Da BBC Brasil
Washington - O secretário de Estado dos Estados Unidos, John Kerry, visitará na próxima semana o Brasil e a Colômbia, ainda sob o efeito das acusações de espionagem por parte do governo americano e do mal-estar criado pelo incidente com o avião do presidente boliviano, Evo Morales, na Europa.
Na visita ao Brasil, prevista para a terça-feira (13), Kerry tentará superar os incidentes ─ nas palavras de um analista em Washington ─ e retomar a agenda positiva com a América Latina, iniciada este ano pelo presidente Barack Obama. A agenda incluiu visita de seu vice, Joe Biden, ao Brasil e à Colômbia em maio.
Gestos de boa vontade à parte, Kerry deve chegar preparado para responder a questões a respeito das acusações de espionagem reveladas pelo ex-consultor de informática Edward Snowden, acredita o presidente do centro de análise política Inter-American Dialogue, Michael Shifter.
Nesta semana, os ministros de cinco países do Mercosul ─ entre eles Antonio Patriota ─ insistiram no tema, ao manifestar nas Nações Unidas (ONU) a sua indignação com o que chamaram de “sistema global de espionagem” posto em funcionamento pelos EUA. Segundo as denúncias, o Brasil é um dos principais focos do sistema global.
Os ministros também denunciaram o “atropelo” da imunidade diplomática do presidente Evo Morales, que teve seu avião bloqueado no espaço aéreo europeu por suspeitas infundadas de que estivesse transportando Snowden.
Parte da missão de Kerry no Brasil será avançar na definição da visita de Estado da presidenta Dilma Rousseff a Washington, marcada para outubro.
Além do Brasil, está previsto que John Kerry passe pela Colômbia, onde deve oferecer apoio ao processo de paz com as guerrilhas conduzido pelo presidente Juan Manuel Santos.