Manifestantes permanecem acampados em frente à Câmara Municipal do Rio

03/10/2013 - 20h01

Da Agência Brasil

 

Rio de Janeiro – Mesmo com a decisão da Justiça de manter suspenso o trabalho da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) dos Ônibus, os manifestantes vão continuar acampado em frente ao Palácio Pedro Ernesto, sede do Legislativo carioca, na Cinelândia, no centro da capital fluminense. O grupo, em sua maioria formado por jovens entre 18 e 35 anos, está acampado nas escadarias da Câmara desde o dia 7 de agosto.

Por unanimidade, a 13³ Câmara Cível do Tribunal de Justiça (TJRJ) decidiu ontem (2) manter paralisada às atividades da CPI dos Ônibus, enquanto uma ação dos vereadores da oposição está sendo analisada pela Justiça. Eles alegam que a bancada da comissão não respeita a proporcionalidade de partidos na composição do colegiado, e defendem um maior número de vagas de representantes da oposição.

Para Luiza Dreyee, de 22 anos, estudante de comunicação social, o acampamento se tornou um foco de resistência dentro do movimento popular. "Não estamos aqui apenas por causa de uma reivindicação, a CPI foi um detalhe para se discutir temas que dizem respeito à cidade. Antes deste movimento eu estava no Ocupa Cabral, minha principal reivindicação é a política. Eu não acredito no sistema político brasileiro, ele é corrupto e falido. Nosso objetivo no movimento é desestabilizar esse sistema. Apoiamos também pautas e movimentos paralelos. Visitamos outros acampamentos e apoiamos protestos de outras categorias. O grupo vai se adaptando conforme as mudanças do movimento", explicou.

Nina Barrios, de 19 anos, se definiu como militante, e disse que permanecerá no acampamento até que seus objetivos sejam alcançados. "Meu objetivo nunca foi a CPI dos Ônibus, sempre pensei mais à frente. Reivindico a retirada do governador Sérgio Cabral e do prefeito Eduardo Paes do poder, melhores condições na saúde, educação, além de defender que o transporte público deva ser estatal, do povo. Ficarei aqui até o fim da resistência, dure ela 30 anos ou toda a minha vida", declarou.

A Câmara dos Vereadores informou, por meio de nota, que “não existe decisão da Mesa Diretora da Casa para a retirada dos manifestantes acampados nas escadarias do Palácio Pedro Ernesto”.

Edição: Aécio Amado

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