Martha Rocha sobre a criação da delegacia foi positiva. “A chefe da polícia prometeu a nós que daqui a exatamente um mês ela vai dar uma resposta final. E enviará, na semana que vem, à Delegacia Especializada de Localização de Pessoas Desaparecidas, de Belo Horizonte, uma comissão para estudar e ver a possibilidade de trazer esse modelo de delegacia aqui para o Rio de Janeiro. É uma grande vitória da sociedade se isso acontecer”.

Dona Jovita declarou que iniciou uma campanha para a criação da delegacia de desaparecidos há três semanas, em conjunto com a ONG Meu Rio. De acordo com ela, o modelo de Belo Horizonte foi adotado em Santa Catarina e em Vitória. “Em Belo Horizonte, eles têm uma estatística e sabem quantos casos são. E, no final do ano tem praticamente 80% dos casos resolvidos, seja por homicídio, seja trazendo de volta para a família, que é o mais importante, que é resolver, elucidar”, disse.

Ela lembra que, desde o caso Tim Lopes, em 2002, apenas esse caso foi resolvido. Agora, surge nova esperança “A gente está saindo daqui muito feliz, com esperança, porque a doutora Martha Rocha definiu um prazo, definiu uma estratégia para dar uma resposta. Então eu estou muito esperançosa porque eu acredito que a resposta só pode ser positiva, porque caso é o que não falta aqui para resolver”.

Em nota, a Polícia Civil confirmou que um grupo de delegados irá a Belo Horizonte na próxima semana, visitar a Delegacia Especializada de Localização de Pessoas Desaparecidas. “O objetivo será conhecer o trabalho da unidade. A delegada vai solicitar ainda à Assessoria de Planejamento da instituição um estudo de viabilidade para a criação de uma delegacia especializada em desaparecidos no Rio”, diz a nota.

 

Edição: Aécio Amado

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