Governo de São Paulo quer acabar com circulação de trens de carga durante o dia

19/09/2013 - 17h42

Elaine Patricia Cruz
Repórter da Agência Brasil

São Paulo – O governo de São Paulo quer eliminar a circulação de trem de cargas nos trilhos da Companhia Paulista de Trens Metropolitanos (CPTM) durante o dia. Hoje (19) o governador do estado, Geraldo Alckmin, disse que vai notificar a Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT) e a MRS Logística, que tem a concessão federal para o transporte de carga, para que os trens cargueiros circulem apenas no período da noite.

A decisão do governador foi anunciada um dia após um acidente envolvendo um cargueiro, que transportava bauxita, e uma composição de passageiros da CPTM, que deixou 13 pessoas feridas. O acidente aconteceu entre as estações Franco da Rocha e Baltazar Fidelis (Linha 7-Rubi), que liga a Estação da Luz a Francisco Morato. Desde as 11h20 de ontem (18), a circulação de trens está interrompida neste trecho e, segundo a CPTM, ainda não há prazo para o serviço voltar ao normal.

“Eles precisam tomar as providências para utilizar os trilhos apenas no horário noturno, o chamado deserto, quando não há trem de passageiros”, disse Alckmin. Segundo o governador, o peso do transporte de cargas é enorme e é totalmente inadequado o compartilhamento de trilhos entre carga e passageiros.

Atualmente, devido a um convênio feito com o governo federal, as vias dos trens metropolitanos da CPTM são compartilhadas com os trens de carga. Os trens cargueiros podem circular na CPTM em dois horários, considerados de menor movimento: das 10h às 15h e das 22h às 3h. A única linha em que os trens de carga não circulam é na Linha 9-Esmeralda (Osasco-Grajaú). Nas demais cinco linhas, circulam cerca de 70 trens de carga por dia.

De acordo com o governo estadual, a quantidade de carga transportada por mês, em média, é 2,9 milhões de toneladas bruta. Já os trens de passageiros chegam a transportar cerca de 2,6 milhões de passageiros por dia e a expectativa do governo é que o número aumente com a expansão da linha. “Em 2016, encerra-se o convênio e nós não queremos mais o trem de carga. Já alertamos o governo federal sobre a necessidade de uma alternativa para o transporte de cargas em São Paulo”, disse o governador.

Edição: Fábio Massalli

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