Senadores reagem a ação de colegas e prometem nota de repúdio

13/08/2013 - 16h02

Karine Melo
Repórter da Agência Brasil

Brasília – Um grupo de 13 senadores de vários partidos reuniu-se, na manhã desta terça-feira (13), para traçar uma estratégia de reação a um fato que, segundo o senador Jarbas Vasconcelos (PMDB-PE), “chocou muito uma parte dos integrantes do Senado”.  Ele se referia a uma votação secreta no plenário da Casa, na última quarta-feira (7), na qual a recondução de Wellington Cabral Saraiva ao Conselho Nacional de Justiça (CNJ) foi rejeitada por 38 votos a 21. Representante do Ministério no Público no CNJ, Saraiva precisava de pelo menos 41 votos para ser reconduzido ao posto.

“Derrubaram a indicação de um procurador para o Conselho Nacional de Justiça pelo simples fato de ele [Saraiva] ser ligado ao [Roberto] Gurgel, procurador-geral da República , que está deixando o cargo e que tem denunciado, ao longo dos meses, vários parlamentares, deputados e senadores", disse o senador.

Para ele, essa rejeição pode ser entendida como uma vingança. "Ela não representa o pensamento do Senado e sim o pensamento de pessoas que estão sendo chamadas a prestar contas da sua conduta como parlamentares e a gente está se insubordinando contra isso”, acrescentou Jarbas.

Em menos de dois meses, esta foi a segunda indicação de Gurgel derrubada em plenário. Em julho, segundo os senadores, pelo mesmo motivo, foi rejeitado o nome do procurador Vladimir Barros Aras para o Conselho Nacional do Ministério Público (CMNP). Nesta tarde o grupo promete divulgar nota de repúdio sobre o assunto.

Os senadores também se mostram insatisfeitos com a agenda positiva estabelecida pelo presidente da Casa, Renan Calheiros (PMDB-AL). Um dos pontos criticados pelo grupo foi a demora na apreciação da Proposta de Emenda à Constituição (PEC) 18/2013 que trata da perda automática de mandato condenados definitivamente pela Justiça por improbidade administrativa ou por crimes contra a administração pública.

“Não estamos interessados num crime e em abrir uma frente [parlamentar] contra Renan Calheiros. Discordamos de expedientes, de práticas, achamos que a agenda positiva precisa ser mais positiva, ter mais clareza, mais identificação com as ruas”, disse Jarbas.

Outro assunto discutido na reunião foi o processo de investigação no Conselho de Ética contra os senadores do Amapá, Randolfe Rodrigues (PSOL) e João Capiberibe (PSB). Randolfe disse que as denúncias são infundadas e os dois parlamentares estão sofrendo ameaças de colegas.

Os 13 senadores têm um jantar marcado para a semana que vem no qual continuarão discutindo a crise no Senado. Participaram da reunião senadores do PMDB, PSDB, PSB, DEM, PP, PSOL e PTB.

Edição: Nádia Franco

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