Diretor da OCDE diz que número de refugiados sírios na Europa aumentará

31/10/2013 - 12h31

Da Agência Brasil*

Brasília - O diretor do Departamento sobre Migrações Internacionais da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), Jean-Christophe Dumont, disse que o número de refugiados sírios na Europa crescerá ainda mais. “Temos de esperar o aumento de imigração humanitária síria na Europa porque a situação é terrível”, disse Jean-Christophe Dumont, em Lisboa, à agência de notícias portuguesa Lusa, na apresentação e na análise do relatório da organização sobre migrações em 2013.

De acordo com dados das Nações Unidas (ONU) divulgados em setembro, desde o início da crise, em março de 2011, cerca de 7 milhões de pessoas - um terço da população da Síria - são deslocados internos e 2 milhões já cruzaram as fronteiras.

"A Síria está provocando o aumento dos refugiados que vão para o Iraque, a Turquia, a Jordânia e o Líbano, que são os países vizinhos que já estão recebendo pessoas”, explicou o diretor. Segundo ele, muitos dos refugiados estão em locais onde são ainda vulneráveis à violência, como no Líbano e no Iraque.

O Líbano, com uma população de mais de 4 milhões de pessoas, aceitou o maior número de refugiados sírios: 760 mil, de acordo com o Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados (Acnur). O país admite, no entanto, que pode haver mais de 1,3 milhão de refugiados. A diferença se dá em relação aos que não são registrados oficialmente.

Na Jordânia, estima-se que haja cerca de 540 mil refugiados sírios; na Turquia, mais de 500 mil; no Iraque, 190 mil. Em setembro, a Suécia tornou-se o país europeu que concedeu o maior número de autorizações de residência para sírios, exceto a suspeitos de crimes de guerra.

De acordo com os serviços de emigração de Estocolmo, cerca de 11 mil sírios conseguiram asilo no país desde 2012. A Alemanha anunciou este ano que estava disposta a receber mais 5 mil refugiados sírios, aumentando para 18 mil o número total de cidadãos da Síria no país, desde o início do conflito.

O uso das rotas mediterrâneas em direção à Ilha de Lampedusa, na Itália, também têm aumentado. Segundo a Acnur, entre 300 e 400 imigrantes sobreviveram a naufrágios no Canal da Sicília (Itália) nos últimos meses, a maioria sírios e palestinos, que partiram do Porto de Zwara, no Líbano. Desde janeiro, cerca de 4,6 mil sírios chegaram à Itália em barcos pesqueiros e embarcações de pequeno porte, dos quais 3 mil em agosto.

* Com informações da Agência Lusa

Edição: Marcos Chagas