Da Agência Brasil
Rio de Janeiro – No segundo dia de paralisação dos bancários, clientes formaram filas hoje (20) nos caixas eletrônicos das agências bancárias do centro para pagar contas e sacar valores.
Em uma agência bancária na Candelária, o pedreiro João dos Santos, de 48 anos, tentava descontar um cheque. "Meu chefe só dá o valor da passagem em cheque. Hoje, vim de Niterói para o centro à procura de uma agência aberta, para tentar descontar esse valor. Até agora não achei nenhuma, pelo jeito vou ter que pedir carona para ir trabalhar", disse.
Já o empresário Marcelo Lima, de 43 anos, não conseguiu pagar um documento em uma agência na Avenida Presidente Vargas. "Essa guia [judicial] não pode ser paga no caixa eletrônico e nem em outro banco, e o vencimento era até hoje", contou.
A categoria reivindica 11,93% de reajuste salarial, equivalente à inflação dos últimos 12 meses mais 5% de ganho real, além de valorização do piso salarial, maior participação no lucro dos bancos e mais empregos. Querem também o fim da rotatividade e das terceirizações, melhores condições de saúde e trabalho, mais segurança nas agências e igualdade de oportunidades. A proposta dos bancos é reajuste de 6,1%.
Segundo o presidente do Sindicato dos Bancários do Município Rio de Janeiro, Almir Aguiar, a categoria não foi procurada até o momento para negociação.“Até o momento, a Febraban [Federação Brasileira de Bancos] não apresentou uma contraproposta. Acredito que isso só acontecerá depois que eles perceberem que o movimento é forte e que tem uma grande adesão no estado”.
"A Federação Nacional dos Bancos – Fenaban, ligada à Febraban, tem com as lideranças sindicais uma prática de negociação pautada pelo diálogo, que nos últimos 20 anos evoluiu de forma significativa, resultando numa valorização constante da Convenção Coletiva do Trabalho (CCT), que a diferencia e a torna única em relação a outras categorias profissionais. Nos últimos anos, porém, tem sido recorrente que as lideranças sindicais tenham um calendário próprio para deflagração de greve, independente dos espaços de negociação. Os bancos respeitam o direito à greve, entretanto, farão tudo que for necessário e legalmente cabível para garantir o acesso da população e funcionários aos estabelecimentos bancários", diz nota da entidade.
Segundo a federação, algumas operações bancárias, como o pagamento de contas, podem ser feitas pelos clientes por meio de opções como os caixas eletrônicos, o internet banking, o aplicativo do banco no celular, os serviços bancários por telefone e também pelos correspondentes bancários, que são casas lotéricas, agências dos Correios, redes de supermercados e outros estabelecimentos comerciais credenciados.
Edição: Carolina Pimentel
Todo o conteúdo deste site está publicado sob a Licença Creative Commons Atribuição 3.0 Brasil. Para reproduzir o material é necessário apenas dar crédito à Agência Brasil