Carolina Gonçalves
Repórter da Agência Brasil
Brasília – O secretário nacional de Promoção dos Direitos da Pessoa com Deficiência da Secretaria de Direitos Humanos da Presidência da República, Antônio José Ferreira, disse hoje (16) que o governo já deu sinais de que está “sincronizado” com as necessidades das pessoas com deficiência, mas a sociedade ainda precisa se adaptar e respeitar as leis.
“Temos garantias de acessibilidade como, por exemplo, vagas para deficientes, mas as pessoas que não precisam param os carros nessas vagas. A sociedade ainda não está acostumada a essa cultura”, avaliou. As declarações foram feitas hoje (16) durante um debate na Comissão de Direitos Humanos do Senado, no primeiro dia da Semana Nacional de Luta das Pessoas com Deficiência, celebrada entre 16 e 21 de setembro.
O dia da luta por esses direitos e garantias é comemorado no próximo sábado em todo o país. Para Ferreira, o balanço das medidas em favor das pessoas com deficiência é positivo, mas a população precisa se comprometer com a questão. “É preciso que seja firmado um pacto social para que o dia 21 seja um dia de comemoração dos objetivos e conquistas”, concluiu.
Apesar da avaliação positiva que fez, o representante do governo ouviu críticas endereçadas a todos os Poderes. A professora, escritora e artística plástica, Lurdinha Danezy, que tem um filho com deficiência, apontou que na própria audiência pública marcada para tratar do assunto, os participantes sequer receberam a pauta da reunião em braile. O intérprete da Língua Brasileira de Sinais (Libras) para acompanhar e traduzir as discussões na transmissão da sessão só apareceu momentos depois das críticas feitas pelos participantes.
O professor da Universidade de Brasília, Messias Ramos Costa, que é surdo, lembrou que o país precisa de mais intérpretes de Libras. “É preciso garantir acesso mais amplo com a presença de mais intérpretes. Isso nos prejudica muito”, alertou.
Segundo o educador, tanto no Senado quanto em outros órgãos a comunicação é sempre um desafio para as pessoas com deficiência. “Há centrais de intérpretes no país, mas é preciso garantir a presença deles em hospitais, órgãos públicos. Isso nos prejudica muito. Poucos canais [de televisão] têm interpretes”, criticou.
Edição: Denise Griesinger
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